A Prometida

Capítulo 33

CAPÍTULO TRINTA E TRÊS - UM NOVO AMIGO

Vomitei duas vezes depois que cheguei em casa, graças a luta que Dylan me fez assistir, a luta durou menos de 10 minutos. Dylan levou um pouco mais que dois socos e um chute, nenhum que o fizesse recuar apesar do hematoma no abdômen. Já o outro homem apanhou do início ao fim, sangue espirrou de seu nariz e sua boca tantas vezes que eu tive que me segurar para não vomitar lá mesmo. Passei o restante do dia em meu quarto. Remoendo tudo que aconteceu desde a hora que eu acordei.

Três batidas soaram na porta e logo depois a pessoa entrou.
Eu estava deitada de bruços na cama. Pensando.

— O que aconteceu? — Anna perguntou ao se joga do lado vazio da cama.

— Se você está aqui, imagino que ele tenha contado. — Olhei para ela que revirou os olhos.

— Se o "ele" é seu noivo, saiba que ele não me contou nada, mas eu te ligo desde a hora que acordei e vi aquela notícia na televisão e você ignorou todas minhas ligações. — Olhei para meu celular no criado mudo e só então lembrei que estava no silencioso. — Fiquei muito preocupada e a única  maneira que conseguir para falar com você foi vindo até aqui. Aliás, sabia que lá fora esta cheio de repórteres? — gemi de horror. Tudo que eu menos queria. — Quando finalmente consegui entrar, Dylan disse que tinha errado com você e você estava deitada aqui a horas.

Suspirei frustrada e virei deitando com as costas para baixo. Contei tudo que havia acontecido para a minha amiga mais antiga — e única.

— Posso falar o que eu acho dele? — eu havia deitado em seu colo enquanto contava tudo a ela e a mesma começou a acariciar meus cabelos.

— Você sempre fala o que acha sem precisar da minha permissão mesmo. — Ela riu e eu sorri. Anna era o meu porto seguro, a única que estava comigo desde o dia em que nos conhecemos.

— Prometo ser sincera. — Assenti murmurando "sei que será". — E minha opinião não é influenciada por nada, nem ninguém. — assenti novamente e sentei na cama, ficando de frente a Anna. — Preciso começar dizendo que ele fica mais lindo a cada dia que passa— nós duas rimos e ela segurou minhas mãos. — Ele é uma pessoa boa, o que ele fez hoje não foi certo, mas a sua falta de confiança nele não ajuda. — tentei falar mas Anna não permitiu. — Deixe que eu termine se não irei perder a linha de raciocínio. — eu rir mas ela estava séria. Muito séria. — Nas primeiras semanas eu não tinha certeza quanto a isso, mas quando você foi drogada... — ela engoliu em seco como se a lembrança a ferisse tanto quanto me fere. — Quando ele me ligou naquele dia, ele estava tremendo tanto que eu conseguir perceber pela ligação. Ele tentava não gaguejar mas dava para perceber pelo esforço. E quando eu cheguei no hospital ele estava... destruído. E o olhar dele... — ela deu de ombros como se não se importasse, mas seu rosto dizia o contrario — Bom, se os olhos realmente são uma janela para a alma, a dele estava cheia de ódio, culpa, medo e... de uma forma ou de outra, aquilo era amor. Foi algo que eu só vi uma vez, nos olhos da minha avó quando meu avô morreu. Eu achei que você tinha morrido quando eu cheguei. Que tivesse morrido depois que ele desligou a ligação. — ela suspirou enxugando as lágrimas que escorriam do seu olho.

— V-você... Você nunca me contou isso... — eu lembrava muito pouco das horas que se passaram naquele hospital.

— Minha vida mudou muito depois daquele dia... eu queria ter alguém que se preocupasse comigo daquele jeito, então eu decidir que seria com o Sam, mas... as coisas mudaram quando começamos a morar juntos. Os sentimentos não mudam, mas tudo, tudo fica difícil.

— Acha que errou? — ela negou com a cabeça mas respondeu:

— Só o tempo dirá. Mas mesmo que eu tenha errado — ela levantou da cama — Eu o amo, e se não tivesse tomado a decisão que tomei naquele dia, eu me arrependeria o resto da minha vida. — ela já estava na porta. — Sei que você o ama. — ela abriu a porta —  e sei que o amor é mais difícil para os indecisos. — então ela saiu.