DA MESMA AUTORA DE "EU NA HOGWARTS DOS MAROTOS."
Elektra Evangeline Black teve uma vida solitária desde que é capaz de lembrar, a mãe, que provinha de uma família Bruxa tradicional, escondeu sua gravidez até o último segundo para deixa-la a própria...
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Devo ter chegado junto com o maquinista na estação naquela manhã, porem não fui a única. Entreguei minha mala para o motorista e fiquei com a valise, só então fui até minha adorada doninha, que ele não me escute.
— Priminho, não sabia que fumava. — falei me aproximando do loiro encostado na parede de pedra da estação.
Ele não se deu o trabalho de esconder o cigarro, apenas o apagou e jogou no lixo.
— Não respondeu a minha carta. — disse.
— Você resolveu mandar uma? — ergui uma sobrancelha e me encostei ao seu lado e observei ao nosso redor, de alma viva só nós e o maquinista. — Não estava em casa.
— Pra onde foi? — me olhou.
— fui passar o natal com Cedrico. — digo, ele fez uma careta. — É, foi uma má idéia.
— Desde quando você sai com o Diggory? — perguntou soprando uma mecha de cabelo que lhe cobriu os olhos cor de neblina.
— Na verdade, não muito. — a vez que eu quase morri e as cartas não contavam, nem a festa na minha casa, porque eu tava quase ficando com o Terencio quando ele chegou. Então sobravam a cafeteria e esse natal, e tudo era rescente.
— Você sabe que ele gosta da Lestrange, né? — soltou o loiro.
Olhei para ele imediatamente.
— Por que você acha isso? — questionei incrédula.
— Eles eram muito próximos no segundo e no terceiro ano, todo mundo comentava, sabe? — falou dando de ombros. — ouvi ele e outro idiota no terceiro ano, parece que ele ia se confessar para ela. Não aconteceu e a Chang entrou na jogada no quarto ano, ai as pessoas pararam de falar.
— Você tem certeza que ouviu certo? — questionei um pouco nauseada, porque lembrei de Regina comentando algo sobre ter tido sentimentos por ele no passado.
— Talvez, mas acho difícil. — disse descontraído me observando.
Respirei fundo e acabei por me mexer e tocar o braço esquerdo de Malfoy sem querer, ele fez careta de dor e prendeu a respiração.
Olhei para ele, que estava olhando para mim.
— Não pergunte. — falou.
— Não vou. — digo o segurando por sua mão direita e o puxando para o trem.
— Pra onde estavamos indo? — questionou tão surpreso que nem tentou se soltar.
— Sua vez de não fazer perguntas. — falei.
Entramos no trem e eu o puxei para dentro do banheiro e nos tranquei lá.
— O que vamos fazer dentro do banheiro? — perguntou me olhando abismado.
— levanta a manga. — apontei para o braço esquerdo e comecei a procurar o frasco na minha bolsa.
— Eu disse..— começou a protestar.
— que eu não devia perguntar, e não estou perguntando, estou pedindo para levantar a sua manga. Vamos logo com isso antes que os alunos cheguem ou o maquinista pense besteira. — falei mostrando o frasquinho transparente na mão.
— Você e eu sozinhos em um lugar fechado, não seria a primeira vez. — disse sarcástico.
— Draco, vai logo. — ralhei.
Ele tirou casaco, desabotoou o pulso esquerdo da blusa e subiu o tecido, não sem trincar o maxilar.
Não foi a marca negra que me fez hesitar, foram os respectivos arranhos acima dela, alguns ainda abertos e o sangue manchava a pequena e fina atadura.
Ele estava muito calado. Peguei a mão esquerda dele e ele a puxou para longe.
— Não precisa cuidar de mim como uma criança. — falou, teimoso e orgulhoso como só um Malfoy conseguia.
Puxei sua mão de volta sem mínima cortesia, o que o fez dar dois pequenos passos para a frente e comecei a desatar o tecido em volta do ferimento, com certa relutância da parte dele.
— Eu sei que não é criança, como você bem lembrou, ja tive mais que uma prova. Agora pare de se debater. — bradei, ele se aquietou, e terminei de tirar a atadura, peguei o ditano e derramei sobre as feridas e se fecharam logo que o líquido lhe acentou. Ser filha de poçonista tinha suas vantagens.— só não sei porque você mesmo não fez isso antes.
Não comentei o fato de ele ter tentado tirar aquilo com as próprias unhas até deixar a pele em carne viva.
— Ditano leva tempo e ingredientes que eu não tenho. E não é como se eu fosse pedir a alguem sem um motivo. — falou arrogante, mas eu reconheci as notas de cansaço presente em sua voz.
— Pessa para mim. Eu sempre estou aqui. — falei pegando o casaco do chão e o estendendo para ele que baixava a manga. O vestiu e jogou o tecido de odor metálico no lixo.
— Vou pedir. — assegurou.
Sorri para ele e destranquei.
Quando saí vi que o trio de ouro estava vindo pelo corredor, junto a Ginevra e Neville.
Era o que me faltava.
Fingi não ver e Draco só revirou os olhos e continuou andando ao meu lado.
— Você sabe que eles estão pensando que estavamos nos pegando no banheiro. — Falou durante o nosso percurso até o último vagão, ja tinha algumas pessoas no trem mais no entanto só os cinco grinfanos viram nossa saída. Merlin, graças.
Sentamos juntos na cabine e Pansy logo chega para nos fazer companhia, e senta a nossa frente.
Estamos conversando a certo tempo quando somos interrompidos com mais alguem entrando na cabine.
— Bruce. — falei fazendo cara de nojo e Draco apertou minha cocha em baixo da minha cadeira, olhei para ele, sua expressão disse que era para eu me comportar.
Dei um sorriso forçado e me virei, meu sorriso se desfez e abriu espaço para a incredulidade surpresa.