Capítulo 2 S.T

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As coisas se ajeitaram em um ritmo absurdo, eu fui encaixada naquela nova realidade de forma quase mecânica

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As coisas se ajeitaram em um ritmo absurdo, eu fui encaixada naquela nova realidade de forma quase mecânica. Só precisei fazer o que meu pai me aconselhou após falar que conversara com Narcisa, deixar tudo por conta de Draco, que ele saberia como resolver e me manteria longe de coisas perigosas, e só preciso pensar que quase morri da última vez que tentei fazer as coisas do meu jeito, para eu concordar plenamente com eles. 

Eu andava geralmente com Malfoy e seus amigos, que passaram a ser os meus, é isso o que acontece quando você não tem memória e convive com certas pessoas por um tempo. Eu falava bastante com Zabine, Theodore e Parkinson — após o término dela e Draco, que garantiu que o que aconteceu conosco não tinha peso na questão. —  que ainda andava com o mesmo grupo, eu não conversava com Gregory ou Vincente, porque eram incapazes de manter uma conversa comigo, então Draco me ensinou a mandar neles. Demorei para aceitar que isso era normal para aqueles dois.

Hogwarts também tinha uma nova professora, mandada pelo ministro para vigiar Dumbleodore e Potter, depois das alegações sobre a volta de Voldemort que foram feitas após o torneio. Draco me disse. Eu conversei com ela no meu primeiro dia de aula, foi um conversa confortável com chá e biscoitos em sua sala, mais ela ficava me chamando de mocinha adorável e era estranho, sei lá, felizmente achei um ponto de conversa em comum, nós duas gostavamos de gatos e passamos horas falando deles, eu já tinha tido um gato egípcio quando tinha cinco anos, na época eu nunca tinha visto um gato na vida, então fiz Monstro comprar todo e qualquer livro e artigo a respeito, no fim da semana eu era quase uma especialista no assunto. Estava sempre lendo algo novo, parei depois que meu gatinho morreu. Quando contei isso a ela, ela foi as lágrimas, o estranho é que eu não pretendia contar, apenas saiu. Ela havia limpado as lágrimas com um lencinho e disse que eu estava liberada, desde então ela é boa comigo e percebo que tem me beneficiado nas aulas, e ainda tomamos chá vez ou outra, eu gosto de chá.

Era aula dela aquele dia, eu fui a primeira a chegar e  me sentei na segunda mesa a esquerda sozinha, como Aquamarine e eu temos andado pouco juntas ultimamente porque ela parece se sentir incomodada com o Malfoy, não sei porque, no entanto ela esta me evitando, então não vem mais as aulas comigo. Já Madson esta mais proxima depois que Zabine a convidou para ir com ele no primeiro passeio a Hogsmead, que aconteceria semana que vem.

Após mim, chegou o trio de ouro, com poucos segundos de diferença, sabia que Potter estava tentando falar comigo desde que voltei, parece que agora ele conseguiria. Soltei baixinho uma maldição por não ter esperado Draco assim que o Potter se aproximou, e sentou no lugar a meu lado na mesa.

Ele tentou formular uma frase, demorou o suficiente para que eu começasse a olha-lo impaciente 

— Só desembuxe Potter. Por favor, não prolongue as coisas. —  digo batendo a ponta de minha pena no papel, mais para ter o que fazer que por necessidade.

— Dizem que você não se lembra do que aconteceu, quero saber tem algo que você lembre daquele dia, qualquer coisa. — ele disse.

— Alem de quase ter morrido? — a ironia saiu espontânea por meus lábios.

— Pode só me dizer? — perguntou balançando a cabeça frustrado.

— Por que? Quer saber se eu lembro de ver Voldemort e seus seguidores?

Ele arregala os olhos.

— Você lembra?!

Sorri. Só podia ser brincadeira.

— Santo Potter, não dá pra lembrar do que nunca aconteceu. — falo.

Ele esta ansioso e tenta de novo.

— Você lembra de alguma coisa? — repete.

— Vamos acabar com isso de uma vez. Tenho imagens rápidas do que pode ter acontecido naquele dia. Se resumem em três, eu presa em algum lugar, paredes de plantas se fechando atrás de mim. Barulhos de expulsão e alguem me tirando debaixo de pedras gigantes, e essa última pode ter sido distorcida por que eu devia estar com uma dor lancinante. — digo enquanto ele me ouve com atenção, pensando em todas as notícias do ministério que sairam nos ultimos meses.— Agora vamos ao que eu sei, você esta tão louco que afirma que foi perseguido por dementadores que jamais poderiam sair de suas obrigações em Askabam sem o conhecimento do ministro. É tão inconsequente que usou magia na frente de uma trouxa. Isto tudo enquanto afirma que o Lord das trevas voltou durante um torneio e sem prova alguma.

— Cedrico tambem viu, eles estava lá, ele confirma isso. — defende-se.

— Diggory me viu sofre um acidente horrivel que afirma dever ter acontecido com ele, me viu morrendo diante dele, isso poderia desequilibrar qualquer um. Os psicólogos chamam isso de culpa de sobrevivente. E o que eu, e a maioria das pessoas pensam sobre a mudança na versão dele dos fatos é que ele estava tão desesperado para acreditar em algo que o isentasse de qualquer culpa que se apegou a sua idéia de que voce-sabe-quem havia retornado e fui ferida durante um duelo contra comensais da morte, não em decorrência de qualquer coisa senão meu ataque de heroísmo. — fui deboxada. — Os trouxas chamam isso de histeria múltipla. 

— Por que me odeia? — perguntou olhando-me.

Neguei com a cabeça.

— Eu não odeio você. Nem por isso tenho que gostar de você. Potter. — suspiro ainda movendo minha cabeça — Harry, nem tudo é sobre você.

Ficamos em silêncio por um tempo. Os alunos já estavam aumentando em quantidade na sala.

— Pode sentar em outro lugar? — digo, mas não foi uma pergunta.

Ele levantou e foi sentar com o amigo ruivo, percebi que a garota com eles, Granger, ainda me olhou por um tempo antes de desviar o olhar.

Qual era o problema com essa garota?

Uma garota se sentou ao meu lado, tinha cabelos castanhos e ondulados, olhos azuis claríssimos que pareciam verdes quando a luz mudava um pouco.

Mas ela nem ficou muito tempo porque Pansy chegou e mandou ela sair. E assim ela o fez. A professora chegou logo depois.

Não vou mentir, eu detestava aquela aula. Mas não tanto quanto Potter que em determinado momento chamou a professora e o ministério de mentirosos. E foi suspenso imediatamente.

Grifinoria perdeu 100 pontos e a aula torturante continuou.

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