7 - adrien

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O abraço de Marinette o desestabilizou de um jeito que ele não pensou ser possível. Quando ela foi embora, ele a chamou, mas ela não virou nem um centímetro, só continuou andando em direção à escada.

Pensou em ir atrás dela, mas não queria parecer desesperado, e suas pernas estavam um tanto moles, ele não conseguia nem sequer saber se iria conseguir voltar para dentro de seu apartamento. Achou que seria estranho, então deu passos para trás e respirou fundo diversas vezes encostado na porta.

O coração ainda estava acelerado quando foi fazer o macarrão, duas horas mais tarde, e quase desistiu ao relembrar que o cheiro do cabelo de Marinette lembrava o cheiro de mirtilos, o que era engraçado.

Fez o macarrão e um molho branco para acompanhar, não parava de pensar, nem por um segundo, na garota desajeitada que morava logo abaixo.

"Merda. Pare de pensar nela! Não é importante! É só a porcaria de um abraço, Adrien!", pensou consigo mesmo, enquanto pegava um prato no armário. Já não parava de pensar nela antes, agora que havia ganhado um inesperado abraço era inevitável não pensar na mesma.

Arrumou seu prato e se sentou em um dos altos bancos da bancada, e comeu olhando para a porta de vidro da sacada. Queria conversar com a azulada, saber o que ela pensava em relação a tudo no mundo, mas seria um tanto estranho. O abraço dela o havia feito se sentir melhor, era como se as forças haviam sido completamente renovadas, embora ele não sabia o quanto ele precisava daquilo.

- Era para parar de pensar nela, Adrien. - ele disse alto, mas tomando o cuidado para que nenhum dos vizinhos o ouvisse. Era como se funcionasse para se auto convencer.

Parar de pensar em Marinette era a meta, então decidiu assistir a séries na sua televisão, enquanto ainda comia a massa, ignorando qualquer letra do nome da mestiça que surgisse em sua cabeça, pois era necessário.

O dia seguinte havia sido exaustivo. Havia passeado um pouco pela cidade, fotografando tudo que o interessava e havia se distanciado do seu prédio.

Jogou a mochila perto do sofá, se jogando no próprio. Ligou a câmera que estava pendurada no pescoço e passou algumas fotos, as analisando e certificando que aquilo havia sido tirado por um fotógrafo apaixonado no que fazia e que teria futuro naquilo. Estavam perfeitas e ficou orgulhoso de cada uma delas.

Desligou sua máquina, a deixando em cima da mesa de centro e foi até o balcão da cozinha para preparar sua amada xícara de café. Colocou água no recipiente da cafeteira, a embalagem no espaço correto, sua xícara favorita onde deveria e apertou o botão. Logo, seu café estava pronto; colocou uma colher de açúcar, mexeu e foi até a sacada.

Antes de beber o líquido quente, inspirou o vapor, sentindo aquele cheiro maravilhoso. Assoprou e bebericou o líquido, olhando para a cidade. Havia chegado um pouco mais tarde, e o pôr do sol já estava no meio.

Marinette já deveria ter chego, mas ele não escutou nenhum barulho sequer do apartamento de baixo. Suspirando, bebeu mais um pouco do seu café e continuou a observar a vista privilegiada que tinha ali.

Naquele fim de tarde e de noite, Marinette não fez um barulho sequer. O loiro até achou que ela não estava em casa, mas ouviu a televisão ligada.

neighbors | [AU] adrinetteWhere stories live. Discover now