Conto 1

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ALYA EILEEN

Eu tinha vinte e dois anos quando passei de universitária na CDEA para estagiária nesta mesma, acontece que apesar de filha da fundadora, haviam pessoas mais capacitadas nas áreas de ensino desta, e não era como se eu precisasse trabalhar. Dinheiro não era um problema, não conseguia gestar metade da minha mesada antes de recebe-la novamente, a coisa com o trabalho é que eu gostava do ambiente, as pessoas para lá e para cá, porque sempre tinha algo para fazer, e era uma forma legal de passar o tempo. Também tinha o fato de que ao trabalhar na CDEA eu podia me mudar para um dos apartamentos desta, coisa que fiz. Não entenda mal, amo meus pais, minha mãe é a melhor, meu pai é bem legal também, o problema é que papai também é muito ciumento e aterrorizava todos os meus namorados, não havia uma excessaozinha, sério. E com o meu casinho atual acho que ele teria um ataque, então eu vinha protelando.

Era amigo do meu pai, e tinha idade para ser meu pai. Viu o meu dilema?

Nos encontravamos na CDEA a cada duas semanas, ele havia se associado a universidade para ter livre acesso, eu costumava avisa-lo quando minha mãe não estava, para não correr o risco de se encontrarem.

No início foi extranho, eu o conhecia por nome desde sempre, o vi pessoalmente aos dezoito em um jantar em casa, comecei a ficar atraída por ele aos dezenove. Era muito bonito para a idade que tinha, com seus olhos verdes e cabelo castanho e ondulado , devia ter parado de envelhecer com aproximadamente 25, não fiz as contas, nem perguntei. Nos envovelmos antes dos meus vinte anos, casualmente, no inicio, eu ainda era virgem e tals, ele teve de ser paciente, quando avançamos esse passo eu tinha vinte e um e já estavamos mais sérios, e tudo só se intensificava com os anos. Mas nenhum de nós tinha coragem para contar a ninguém.

Naquela manhã de primavera acordei com Kendal se enrolando com suas escamas frias em meu tornozelo, era uma serpente dourada, ganhei do Nash para exercitar minha ofidioglotia. Minha mãe tentou conversar comigo sobre eu ser adotada quando eu descobri poder falar com cobras, eu devia ter uns 10 anos, me fiz de surda e disse que eles eram meus pais sim, e que eu não queria ouvir mais nadinha daquilo, coisa que eu ainda não quero, devo ressaltar.

Disse a Kendal que já tinha acordado, e ela disse que tava com fome, fui lá na minha geladeira pegar o ratinho morto dela. Então fui tomar um banho de chuveiro, ainda era cedo e eu pretendia almoçar no refeitorio no patio aberto da CDEA e ir fazer a lista de controle de produção das poções que estavamos exportando e importando. Todas tinham uma regra ou consequência de consumo, a de regeneração só curaria suas feridas e devolveria seus membros  durante 20 minutos, os resultados daquele consumo permaneceriam para sempre, porem a poção só poderia ser usada novamente por essa pessoa no mínimo dois anos depois, do contrário desfazeria tudo o que a primeira fez. A da juventude só podia ser consumida apartir dos 21 anos e deixava o bruxo estéril_ algo que me receava, eu queria ter um filho, saber que Téo não podia mais me deixava infeliz. E ainda assim eu não tomara, talvez acreditasse que por milagre conseguiria ser mãe no futuro, mesmo com a esterilidade dele._ e tinha a poção do lobisomem, é claro, até o momento os únicos efeitos comprovados era uma dor de corpo terrivel e insônia, ambos nas noites de lua cheia.

Encontrei ele no corredor quando voltava para meu quarto na área residêncial, pretendia me fazer uma surpresa, ele disse. Fiquei tão feliz, não o via a quase um mês. Sentia tanto a sua falta que assim que entramos no meu apartamento atirei-me em seus braços. Beijei-o profundamente e com um sorriso ele pegou-me no colo e conduziu-me para nossa cama.

Pretediamos sair para jantar na cidade após ficarmos todo aquele tempo enclausurados no quarto. No entanto nem passamos do corredor, abrimos a porta e estancamos ali mesmo.

  ℬ𝓁ℴℴ𝒹 ℬ𝓁𝒶𝒸𝓀 Onde histórias criam vida. Descubra agora