19 - adrien

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Olhar para Marinette era o mais novo passa-tempo de Adrien. E não era apenas ter os olhos fixos nela, isso séria estranho; ele a admirava e guardava todos os detalhes.

Mesmo que ele não conseguisse desenhar, sentia que conseguia fazer isso, já que guardou tantos detalhes do rosto e dos cabelos de Dupain-Cheng. Não se cansava de guardar os detalhes da mestiça, e assim que piscava, fazia tudo de novo.

- Pare de me olhar. Eu fico um pouco assustada e sem graça. - Marinette sussurrou, e ele sorriu, tentando seguir o que ela falava.

Assim que a levou até a faculdade, voltou para a loja de fotografia enquanto Nino o acompanhava.

- Ela é... - o de óculos começou a dizer e articulou as mãos, como se buscasse as palavras.

- Incrível? Maravilhosa? Linda? - Adrien sugeriu, sorrindo para os próprios pés, enquanto pensava o quanto aqueles elogios se encaixavam na sua mestiça.

- Também. Como que você achou ela, Adrien? Digo... Wow! Ela combina super com você! - o moreno quase pulava em cima do mais alto, que andava tranquilamente.

- Você acha? - o esverdeado perguntou, as mãos estavam nos bolsos do casaco e o sorriso se alongava nos lábios, ele tinha certeza que ia rasgar suas bochechas que estavam quentes.

- Absoluta! Agora, vamos falar da Alya. - ele disse, e o loiro percebeu as bochechas avermelhadas do amigo. - Me conta tudo que sabe.

- Ela é a melhor amiga da Marinette. - disse, e ficou quieto, continuando a andar e Nino o olhava, esperançoso. - O que foi? Eu só sei isso.

- Você está brincando? - Lahiffe perguntou, indignado. Agreste negou com a cabeça. - Adrien! Você não entende que rolou química entre eu e a Alya?

- Você vai ter que se virar. No máximo, arrumo o número dela. - respondeu, vendo rapidamente o celular, verificando se não tinha nenhuma mensagem de Marinette.

- Você é um péssimo mas um bom amigo, vai sozinho agora. - Nino dizia, ainda o acompanhando.

- Seria um sonho mesmo. - o loiro respondeu, irônico e levou um soco fraco no braço. - Quer que eu consiga o número ou não?

- Tudo bem. Mas é só porque eu não tive a chance de pedir para ela. - o moreno deu de ombros, fazendo o amigo rir.

- Entendo. Te falta iniciativa. - o homem continuava a rir enquanto recebia mais dois socos do de óculos.

- Não é assim! - Nino esbravejava enquanto o loiro ainda ria. - Eu só não tive a oportunidade.

- Ok, Nino. Eu acredito em você. - agora um sorriso irônico estava no rosto de Agreste. - Depois eu mando mensagem para a Marin e faço tudo acontecer.

- Você é o melhor! - respondeu, animado. - Tenho que ir, estou perto de casa e estou trabalhando numa música nova.

- Depois me manda. - o loiro disse, sorrindo. - E se precisar de alguma coisa me avisa.

Nino virou para uma rua e continuou a andar tranquilo, enquanto Adrien seguia, sozinho. Tudo que conseguia pensar era em qual situação estava.

Estava se apaixonando, já sabia disso claramente. Mas, era uma sensação tão nova e diferente, ele nunca havia se sentido assim antes. A mestiça despertava o melhor no loiro, e agora ele se via sem saída para todo aquele sentimento dentro dele.

Não tinha como pensar em escapar; ele havia sido destinado à conhecer Dupain-Cheng, e estava completamente feliz só de saber que conseguia tirar um sorriso da garota.

Mandou a mensagem para a pessoa em que pensava, pedindo o número de Alya, para Nino, antes que esquecesse. E assim que conseguiu, mandou para o amigo, que mandou mensagens aleatórias, cada uma diferente da outra na tentativa de escrever "obrigado".

Esperou por Marinette na floricultura, como estava se acostumado a fazer. Assim que ela o viu, sorriu e gesticulou com os lábios um "já estou indo". Fechou a loja juntamente com a loira de olhos azuis, que assim que o viu acenou e ele fez o mesmo. E então, Marinette foi até ele, lhe deu um abraço e um beijo na bochecha.

- Como foi seu dia? - perguntaram um ao outro, em uníssono, o que fez ambos rirem.

- Conte primeiro. - Adrien pediu, educadamente, tomando a mão da mestiça com a sua.

- Normal. - ela riu, baixinho. - Eu fiz tudo que eu faço normalmente. Nenhuma novidade. Me conte sobre o seu dia.

- Deixe-me pensar. - Adrien disse, rindo. - Nino gostou da Alya e essa é a novidade.

- Alya também gostou dele, e olha que ela quase nunca gosta de alguém assim. Promete que não vai contar para ele? - a mestiça levou a mão livre para o loiro, estendendo o dedo mindinho.

Rindo, ele entrelaçou o menor dedo de sua mão livre no dela. Ela era adorável, ele queria ficar com ela e conviver com a garota todos os dias.

- Quer ir jantar comigo hoje? - ele perguntou, olhando para os próprios pés. Sentia o corpo todo queimar. - Ou podemos andar por aí ou assistir algum filme.

A mestiça ficou quieta ao seu lado, apenas continuou andando com ele ao seu lado. O loiro virou o rosto para ver a expressão que tomava conta da menor, pensando que havia dito algo errado. Ela mordia o lábio inferior, olhava para baixo e as bochechas estavam vermelhas.

- E-eu tenho compromisso hoje. - ela hesitava, parecia escolher as palavras com cuidado. - É algo que não posso deixar de ir. Podemos fazer algo amanhã?

- Claro, não precisa ficar nervosa. - ele levou a mão da azulada até seus lábios e deu um beijo nas costas. - Não sou frágil.

- Obrigada por entender. Luka iria me matar se eu não fosse. - ela respondeu rápida, com um sorriso no rosto.

Luka. Ela havia falado um nome que não havia mencionado antes e era estranho ouvir aquilo. O coração dele deu um leve aperto, mas que foi ignorado. Ela não o pertencia e ele também não sabia quem era o garoto, mas tinha quase certeza que mestiça não iria o iludir.

Não o conhecia, mas, sabia que algum dia a azulada iria explicar quem era o garoto. Ou achava que iria.

Adrien não podia negar, sentiu uma pontada de ciúmes que ele não pode controlar. Mas, uma hora ou outra, ela iria ser sincera com ele; e, além disso, não controlava quem a azulada deve encontrar ou não.

neighbors | [AU] adrinetteOnde as histórias ganham vida. Descobre agora