A Prometida

Capítulo 29

CAPÍTULO VINTE E NOVE - ESTILISTA

Eu estava voltando do banheiro quando notei Dylan em uma ligação que parecia estar chateando-o, demorei alguns segundos para perceber que o celular que ele segurava era na verdade o meu.

— Ela é minha noiva! — vociferou no mesmo momento em que eu apareci e puxei o celular de sua mão.

— Alô? — eu disse ao levar o celular ao meu ouvido. Encarei Dylan esperando por uma explicação, que não veio por meio dele.

— Gatinha? — uma voz que eu me lembrava vagamente respondeu do outro lado da linha e logo em seguida uma gargalhada única foi emitida pelo mesmo.

— Geysan é você? — Eu estava tão surpresa que nem percebi quando dei as costas para Dylan.

— Sim gatinha, sou eu! — outra risada escandalosa que não combinava em nada com a voz grossa e as roupas impecáveis do homem do outro lado da linha. — Seu noivo é um pouco estressado, não acha?

Ignorei seu último comentário e sentei em meu lugar á mesa.
— O que aconteceu para você me ligar depois de tanto tempo? Você está sempre tão ocupado. — Olhei para Dylan que continuava irritado e intrigado.

— Você me levou aos trends do Twitter gatinha, como eu poderia não ligar? Aliás, obrigado pela propaganda gratuita que você fez para mim. — mais uma de suas risadas escandalosas.

— Foi um retribuição pelo vestido maravilhoso. — sorrir ao perceber que finalmente Dylan parecia ter entendido, mesmo assim ele não estava nada contente.

— Estou te ligando para fazer uma proposta... — começou ele.

— Sou todo ouvidos — respondi observando o prato quase intacto a minha frente, rapidamente desviei o olhar e beberiquei um pouco do vinho em minha taça.

— Soube que está morando na cidade de Nova Iorque...

— Estou, — respondo depois de mais um gole do vinho. — e você?

— Cheguei em Nova Iorque ontem, podemos nos encontrar hoje mesmo?

— Posso escolher o lugar? — pergunto depositando a taça sobre a mesa.

— Você que manda gatinha.

* * *

— Vai me explicar o que está acontecendo? — Dylan gritou quando entramos no elevador de seu prédio.

Bufei e cruzei os braços.
— Quando você falar direito comigo.

— E não estou? — perguntou  ainda alterado e eu apertei o botão que fazia o elevador parar. Apesar de provavelmente não ser possível de nos ouvir dentro da caixa de vidro reforçado, com certeza poderiam nos ver.

— Qual o seu problema? — gritei. — Hoje de manhã  você disse que tinha me perdoado, mas quando foi me buscar quase quebrou meu pulso e agora não para de gritar comigo,  então me diga, Qual. O. Seu. Problema? — me descontrolei mais do que eu pretendia e ele recuou um passo.

— Me desculpe, eu não...

— É você não queria ter me machucado, eu sei você já disse — apertei o botão para o elevador voltar a andar mas ele o fez parar novamente

— Não, eu não queria, e eu também não queria gritar com você, nem te deixar assim... — ele suspirou e passou a mão no cabelo antes de continuar a falar. — olha me desculpa, eu sei que sou um babaca com você quase o tempo todo e você não merece isso, mas eu... — Ele arregalou os olhos e comprimiu os lábios antes de confessar. — Acho que eu posso estar com ciúmes.