Capítulo 15

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CAPÍTULO QUINZE- CHAVE MALDITA

23 de Janeiro

Fiquei alguns minutos na sala pensando em que eu teria que fazer, e o quão distante eu estava disposta a ir para que Dylan me perdoasse e para que pudéssemos tentar ter algo a mais, além de um contrato tosco que nossos pais tinham feito 18 anos atrás.

Eu sabia que seria difícil, Dylan nunca foi fácil de lidar, desde pequeno deu muito trabalho a todos, mas ele também conseguia ser emotivo com as pessoas que gostava.

Esse era o lado bom, ele não era um pessoa totalmente fria, talvez ele se importasse mais com o trabalho e sexo do que com o resto, mas ainda assim havia algo nele que me lembrava de quando eramos crianças.

Ele sempre gostou de me irritar, muitas vezes até brigávamos por isso, mas quando eu me machucava ele entrava em desespero, ele sempre foi assim, tentava proteger a todos, e para mim, em meio a tantas qualidades e defeitos essa era uma de suas maiores qualidades.

Eu me sentia culpada, culpada por que joguei fora tudo que começamos a construir naquela noite por causa do meu ciúmes.

E eu não podia tirar a sua razão, eu estaria muito mais puta se estivesse no lugar dele.

Desisto de ficar só pensando e resolvo fazer algo.

Subo as escadas e vou para o quarto de Dylan que para minha sorte estava destrancado, entro no quarto e procuro o por ele, nada.

Vou até a porta do banheiro e consigo escutar o barulho do chuveiro.

Fico em dúvida do que fazer mas nenhuma opção me parece boa o bastante, muito menos sensata, acabo indo em direção a porta do quarto e a tranco, retiro a chave da porta e quando me viro dou de cara com a oitava maravilha do mundo saindo do banheiro apenas com uma toalha enrolada em seu quadril, me dando uma visão maravilhosa do seu abdômen e seus músculos bem definidos e molhados.

Uau, o ver desse jeito só serviu para bagunçar ainda mais a minha mente, quando esse homem se tornou tão gostoso?

— O que faz aqui? — Dylan pergunta surpreso.

— Quero conversar com você! — Tento soar firme e desvio o olhar de seu corpo para seus olhos.

— Não temos o que conversar! — ele cerra o maxilar e olha para a porta e para as chaves em minhas mãos. — Abra a porta e saia! — Era mais uma ordem do que um pedido.

— Só saio daqui depois que conversarmos e você me perdoar! — Coloco a chave dentro do meu sutiã.

— Não estou afim de brincadeiras Tayla. — Ele suspira tentando se acalmar. — Não ache que eu não pegaria a chave aí. — Ele fala sério e eu solto um sorriso sacana, adorava jogar com isso a muito tempo. Gosto de atiçar mas nunca deixo passar disso.

— Sei que sim, e quero que pegue! — Pisco para ele que respira fundo e vem em minha direção.

— Não vou encostar em você, só quero que sai daqui. — Fala ao se aproximar e sem tirar os olhos dos meus.

— Só saio quando você me escutar. — Dou um passo a frente ficando mais próxima de seu corpo seminu.

— Nada que você fale vai mudar o que você pensou de mim aquele dia. — Seu olhar desvia dos meus olhos para minha boca quando eu me aproximo o bastante para sentir a sua respiração e seu maldito cheiro que deixa qualquer mulher de quatro por ele. — Não perca seu tempo tentando dar explicações inúteis.

— E o que você prefere no lugar das explicações inúteis? — Uso sarcasmo ao falar as duas ultimas palavras e tento passar meus dedos pelo seu peitoral só para provoca-lo.

— Prefiro que saia do meu quarto. — Ele segura em minhas mãos me impedindo de toca-lo. 

— Já disse que só saio quando você me escutar. — Me recomponho e volto a encara-lo.

— Deixe de ser infantil Tayla! — Sua voz se altera.

— Quer mesmo falar de infantilidade Dylan? — Pergunto desacreditada. — Você está a uma semana me ignorando por um mal entendido e quer falar que eu sou infantil? 

Ele rir.

— Mal entendido Lie? — E esse era o terceiro apelido que ele me deu quando eramos crianças.

Lie significa mentira, ele sempre disse que eu era uma boa mentirosa, e esse apelido significava na maioria das vezes que ele sabia quando eu estava mentindo.

As vezes dávamos outro significado a esse apelido, como quando ele precisava que eu confirmasse uma mentira que estávamos contando a seus pais.

Em alguns casos esse apelido era útil, porém era o que eu mais odiava, principalmente em circunstâncias como essa.

Ele estava afirmando que eu estava mentindo.

Geralmente não me irrita tanto porque eu realmente estou mentindo, mas dessa vez eu falava a verdade.

— É isso que você acha? — Ele apenas assente, sabia exatamente o que eu queria dizer com aquilo. — Certo! — Me viro para sair, não podia obriga-lo a acreditar em mim.

Talvez eu estivesse sendo fraca em não insistir mais um pouco, mas a verdade é que eu mesma sabia que nada que eu falasse poderia fazer ele esquecer sobre minha desconfiança.

Esse era um problema que eu sei que ele carregava desde sempre,  não culpo nossos pais por isso mas sei que eles tem grande influência em ele ser assim.

Depositaram sempre muitas responsabilidades a Dylan e nem sempre ele soube como lidar com elas, então nossos pais sempre duvidaram de sua capacidade para quase tudo.

— Acha mesmo que eu seria capaz de mentir só para transar com você? — Sua pergunta me pega de surpresa e eu me viro para olha-lo.

— Não! — Minha voz sai mais abalada do que gostaria. — Foi por impulso. — Me aproximo dele tentando remediar a minha próxima fala para que eu consiga desistir a tempo. — E por ciúmes. — Suspiro ao perceber que ele não irá falar nada. — Confiei em você até o último momento, a última coisa que cogitei foi aquilo.

Ele me analisa por um tempo antes de responder, se fosse tão bom em descobrir mentiras como eu, saberia que não era uma.

— Mas cogitou! — Parece ser sua palavras final e eu decido não insistir, vim aqui determinada mas quando suas palavras se tornam em vãs não vale a pena insistir.

Me viro em direção a porta novamente e quando estou próxima a ela sou jogada na parede.

Dylan pressiona meu corpo com o seu e me olha nos olhos antes de começar a me beijar ferozmente.

Ele segura meus cabelos com uma de suas mãos enquanto a outra passeia pelo meu corpo, sinto ele enfiar a mão por dentro da minha calcinha e me contraio com o prazer que seus dedos dentro de mim me dar.

— Dylan... — Gemo baixinho e ele desce sua mão que estava em meus cabelos para o meu peito e o aperta com força por debaixo da roupa.

— Para que você entenda que não pode me provocar dessa forma.  — Ele fala se afastando bruscamente de mim e quando percebo ele está com a chave em suas mãos abrindo a porta. 

Porra era só para isso?

— Foi a ultima vez que eu encostei em você, acredite. — Ele diz antes de fechar a porta do quarto comigo do lado de fora.

Chave maldita, homem mais maldito ainda.

Continua. . .

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