Capítulo 45

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CAPÍTULO QUARENTA E CINCO - ONDE O CAOS COMEÇA

— Passei muitos dias procurando por seu pai nos sistemas, mas mesmo delimitando a pesquisa em apenas o estado da Califórnia, ainda existiam muitos homens com o mesmo nome. Então eu acabei tentando reduzir a pesquisa para o ano em que você nasceu, sete meses antes, logo no início do ano, um homem com o mesmo nome e idade recebeu a cidadania e emitiu a identidade nacional. Ele era da Itália.

— Mas meu pai é americano. — digo tentando entender a relação, antes que eu possa dizer mais alguma coisa Sam tira uma imagem do bolso e me entrega, meu susto é imediato.

— Essa é a foto da CNH do homem. — O homem era meu pai, quase dez anos mais jovem do que eu costumava me lembrar. — Pela sua reação não preciso fazer mais perguntas.

— Não. — Digo ainda perplexa, tentando entender o porquê de terem mentido sobre isso para mim. — Tem mais alguma coisa que eu deva saber?— Sam me olhou entristecido.

— Por enquanto não, vou continuar procurando por algo mais concreto mas por hora eu preciso ir, Anna está procurando por mim. — concordo e o abraço.

— Obrigada por tudo que você vem fazendo por mim e pela amizade que você me ofereceu. — ele sorri de forma simples e genuína.

— Sua amizade salvou minha vida. — ele beija minha testa. — conte comigo até o fim garota. — colocou a taça na mesinha ao lado do sofá e saiu do escritório.

Respirei fundo me permitindo alguns segundos de felicidade, Sam era o amigo que eu sonhei desde o dia em que Dylan se afastou.

Saí do escritório depois de alguns minutos e segui direto pra a cozinha, não estava com fome mas precisava falar com Lucy.

— Olá querida. — ela sorriu pra mim sem dar muita atenção, estava ocupada ensinando a nova cozinheira como as coisas deveriam ser preparadas.

— Posso falar com você rapidinho? — dei um olhar significativo para ela, não deveria ser na frente de ninguém.

— Claro. — ela entendeu e fez sinal para que eu a seguisse para uma área isolada da casa que eu não costumava ir. — Sobre o que você quer falar?

— Você disse que conhecia minha mãe, Isabel, é verdade? — ela engoliu em seco, não parecia disposta como naquele dia a falar sobre.

— Sim, eu a conheci.

— E meu pai Robert? — ela assentiu.

— Ele também, eram pessoas muito boas, é uma pena que eles não tenham conseguido te ver crescer. — ela lamenta e parece realmente triste.

— O que você sabia sobre eles?

— Não muito. — engoliu em seco novamente. — Eram pais amorosos, infelizmente sua mãe era muito frágil, ela não ficou muito bem depois do parto e não pode aproveitar você como ela gostaria, mas ela te amou muito e apesar de tudo nunca se arrependeu de ter tido você. — sorriu triste e eu devolvi o sorriso.

— Não me lembro muito dela. Na verdade pra ser sincera não me lembro nem um pouco. — Lucy assentiu.

— É normal, você era um bebê quando ela foi embora.

— Pode dizer "quando ela faleceu", é estranho mas não me incomoda, acho que não tive tempo de criar laços com ela. — Lucy concordou nervosa.

— É. Acho que sim. Pra mim ainda é tão estranho. — e ela saiu quase correndo para longe de mim.

— "Apesar de tudo ela nunca se arrependeu de ter tido você" — repeti baixinho tentando entender o quê nessa frase tinha feito minha mente apitar. O que ela queria dizer com "apesar de tudo"?

A PrometidaWhere stories live. Discover now