- Ok. Acho que Henrique levou para outro quarto. Tá tendo uma reforma louca aqui. – Cate se exasperou jogando a cabeça para trás, enquanto seus olhos rolavam nas órbitas.

- Por isso todo esse pó. – Notei olhando ao redor.

- Vai lá dar uma limpadinha, Cate. – Bruno deu uma piscadela.

Caminhamos em direção ao corredor, ainda rindo um pouco por conta da piada que deixou Cate irritada voltando para o sofá e pisando duro pelo caminho.

- Docinho, vou pegar a mala que esqueci no carro. – Ele deu um tapinha em sua testa. – Vá separando nossas coisas.

- Vai lá. – Incentivei, sorrindo até que o mesmo saísse pela porta de entrada.

Pelo menos Henrique não estava em casa. Deveria estar em algum pub. Com Emily... ou com Melissa.

Suspirei, momentaneamente abalada. Deixando transparecer a tristeza dos últimos dias, ou semanas, já tinha perdido as contas.

Caminhei lentamente em direção ao quarto que dividia com Bruno, fiquei alarmada quando abri a porta e a mesma não se moveu.

- Baby? – Me virei ao som da voz de Cate, erguendo as sobrancelhas. – Está no último quarto, Henrique e Eliot decidiram arrumar esse aí. – Ela deu de ombros.

Caminhei o mais lentamente possível até o último quarto, reconhecendo-o. Era o quarto de diversões de Henrique.

Encarei a porta mais branca que o normal diante de mim. Notei que a maçaneta era dourada, com um brilho bem polido, diferenciando-se das demais de todo o apartamento. Apoiei minha mão na maçaneta e senti o frio contra o suor da minha mão.

Abri a mesma com impulso, joguei minhas pernas para dentro e entrei. Queria terminar com aquilo o mais rápido possível. A luz se acendeu e arfei, não consegui impedir que meu queixo ficasse levemente caído. Os lábios formando um “o” pequeno.

Senti algo tocar minha cabeça e se espalhar em torno de meus ombros. Levantei os olhos e o ventilador de teto girava bem rápido, espalhando pétalas de rosas vermelhas sobre mim. Sorri, animada com todo aquele tratamento. A porta se fechou atrás de mim e só então me virei. Notando todo o cômodo repleto de pétalas vermelhas pelo chão.

Henrique estava diante da porta. Cabelos penteados, músculos adornados sob um suéter verde e apenas uma rosa entre seus dedos; do jeitinho que eu gostava.

Fiquei estarrecida. Olhando-o por muito tempo, sem saber o que fazer; para onde olhar e até mesmo onde colocar minhas mãos trêmulas.

Olhei ao redor novamente. Vendo aquela quantidade de fotos em pequeninas telas com vídeos repetitivos, como gif. A cama era nova. Pois estava com o plástico e lençóis delicadamente dobradods na beirada.

E então uma música lenta e suave começou a soar.

Era de Ed Sheeran, a voz suave daquele ruivinho soando de várias direções. Aproximei-me de uma parede. Eram tantas fotografias. Minhas com Henrique. Eu sozinha. Henrique a sós. Mas só havia nós dois. Havia fotos que nunca pensei que realmente existiam e reconheci algumas daquela caixa na sala.

Havia algumas em especial.

Uma de Henrique e eu dormindo no sofá, em preto e branco. Minhas meias brancas ganhando destaque. Deitados de lado e um de seus braços segurando minha cintura. Outra de Henrique jogando Xbox e eu deitada ao seu lado, toda enrolada em um lençol até o queixo. Lembrava-me daquele dia. Sorri, relembrando que tentava atrapalha-lo em seu jogo.

Havia uma de Henrique correndo atrás de mim pela Jimks. Outra de quando chegamos à festa da piscina da Mansão do rapaz. Meus cabelos despenteados e um sorriso aberto no rosto de Henrique.

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