Capítulo 12 S.T.

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ELE

Acordei na minha cama, as memórias de antes em um névoa um tanto distante, eu me sentia abatida e fraca. Mas eu estava tão aliviada por estar em casa, reconhecer aquelas paredes, cortinas e lençóis me fez sentir um pouquinho melhor.

A porta do quarto se abriu e o garoto alto e magro, com grandes olhos azuis, entrou no quarto e parou, então veio até mim, se sentou na beira da cama. Parecia feliz em me ver.

— Cedrico. — murmurei tentando me sentar.

— Fica deitada. — ele pediu parecendo preocupado — você esta muito fraca. .

Fiquei.

— É você mesmo, eu pensei ter delirado.

Ele sorriu.

— tudo bem, você realmente estava bem ruim quando chegamos. — fala.

— Como chegaram aqui? E meu.. meu pai está aqui? — perguntei, minha voz falhou, e eu sentia a minha garganta muito seca. — água.

Ele acentiu e foi até a jarra na mesinha de canto, colocou um pouco no copo ao lado e voltou, sentou ao meu lado e me ajudou a beber, ele foi paciente e quanto terminei colocou o copo vazio em algum lugar no chão ali perto. Antes de explicar.

— Seu elfo encontrou você desacordada, trouxe você para dentro, tentou entrar em contato com o professor e os Malfoys, quando não encontrou nenhum deles, ele pensou em um amigo, acontece que as únicas cartas que você recebe são de Malfoy e nossas. — ele me lançou um olhar de pena, mais não consegui odia-lo por isso, foi como a primeira vez que ouvi, todo aquele sentimento fluindo dentro de mim, o frio na barrica, tudo. — Então ele apareceu em nossa casa, e viemos assim que nos contou, você estava muito mal. Elektra, o que houve?

Meu coração se rompeu e derramou toda a dor que eu vinha acumulando todos esses anos, chorei como nunca tinha feito, ele me puxou para ele, me abraçou com força enquanto tudo desabava em cima de mim, uma mão alisava minha costa de modo consolidor, a outra fazia carinho em meu cabelo, quase protetor.

Ele só se afastou um pouco quando viu que eu ja não tinha lagrimas para chorar, levou a mão até a minha bochecha e limpo o rastro das últimas lagrimas com o polegar.

— Você não tem que ser forte o tempo todo. — falou.

Preciso, se não, não vou durar.

O senhor Diggory apareceu mais tarde e me trouxe uma sopa/poção para me ajudar a recuperar, ja que Monstro estava ocupado preparando a ceia, era natal, dormi por quase dois dias, perdi a vespera de natal, mais eles decidiram comemorar hoje porque eu acordei, já que ontem ninguém tinha cabeça para fazer algo. Pedi para ninguém falar nada a meu pai sobre o que aconteceu comigo, porque eu não queria preocupa-lo nem ver ele do jeito que ficou depois dos eventos do torneio, eles aceitaram depois de alguma relutância.

Ja melhor depois de o senhor Diggory me entupir de comida, consegui caminhar até a escrivaninha quando Cedrico desceu para ficar com o pai. Ali eu escrevi para Adrian, mas não o que eu pensei que escreveria, Cedrico foi a variante que mudou completamente a resposta que eu daria, porque a verdade é que eu não poderia aceitar a proposta de Pucey baseada apenas no bem estar que ele me causava, ou no gostar de sua proximidade como uma garota gosta da proximidade de um garoto bonito. Quando Pucey não é capaz de desencadear nem metade dos sentimentos que tenho por Cedrico, que parecem incapazes de morrer não importa o que eu tente fazer.

...Não quero te perder, mas não posso fazer isso com você, nem comigo. Talvez com o tempo isso mude, mas tambem não posso te pedir para esperar, então eu apenas posso dizer. Eu, verdadeiramente, sinto muito.

Da sua amiga, se você ainda me permitir ser nomeada assim. Perdão.

