Capítulo 31

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CAPÍTULO TRINTA E UM -  RAVENA DAVIS

— Me chamo Dave e você? — O barman de olhos castanhos e cabelos loiros me pergunta e eu mostro minha mão com uma aliança cheia de rubis. — Desculpa, não notei. — Ele se assusta e sai me fazendo revirar os olhos.

Volto para a pista e começo a dançar novamente, me sinto meio tonta por causa da bebida e um cara próximo a mim me segura.

— Opa, cuidado. — O garoto que devia ter minha idade diz rindo.

— Foi mal, e obrigada por não me deixar cair. — Agradeço com um sorriso e antes que ele tente falar algo uma garota o abraça por trás.

— Essa garota está dando em cima de você meu amor? — Ela pergunta ao garoto que revira os olhos com sua voz enjoada.

Conto o que me lembro pela quinta vez para as seis pessoas presentes na sala. O chefe de polícia, dois investigadores, dois escrivãs, Maison e Dylan, o ultimo parecia estar sentado em cima de um monte de pregos.

— E você tem certeza que era esse garoto? — perguntou um dos investigadores.

— Sim. Quando ele se aproximou eu não reparei muito nele, mas depois o vi algumas vezes pela festa, e me lembro agora que ele estava sempre me olhando — engulo em seco. — Mas a garota que ele estava no início não estava mais com ele.

Com exceção de Maison e Dylan todo o resto trocou olhares.
 
— O que houve? — Maison perguntou.

— Encontramos um corpo de uma mulher ainda desconhecida, mas supomos que a idade dela seja próxima a sua. — mais uma troca de olhares entre os policiais. — Você lembra como a garota era? — o chefe de polícia perguntou.

— Muito pouco. — forcei a memória — Bonita, altura mediana e loira... — olhei para Dylan e ele apertou os lábios e o punho como se preparasse pra bater em algo ou alguém.

— Ainda é cedo demais para dizer alg... — o investigador começou mas Dylan o interrompeu.

— Acha que se trata de um serial killer?

— Como eu ia dizendo, ainda é cedo demais para tirar conclusões precipitadas. — O chefe de polícia respondeu de uma forma um tanto insegura, a presença de Dylan e Maison parecia afeta-lo.

— Tudo bem, mas como defensor de movimentos por um mundo melhor para as mulheres, não posso deixar de comunicar a impressa sobre uma possível ameaça. Seria péssimo atrapalhar a investigação, mas não posso permitir que outras mulheres passem pelo que minha cliente passou, nem sofram como ela. — ele suspirou como se lamentar-se em ter que fazer aquilo e sua ameaça estava mais em seu olhar do que em suas palavras.

— Está me ameaçando dentro da minha delegacia? — o delegado começou a soar e engolir em seco. Ele obviamente tinha medo de algo.

— Não. — Dylan apoiou o tornozelo sobre a outra perna e manteve uma expressão tão calma que se tornava assustadora. Eu pensei em falar algo, pedi para que Dylan deixasse isso pra lá mas antes que eu abrisse a boca o chefe de polícia limpou a garganta e deu início a quase um discurso.

— Apesar de ser uma informação confidencial, eu confio muito nos senhores e sei que farão o máximo pra ajudar a descobrir o que está acontecendo e não atrapalhar as investigações caso tenha relação ao caso da cliente de vocês. — ele fez uma pausa e olhou para os investigadores como se pedisse ajuda, eles o ignoraram e então ele voltou a falar. — Mais ou menos duas semanas antes da senhorita Moore ter sido drogada, encontramos um corpo atrás de um beco onde não tinha câmeras. Era de uma mulher bonita, estatura mediana, cabelos longos e loiros, pele clara e olhos azuis. Ela não tinha documentos consigo, então não conseguimos identificá-la. A princípio achamos ter sido um caso isolado, um roubo que deu errado, mas o exame toxicológico acusou uma droga que foi usada na senhorita Moore. São comumente usadas para estupro. — o medo de faltar ar novamente me fez inspirar por longos segundos. Ninguém notou.— Então fizemos um exame para descobrir se ela havia sido estuprada. Deu positivo. Não havia sêmen nem digitais, ela havia sido totalmente limpa.

A PrometidaWhere stories live. Discover now