Capítulo 11 T.T.

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Conflito interno Part.1

— Cedrico? — perguntei para as mãos que tampavam meus olhos.

Eu estava sentada no banco em frente a casa, envolta em um cobertor grosso e com uma caneca quente de chocolate nas mãos. Eu estava estranha desde a carta, eu sabia. Mas eu era amiga da Aquamarine, como eu nao percebi? Todos os sinais sempre estiveram lá, agora que eu paro para pensar. E eu via mas ignorava. Eu me sentia pessima, queria ir visita-la, escrevi para ela, ela me escreveu que estava bem e que os pais dela e os de Bruce tinham se acertado e eles estavam noivos, se casariam em fevereiro. De tudo o que eu podia desejar a minha amiga, Bruce não era só a última coisa, como nem chegou a entrar em lista alguma.

Eu também vinha me correspondendo com Regina, e estou com uma carta dela na mão naquele exato momento. Pedi a ela para ficar com Cat pouco depois do natal, porque me senti culpada por não ter falado sobre o que ouvi sobre a mãe dela, e não queria que ela passasse por isso apenas com o pai, e eu não tinha coragem de ir até lá para dar apoio, fingindo que eu não sabia disso a tempos. Então fiz Regina ir no meu lugar, ela estranhou a princípio, porque eu não disse porque eu queria que ela fosse ali, apenas falei que ela entenderia quando chegasse lá, e que isso era importante o suficiente para cruzar grande parte do campo minado que era o mundo bruxo no momento.

Eu conseguia fingir que tudo estava bem enquanto eu estava na casa de Cedrico, porque estar com ele era algo que eu sonhava desde os meus quatorze anos, quando vi ele pela primeira vez. Mais o momento em que tudo aconteceu me fazia sentir culpada por estar feliz. E as cartas_como a que estou segurando_ me ancoravam na realidade.

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Para Elektra Black
Em **********

Ela está bem na medida do possível, não fala com ninguém desde que cheguei e chora bastante quando acha que ninguém esta vendo, o pai dela também faz esta segunda coisa. Estou garantindo que eles comam direito e nos horários certos, arrumo a casa cedo antes que eles acordem sem fazer barulho, eles andam tendo dificuldades para dormir e Cat tem pesadelos quase toda a noite. Mais não é para menos. Estou me virando com os Blum, rezo para que as coisas melhorem.

As buscas pela mãe dela continuam, mais agora acho que eles não procuram por ela viva depois deste tempo todo. Ninguém diz isso em voz alta, penso que eles querem manter a esperança, você conhece Cat. Tenho medo de que chegue a qualquer momento uma notícia que deixe tudo pior, eu não sei se ela suportaria, se nenhum deles suportaria.

Obrigada por ter me avisado, Blum não teria escrito. E estou brava _novamente _com você, por não ter contado a Cedrico, que é o melhor amigo dela.

Da sua prima irritantemente agradecida.

Regina Lestrange

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— O que me denunciou foi a falta de opção? — questionou Ced tirando as mãos dos meus olhos e sentando ao meu lado.

— Tambem. — eu dei um leve sorriso e voltei a fitar o horizonte branco a minha frente.

— Você está bem? — perguntou e eu respondi com um gesto de concordância. Vi de canto de olho ele balançar a cabeça em negação. — quando começou a mentir mal?

— Desculpa,  geralmente me saio bem. — olhei para ele com um sorriso mais sincero.

Ele acentiu.

— Você e Regina são muito amigas? — perguntou indicando a carta agora fechada. — Se correspondem com frequência.

Dei de ombros.

— Pode se dizer que sim. Ou quase isso. — penso um pouco —  Nos damos bem grande parte do tempo. —acabo dizendo.

— Lembro que no quarto ano ainda estavam se conhecendo e Regina não parava de se queixar o quanto a Black era metida, e não falava com ninguém. — falou. — ao meu ver a relação de vocês evoluio bastante.

— Isso téria acontecido antes se ela não se chateasse com tamanha facilidade. — resmungo.

— Ela tem o gênio forte. Como o seu, se parar para pensar. — falou mexendo no meu cabelo.

— Está dizendo que sou teimosa. — estreitei meus olhos para ele.

Ced cruzou os braços abrindo os lábios em um arco perfeito.

— Eu não ousaria. — falou divertido.

Dei língua e sento sua boca na minha por um breve instante, que foi o que durou o ataque repentino de Diggory. Não conseguimos mais que esses rápidos selinhos vez ou outra desde o natal, pois o Sr.Diggory estava sempre por perto, e nós o adoravamos.

Fiz bico e ele riu baixinho, e brincou com a ponta de meu nariz com seus dedos. Ultimamente estavamos assim, sorrindo atoa e fazendo brincadeiras tolas, e isso era ridiculamente maravilhoso.

— O que diz ai? — ele apontou  para a carta no meu colo.

— Nada demais. — falo deschando a carta de lado.

Percebo que ele estranha mas muda de assunto.

— E sua amiga? A moça que ficou grávida. — Indaga ele suavemente.

Esse era um dos motivos pelo qual ele estranhou minha atitude com as cartas de Regina, porque eu acabei por contar a ele a situação de Aqua, e falavamos sobre as cartas que ela escrevia.

— A família vai casa-la com aquele imbecil e ela parou de responder as cartas, acho que os pais estão vigiando a correspondência porque eu posso ter sujerido que um Trasgo seria melhor companhia que McMillam. E eles não querem que ela seja mãe solteira nem ninguém manchando a imagem do futuro genro.

— Você quer que ela seja mãe solteira? — perguntou me olhando pacientemente.

— Não, mas eu não acredito que ela deva ser sacrificada para conseguir um pai medíocre para meu afiliado. — ja a informei que vou ser a madrinha da criança, toda a ajuda é bem vinda neste desastre. — Quando ela é perfeitamente capaz de criar o filho muito bem sozinha... No entanto ela esta apaixonada.

— Exato — segurou minha mão enluvada.— ponha-se no lugar dela.

— Eu o teria afogado. — nem precisei pensar, eu com certeza teria feito.

— Me coloque no lugar dele, se fosse conosco, você me afastaria de você e da criança só porque sua amiga não gosta de mim?  —  tentou novamente.

— Vou fazer uma pergunta antes. — digo.

Ele concorda.

— Você me engravidaria na escola com meus dezesseis anos? — questionei.

Ele pareceu compreender o absurdo e negou com a cabeça, mas eu já sabia disso.

— Está vendo, essa situação não se aplica a nós. — constatei.

— Só quero que você entenda que o amor nos faz agir diferente, nos faz ser impulsivos de um jeito que não sabemos explicar. — ele me olhou no fundo dos olhos. — Eva, isso se aplica a  nós, porque eu vi você me colocar em primeiro lugar e quase morrer por isso. E não diga que você estava raciocinando quando fez tudo aquilo, porque se for assim eu vou temer por você toda a vez que estiver longe.

Um bolo se fez presente em minha garganta, nunca tinhamos falado diretamente sobre isso. Nos olhos e na voz, principalmente na voz, eu sentia uma emoção presente de um jeito inédito, ele estava me deixando ver um pouco dentro dele, e isso me deixou apavorada, porque eu nunca passei por situação similar.

— Eu não sei o que dizer. —  foi o que eu disse por fim, o assunto Aquamarine completamente esquecido.

O sorriso dele foi desanimado ao levantar, beijar minha cabeça e entrar após sussurar um tudo bem.

E eu fiquei ali sozinha.

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