A vilã que amava super heróis

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Enquanto observa Safira fazer as malas, Yuka balança a cabeça de forma negativa. Ela conhecia Safira muito bem, ela amava super heróis com todas as suas forças. Se existia nesse mundo uma fã de todo e qualquer herói, essa era Safira.

Safira, desde nova, sempre amou super heróis, seu passatempo era ficar vendo as notícias, entrar em grupos de fãs e ter todos objetos que estavam relacionados a super. As pessoas achavam que ela seria uma heroína algum dia, mas não foi o que aconteceu.

Ela foi abandonada ainda bebê na porta de um orfanato, ela não tinha família, ela não tinha ninguém. À medida que foi crescendo, ela via seus amiguinhos do orfanato terem sonhos e mais sonhos. Queriam ser adotados, ter uma família e ser felizes, ela assistia a tudo isso com muita felicidade, mas ela não tinha um sonho. As professoras do orfanato achavam isso estranho principalmente por ela ser uma criança brilhante e cheia de alegria.

—Você será adotada com certeza. Dizia uma das professoras do orfanato.

—Você é brilhante como uma joia preciosa. Dizia outra professora.

Safira pensava o motivo de acharem ela brilhante, ela só ficava feliz ouvindo os demais contarem suas aspirações. Não era que ela quisesse ser adotada ou ser heroína, tudo que ela fazia era porque ela gostava. Se ela achasse um hobbie que gostasse, se dedicava com todas as forças. Ela estava costumada a ver os casais visitarem o orfanato e tentarem interagir com as crianças, desde que ela podia se lembrar. Aquilo era divertido e por isso ela participava, mas não é que ela quisesse ser adotada.

Quando fez 4 anos, sua individualidade se manifestou, assim como diversas crianças no orfanato. Aqueles, que eram mais fortes, tentavam impor sua soberania sobre os mais fracos. Safira nunca participou desse tipo de atividade, ela só fazia aquilo que ela gostava, aquilo que chamava a sua atenção.

Ela sabia que os casais não se interessariam por ela à medida que crescia, por isso, ela nunca alimentou o sonho de ser adotada como os demais. As piores coisas que aconteciam no orfanato era ter seus sonhos quebrados.

Ela se lembrava bem daquele dia, uma criança adotada saía feliz se despedindo dos amigos. Safira, como as demais crianças, ficou contente e comemorou sua saída. Acontece que a sua individualidade estava começando a manifestar-se naquela época e ela sentiu que o desejo daqueles adultos não era o mesmo da criança.

—Agora que nosso amiguinho realizou seu sonho, vamos nos esforçar por realizar o nosso. Dizia a diretora animada.

Um sonho? O sonho da maioria das crianças era ter uma família ou ser um herói. Alguns mascaravam seus sonhos por atitudes agressivas e impondo sua força nos demais, para mascarar seus medos. Será que os sonhos eram tão finitos como os que ela via. A única criança realmente diferente era aquela que conseguia uma família, o sonho deles era mais brilhante que um diamante ao sol e aquilo trazia um sorriso aos lábios de Safira, quanto mais brilhante o sonho, maior o sorriso d amenina.

Mas, os sonhos possuem dois lados, um era brilhante e cheio de realização, o outro era negro e envolto em trevas, quando não conseguiam o que desejavam. As pessoas eram tão simples, sempre sonhando e desejando coisas e mais coisas, Safira só queria ver a felicidade nos demais. Aquilo a preenchia, era como se o sonho dela fosse ver o sonho dos demais se realizando.

Como ela sabia que os sonhos tinham cores diferentes devido a sua individualidade, em um dia chuvosos e frio, ela viu uma neblina se aproximar do orfanato pela janela. Ela não entendia o que estava acontecendo, tinha só 4 anos, mas aquilo significava alguém que perdeu seu precioso sonho. Ela correu para as escadas e ficou tentando ouvir o que acontecia no térreo, ela queria entender porque uma neblina tão negra veio ao seu lar.

A namorada de BakugouWhere stories live. Discover now