Capítulo IX

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─ Alana! Carine abriu a porta do quarto da filha e a encontrou dormindo. Alana acorde!

Os olhos dela foram se abrindo devagar.

─ Bom dia. – Murmurou baixinho, ronronando como uma gata.

─ Bom dia, minha querida.

A governanta abriu a janela e puxou o cobertor num movimento rápido enquanto Alana perguntava preguiçosamente:

─ Dormi muito?

─ Como nunca. Tive que vir te chamar porque você perdeu a hora. Levante-se. Não vou te dar um sermão porque você tem um bom motivo. Se divertiu ontem?

─ Sim, muito.

Ela sorriu de seu travesseiro espreguiçando e se lembrando dos eventos da noite passada. Parecia um sonho, mas sua mãe estava aqui perguntando sobre isso, então era uma prova de que não tinha sido um sonho, afinal. Depois de tanto tempo lutando contra pensamentos inapropriados em relação ao duque, fugindo dele e evitando seu olhar, finalmente teve que encará-lo. Ele assumira que havia sido tudo um logro para forçar esse encontro em circunstâncias especiais e acabou sendo muito mais do que ambos imaginaram.

Ela passou a ponta dos dedos nos lábios como se pudesse reviver os beijos que trocaram na sacada. Se alguém tivesse tido a ideia de aparecer por lá estariam perdidos, mas ela tinha uma intuição de que o visconde teria ficado por ali vigiando. Ele era um bom amigo e sabia de tudo, com certeza.

Ergueu-se e se esforçou para iniciar o dia, perdida em seus devaneios. A mãe saiu exclamando que ela estava muito lenta e que precisava se apressar e, finalmente, a realidade das obrigações tomou a prioridade de seus pensamentos.

─ Aí está a nossa Cinderela! – Maria segurava um espanador e foi a primeira a aparecer na sua frente, cheia de comentários. Não foi a única.

Assim que apareceu na cozinha começou a enxurrada de perguntas. Alana respondia pacientemente e com o máximo de discrição possível, apressando-se a iniciar suas tarefas e desculpando-se por não poder dar maiores detalhes por estar atrasada com o início de sua rotina. Nesta manhã, como na anterior, os lacaios serviram o café da manhã na mesa lotada. Este era o último dia e os convidados se preparavam para partir.

A criada de Lady Sanchez, ainda com o nariz vermelho pela gripe, procurou por Alana discretamente:

─ Senhorita Durval, minha senhora, Lady Sanchez pede que vá aos seus aposentos imediatamente, ela tem algo a lhe falar.

Surpresa, ela saiu o mais rapidamente possível.

Encontrou a baronesa sentada, como da outra vez em sua penteadeira, olhando seu reflexo no espelho, mas desta vez estava usando um traje diurno, com um lindo chapéu verde enfeitando sua cabeça. Ela virou-se para a porta ao notar a presença de Alana.

─ Entre, Senhorita Durval. - Sorriu e se corrigiu - Alana.

Levantou-se e foi ao seu encontro, buscando suas mãos.

─ Você foi a melhor surpresa desta temporada, minha querida, se não ocupasse a posição que ocupa nesta casa seríamos boas amigas e vou sentir falta de ter você como companhia nos próximos eventos que eu for.

─ Muito obrigada, senhora. Não tenho palavras para agradecer por sua boa vontade comigo. Também gostei bastante das nossas conversas.

─ Cá entre nós, foi bom mudar um pouco de assunto, os temas das conversas femininas são sempre as fofocas e os homens, você não estava a par de nenhum, então tivemos que nos ajustar. Falar sobre o rei, jardins e decoração; coisas triviais, foi um alívio para mim e para muitas de nós.

A Lei e o destinoDär berättelser lever. Upptäck nu