Capítulo 43

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CAPÍTULO QUARENTA E TRÊS - ROBERT MOORE 

— E o que fez você mudar de ideia? — Perguntei a Dylan. Maison e ele trocaram olhares, o moreno respondeu.

— Isso não importa. O foco agora é conseguir que ele não tenha nenhum dano entregando a luta clandestina.

— Como ser preso? — Pergunto olhando para Dylan que franze a testa.

— Não só isso, as pessoas envolvidas no esquema também podem querer vingança. — Foi minha vez de franzi a testa. — Já entrei com um Habeas Corpus preventivo, explicarei ao juiz o risco que ele corre, mas provavelmente ele não vai poder sair do país que é o ideal. Entretanto ir para a Califórnia e ficar em uma casa que não seja a dos seus pais já é o suficiente de início. — Dylan esfregou as palmas das mãos no rosto e levantou da cadeira.

— Faça as malas, se tudo der certo vamos amanhã a noite para a Califórnia, não iremos ao hospital, lá está cheio de repórteres e é melhor que não saibam que voltamos para lá. — assenti também me levantando, Maison fez o mesmo.

— E quando vocês vão a delegacia? — Maison e Dylan trocaram olhares silenciosos.

— Agora mesmo.

* * *

Respirei aliviada. Quando a bomba estourasse já teríamos saído do Estado. O juiz e o delegado foram muito receptivos, a influência dos dois e da família de Dylan provavelmente ajudou.

O jato que estávamos usando era de Maison. Íamos pousar em um aeroporto particular sem aparentes ligações com Dylan ou Maison. De lá um carro nos levaria pra uma casa em um local reservado. Quando as coisas esfriassem íamos visitar Austin que já havia recebido alta.

"Estou chegando na Califórnia amanhã, tudo certo por aí?" Mandei por mensagem para Sam.

"Que bom!! Ele está melhorando aos poucos mas Anna está feliz, o que me faz ficar feliz também. Vocês irão vir hospital?" Ele respondeu pouco tempo depois.

"Não. Te explico o porque quando chegar aí, mas talvez você saiba antes." Ele mandou um emoji pensativo e eu continuei. "Que bom que vocês dois estão felizes. Temos muito o que conversar. E aquilo que eu te pedir?"

"Em andamento. Tenha paciência. Maison está com vocês?" Fiquei menos surpresa do que deveria, era óbvio que a possibilidade de Maison perto de Anna o atormentava, na verdade atormentava até a mim, foi tudo tão inesperado, fora a primeira vez que se viram eles não pareciam manter qualquer contato.

"Não. Ele não vem por um bom tempo, muitos problemas para resolver em NYC" O chefe da investigação exigiu que Maison ficasse como representante de Dylan, o que ele já pretendia fazer.

O avião decolou e eu desliguei o celular, dormindo sobre o ombro de Dylan até chegarmos na nossa nova casa, por um tempo.

* * *

— Eu gosto do clima daqui. — Dylan disse me abraçando por trás e distribuindo beijos por minha nuca. O clima estava um pouco quente me fazendo vestir apenas uma camisola de seda branca e uma calcinha de renda por baixo. A casa de veraneio ficava de frente pra a praia e havia uma distância consideravelmente alta de uma casa para a outra.

— Será que podemos ir para a praia mais tarde? — ele esfregou o nariz em minha orelha e me virou depositando um beijo em meus lábios.

— Vou tomar um banho e a gente vai, a praia é deserta e a casa mais próxima daqui está a dez quilômetros de distância, não vamos encontrar com ninguém. — ele deu outro beijo em meus lábios, esse mais demorado mas tão doce quanto o anterior e saiu em direção ao banheiro.

— E se todos pensarem assim? — perguntei observando seu corpo nú de costas. Ele riu olhando sobre o ombro antes de entrar no banheiro. Lá de dentro ele gritou:

— Qualquer coisa a gente finge está fazendo coisas indecentes que ninguém tem coragem de olhar por muito tempo. — e fechou a porta. Eu perdi alguns minutos relembrando o que tínhamos feitos pouco depois de chegarmos de viagem, ainda conseguia sentir as sensações e o preenchimento de uma forma menos viva.

Peguei meu celular no criado mudo e saí do quarto, indo para a cozinha comer qualquer coisa que eu encontrasse. Já passava das três da tarde e eu ainda não havia falado com Sam desde que cheguei. Mandei mensagem para Anna avisando que estávamos na Califórnia mas impossibilitados de ir até o hospital. Em um áudio de pouco mais de um minuto expliquei rapidamente o motivo e liguei para Sam.

— Já estava ficando preocupado. — Sam disse do outro lado da linha. — aconteceu algo no vôo? — ele já tinha me ligado três vezes desde que eu cheguei.

— Não. Estava muito cansada e fui dormir, acordei agora a pouco. — ele não contestou. — A Anna está por perto? — peguei pasta de amendoim e preparei uma torrada.

— Estou na casa dela. Vou dormir hoje aqui, amanhã ela e a mãe vem descansar. — assenti e só percebi pouco tempo depois que ele não veria.

— Entendi. Que bom que vocês estão conseguindo descansar, gostaria de poder ajudar, mas além da minha idade, fica difícil com a situação atual.

— O que aconteceu? — Mordi um pedaço da torrada pra adiar um pouco a resposta.

— Dylan entregou um esquema de lutas clandestinas, ele pode estar correndo risco agora. — Um barulho de porta fechando veio da chamada.

— Ouvi algumas pessoas comentando no hospital e aqui na casa, mas... Não sabia que vocês estavam envolvidos. — diz perplexo.

— Não estou. Pelo menos não diretamente. Dylan estava e o único jeito dele conseguir um álibi para o horário da morte do suspeito do meu caso foi entregando o local. — Sam suspira.

— Caramba, isso pode ser muito perigoso. Sinto muito Tay. — sua voz é uma mistura de frustração e tristeza.

— Obrigada. Fiz como você pediu  entreguei o dinheiro a sua mãe e estou com algumas roupas suas aqui, vou pedir para alguém ir deixar aí.

— Obrigado. Minha mãe... Ela disse algo com você?

— Apenas agradeceu. — ele suspirou aliviado mas ainda assim perguntou.

— Tem certeza?

— Se um muito obrigada ainda for agradecimento. — sua risada leve me fez sorrir e continuar a comer.

— Sério, muito obrigado. Não sei o que faria se você não pudesse ir lá por mim. Ela se recusa a entrar no apartamento que Anna e eu moramos.— suspira já triste novamente.

— Anna me falou que ela não aceita muito bem vocês dois. Sam... Precisamos falar sobre...

— Tenho novidades sobre o que você me pediu. — me interrompeu ansioso e senti meu coração acelerar. — Onde seu pai nasceu mesmo?

— Califórnia.

— E a data de nascimento e o restante dos dados que você me mandou estão todos corretos não é?

— Eu imagino que sim. Quer dizer, até onde eu sei eles estão. O que você achou?

— Na verdade a questão é o que eu não achei. Aproveitei que estava no hospital e invadi o sistema de computadores. Como lá também tem a maternidade eles tem acesso ao sistema nacional de nascimentos. Os nascimentos dos últimos 50 anos estão registrados lá. Seu pai, Robert Moore não nasceu na Califórnia nem em nenhum lugar dentro desse país.

Continua. . .

Próximo capítulo será postado na quarta ou quinta se vocês baterem 10 votos até lá, caso não, o próximo capítulo será no sábado.

A PrometidaWhere stories live. Discover now