Parecia ter sido uma viagem mais curta do que realmente fora e chegaram quase que nove da noite. Observaram a praia com algumas pessoas aleatórias passando enquanto dirigia até a moça dizer que estava bom e parou perto de umas pedras bonitas.

Ela saiu do carro logo indo em direção à beirada da pedreira e Seungkwan encostou no capô do carro, aproveitando o vento gostoso e o cheiro de mar que não sentia há muito, observando a cena de longe, quieto. Respeitando o momento da moça, mas tinha algo errado.

Estranhou ao ver a moça rindo e puxando seus cabelos para trás, mas não fez nada. Apenas quando ela pegou o pote aberto largado no chão e se preparou para tacá-lo inteiro no mar, Seungkwan se aproximou gritando para que ela não o fizesse.

ㅡ Me perdoa interromper e não sei se é um ritual da sua religião ou algo assim, mas acho que não deva jogar o pote junto, moça ㅡ alertou preocupado olhando em volta se não tinha algum guarda ou algo assim, levariam uma boa multa. Ela riu, mas só estava sem palavras, na verdade.

ㅡ Então olha e me diz que não quer quebrar essa merda na minha cabeça ㅡesticou o pote em sua direção e ele recuou de primeira, mas pegou e percebeu o que acontecia.

Tinha suco de morango quente na vasilha e Seungkwan olhava o objeto em suas mãos e para a moça, alternando como estivesse digerindo ainda o que tinha acontecido.

ㅡ Seu pai devia estar aqui, não?

ㅡ É, não faz parte da minha religião fazer suco com as cinzas dos nossos parentes ㅡ dizia irônica, com as mãos puxando o cabelo para trás novamente em frustração e gritou um "inferno" aos ventos como se fosse lhe acalmar da raiva que mostrava, mas na real não sabia onde enfiar a cara e só queria pedir mil desculpas para o rapaz e chorar até o dia seguinte.

ㅡ An, e agora? ㅡ Perguntou.

O que fazer numa situação dessa? Ainda que ela estivesse sofrendo o luto ou que tivesse conseguido despejar as cinzas como queria, mas uma situação tão desgraçada assim nunca tinha rolado consigo e nem em filmes, não sabia o que fazer.

ㅡ Agora voltamos.

No carro, a moça chorava quieta no banco de trás e Seungkwan dirigia em silêncio o caminho de volta. Não sabia o que e nem se tinha o que dizer, então não arriscou. Quando pararam no posto de gasolina para abastecer o carro, ela se prontificou a pagar e compraram algumas coisas para comerem na estrada, estavam famintos.

Ela chegou a dormir um pouco e Seungkwan se mantinha concentrado na estrada, mas sentido o cansaço pegando pesado consigo. Estava com medo de dormir dirigindo sem nenhuma distração, até que ela resolveu dizer algo ao acordar.

ㅡ Acho que não era pra ser mesmo, né ㅡ soltou despretensiosamente, esperando que o motorista simplesmente ignorasse, mas ele olhou pelo retrovisor, esperando uma conclusão.

ㅡ Por que diz isso? Além de ter confundido e levado suco ao invés do seu pai?

ㅡ Ele disse que queria ser jogado na cidade natal dele. Que eu fizesse uma viagem legal e conhecesse os lugares que ele mais gostava, mas até hoje não consegui dinheiro ㅡ fez uma pausa para encher a boca de salgadinhos e mastigava devagar, engolindo o nó na garganta junto. ㅡ Não consegui fazer a viagem antes de dar um ano que ele morreu e sei lá, acho que pareceu uma boa jogar no mar, mas já tinha dado merda quando eu peguei o pote errado sem ver. Eu tinha que levar o suco pra reunião e meu pai pra casa da minha tia depois, então deixei eles juntos e não tenho culpa que era um jogo de pote tudo parecido.

Seungkwan não conseguiu evitar rir da última parte e ela o acompanhou, se sentindo mais leve por colocar para fora e por ele não estar bravo por ter feito uma viagem longa e cansativa para nada.

ㅡ Talvez não fosse mesmo pra ser. Porque você vai conseguir o dinheiro um dia, não importa quando, e vai fazer isso como ele disse e se sentir bem, não fazendo por desespero, sabe? E eu mesmo me proponho de te levar ao aeroporto, porque é só o que as minhas costas vão aguentar depois de hoje ㅡ brincou, talvez não tanto assim, e ela riu, parecendo um pouco melhor.

Mais um bom tempo de viagem até chegarem na casa dela e já era madrugada, mas pelo menos tinham chego. Ela saiu do carro depois de pagar e agradecer inúmeras vezes antes de entrar cambaleando pelo cansaço na casa acabada e escura e o motorista esperou as luzes acenderem para ir embora.

Não sabia se ria pela situação desgraçada ou se chorava de dor nas pernas e costas por uma longa viagem assim que deitou em sua cama, mas simplesmente tinha feito e não tinha volta ou o que fazer agora. A não ser talvez fofocar um pouco.

ㅡ Você não vai acreditar na loucura que eu fiz hoje, Hansol.

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Minha intenção era fazer um especial de Halloween aqui e um especial de HP, mas obviamente deu errado, então fiquem com esse cap que eu não entendi o que escrevi pq tô com sono u.u

E é cada print de mensagem de uber que eu me impressiono, meudeus

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