ELEKTRA BLACK

F

oi o que escrevi no vim da carta, eu senti que voltaria a chorar se não voltasse a assumir o controle.

Tomei um banho, ficando bem melhor ao fim de meia hora, as ervas no banho quente despertando meus músculos e tirando de mim todo o cansaço, depois de mais uma poção fortificante eu ja parecia como nova.

O vestido que comprei para o natal havia ficado com algumas coisas na casa dos Weasley, não muitas porque eu não levei mais do que achei necessário por alguns dias. Então escolhi colocar meu vestido preferido, eu não tinham muito onde usa-lo porque saia pouco, mais eu tinha vontade que alguem me visse com ele e o achasse tão bonito como eu.

Fiquei um tempo o admirando em mim no espelho, antes de começar a desembaraçar meu cabelo. Passei meu perfume, esse tinha aroma de pessego e flores silvestres, era novo, lembro que camprei porque lembrava o campo, ou como eu pensava que era o campo. Coloquei um pequeno colar de ouro, com um pequeno relicário, eu o usava todos os anos em ocasiões assim, por mais que não fizessemos nada as vezes, aquela peça delicada era a coisa mais preciosa que eu tinha, bem mais preciosa que o anel dos Black, meu pai me deu quando fiz nove anos, foi na mãe dele, e da mãe dela antes disso. Foi a unica joia que eu usei, retirei o anel da minha familia do dedo e o guardei, queria ser só uma Price aquela noite. Senti uma falta esmagadora do meu pai ao pensar nisso mas respirei fundo, fechei os olhos e me levantei.

Ouvi Monstro bater na porta para avisar que a ceia estava pronta, e que os outros estavam me esperando na sala.

Escolhi ficar descalça, para a minha própria surpresa.

Desci ansiosa e fui pega de surpresa por um grande Pinheiro decorado com bolas e luzes, que não estava ali pelo que eu lembrava, e na frente deles estavam pai e filho.

Cedrico me viu primento, estava conversando com o pai que estava de costas para mim, mas parou por longos segundos olhando para mim, os lábios entreabertos mas sem expressar um sequer palavra. O senhor Diggory se virou diante da quietude repentina dele e me viu.

— Você está muito bonita, querida. — disse Amos fazendo meu rosto esquentar enquanto eu ia hesitante ao encontro dos dois.

— Obrigada, Sr.Diggory. — digo sem jeito, um estado raro para mim, eu não entendo porque eu estava assim.

Nos dirigimos para a mesa, convidei Monstro para comer conosco, por costume, então perguntei para os convidados se eles se importavam, eles disseram que pelo contrário, achavam uma ótima idéia. Comemos todos juntos, enquanto o Sr.Diggory guiava-nos por uma conversa animada sobre a infância de Cedrico e me fazia dar gargalhadas, e Cedrico ria enquanto tentava se defender.

Quando terminamos fomos para a sala, o Sr.Diggory me ensinou a brincar de mímica, eu era péssima, mais era muito divertido. O senhor Amos imitando  Rita Skeeter foi a coisa mais engraçada que ja vi, e ri junto a Cedrico até minha barriga doer, tocava uma musica animada baixinho no rádio, que Cedrico aumentou enquanto o Amos me tirou para dançar após empurrarmos os móveis de centro para o lado.

Nos moviamos para lá e para cá e giravamos para lá é para cá na nossa dança inventada e descompassada, com alegria pura enquanto faziamos da sala um salão de baile. A batida mudou mais contínuava rápida, Cedrico e eu dançamos enquanto o pai sentava no sofa para se recuperar do cansaço da idade, já eu e o filho, jovens, dançamos até nossos pés doerem.

Naquela noite eu senti a mais pura felicidade, e um sorriso dançou em meus lábios até que eu adormecesse em minha cama horas mais tarde.

Cedrico e o pai foram embora três dias depois.

  ℬ𝓁ℴℴ𝒹 ℬ𝓁𝒶𝒸𝓀 Where stories live. Discover now