Capítulo 36

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CAPÍTULO TRINTA E SEIS - SEGREDOS E SEQUELAS

Sam voltou para a sala de espera privada enquanto eu andava pelo quarto andar do hospital como uma forma de arejar meus pensamentos.

Esse era um hospital referência do País e o melhor do Estado, cinco pacientes era o máximo que eles aceitavam por andar, para que todos pudessem ter um atendimento concentrado. O quarto andar era o andar de quartos privados que podiam servir tanto de enfermaria quanto UTI.

Estava procurando por um banheiro quando ouvi vozes por trás de uma porta branca com uma placa prata e preta escrita "2D". Eu sabia que era o quarto de um paciente e que deveria sair daquela ala já que provavelmente não era permitido minha presença ali, mas algo entre curiosidade e sexto sentido me fez parar e me aproximar da porta que estava poucos centímetros aberta, muito provavelmente o paciente não podia ficar com a porta fechada durante uma visita exatamente para evitar que coisas como brigas acontecessem.

As duas vozes que eu logo reconheci apesar da clara rouquidão em uma delas, eram de Dylan e meu pai. Eles não estavam exatamente gritando, mas com certeza não conversavam baixo.

— Eu sei disso desde meus quinze anos! Ela é minha responsabilidade desde o dia em que foi morar comigo, cui... — Dylan foi interrompido pela risada amarga de Austin.

— Se essa é a forma de você mostrar responsabilidade por ela, então eu acho que o acordo de casamento foi uma burrice minha, da sua mãe e dos pais dela. Por mim esse casamento nem acontecia mais! — me surpreendi por até em um momento como esse, o assunto discutido ser o nosso casamento.

— Mas irá acontecer! Por mim no próximo mês. Não irei fugir do meu dever.

— Ainda é sobre o dever Dylan? Ou tem algo mais? — olhei pela fresta da porta e conseguir detectar o exato momento em que Dylan paralisou.

— Se até você acreditou em nossa encenação então é porque eu e ela estamos indo bem. — Dylan deu de ombros tentando parecer descontraído.

— Você já a levou para a cama não foi? — Eu não conseguia ver meu pai mas sabia pelo seu novo tom de voz que sua paciência estava por um fio.

— Eu e ela vamos nos casar, então qual o problema?

— O problema meu filho, é que você deveria encarar isso com a seriedade de um trabalho, porque é o que é. Não me importo que ela se envolva, nós sabíamos que ia acontecer, mas você deveria estabelecer limites suficientes para que sua paixão não coloque em risco a vida da...

Entrei no quarto interrompendo a conversa.
— Vejo que estão falando da minha vida sem a minha presença, como é de costume. — os dois se assustam mas é meu pai cheio de machucados pelo rosto e curativos pelo corpo que faz uma pergunta.

— O que você ouviu? — ele parece abalado, vejo seus batimentos subirem rapidamente.

— Cheguei agora. Não ouvi mais do que sua pergunta sem nexo, se eu fui pra cama ou não com meu noivo, é um problema nosso. — Afirmei vendo o alívio se instalar em meu pai mas não em Dylan.

— Ela deveria saber, pai. — Dylan me olhou por breves segundos e então desviou o olhar de volta para o seu pai. Ótimo, o que está acontecendo aqui?

— O que eu deveria saber?

— Nada! Não é uma escolha sua Dylan, sua imprudência vem ferrando tudo. Ter suas próprias empresas e seu próprio dinheiro não te isenta de nenhuma responsabilidade.

— E em que momento eu disse que ia fugir? Estou justamente tentando assumi-las da forma correta.

— A forma correta é como eu disse que é. Nós não arriscamos a vida para depois você vir e querer jogar tudo que já fizemos fora, você tem...

A PrometidaWhere stories live. Discover now