15 - adrien

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Não aguentava mais, não queria mais pensar em Marinette. Estava cansado de pensar nela o tempo todo, e só de pensar em mandar uma mensagem para ela seu coração acelerava em nervosismo, então simplesmente não o fazia.

Não a via a quatro dias, mas também não tentou encontrá-la, embora suas pernas faziam o favor de andar devagar quando passava na porta do terceiro andar.

Havia sido aceito por Marc na loja, e iria trabalhar de manhã até ele ter uma resposta da faculdade - se havia vaga para as aulas matinais, pois o garoto precisava de alguém no turno da tarde. Adrien rezava para que tivesse vaga, já que o trabalho seria permanente para ele e, seu coração implorava pela vaga pois os horários iriam bater com os de Marinette.

Poderia vê-la todos os dias, acompanhá-la de volta para casa, levá-la para almoçar e até mesmo para tomar café. Os ponteiros do relógio estariam ao seu favor.

Seu coração implorava para vê-la. Batia mais forte só de ouvir a porta da garota bater, ouvir a voz dela cantar alguma coisa ou só de saber que ela estava no apartamento. Sentia saudades do perfume de Marinette e de tê-la em seus braços, e dos dedos da garota fazendo cafuné em seu cabelo.

Quando o celular recebeu uma notificação, vibrando em cima da mesa de centro ele quase voou para cima do aparelho, pensando ser Marinette, mas era só uma notificação totalmente aleatória do Instagram. Estava cansado de esperar pela mestiça, deveria tomar coragem e enviar alguma mensagem para ela.

"Marinette, tudo bem?" ele digitou, mas logo apagou. Parecia forçado.

"Oi" apagou novamente, já que dessa vez, parecia desinteressado.

"Oi, posso ir aí? Preciso te devolver o pote" apagou mais uma vez, pois parecia tão estranho.

Ela então ficou online. Deveria estar pensando quão idiota ele era, por estar digitando e não enviava as mensagens. Ele desistiu de tentar escrever algo e ficou olhando para a tela.

Então, ele recebeu uma ligação, e era da própria vizinha de baixo. Nervoso, ele deslizou para atender a ligação.

- Alô? - ele sussurrou ao levar o telefone até a orelha.

- Oi. - ela disse e ficou em silêncio.

O loiro estava sorrindo, e pensava no que a garota fazia naquele instante. E o quanto sua voz era diferente no telefone, o que era ainda mais adorável.

- Sua voz é diferente no telefone. - ele sussurrou, se ajeitando no sofá.

- Diferente como? - ele ouviu uma risada fraca, e pode imaginar o sorriso lindo e encantador nos lábios dela.

- Só diferente. Parece mais séria. - ele segurou na sua franja a levando para trás. - Parece... aquelas mulheres de telemarketing. - Ela riu, o que o fez abrir um sorriso enorme no rosto.

O loiro não disse para ela que poderia escutar a sua voz o tempo todo que não se cansaria.

- Me sinto elogiada, obrigada. - ela ficou alguns segundos quieta. - E-eu... queria te ver. - a últimas três palavras haviam sido ditas rapidamente e baixinho.

- Você o quê? - ele perguntou, a pedindo para repetir. Havia entendido, mas só queria ouví-la lhe dizer aquilo novamente.

- Quero te ver. - a linha ficou silenciosa novamente. - Por favor, não me peça para repetir mais uma vez. E-estou nervosa só por estar t-te ligando, então não me peça para repetir.

Queria te ver. Simples palavras, porém não ditas diariamente para qualquer um. Não era um pedido impossível, muito menos algo que deveria ser ignorado. O mais interessante é que era recíproco.

- Também adoraria te ver. - ele sussurrou, se levantando e colocando nos pés seus crocs que ele sempre usava em casa e pelo prédio. - O que está fazendo?

- Deitada. - ela disse, suspirando. - E você?

- Também. - mentiu. Não iria dizer para a mestiça que estava indo a encontrar, indo realizar seu desejo.

- Você... comeu toda a lasanha que veio buscar aquele dia? - ela perguntou gentil.

- Sim, estava deliciosa e preciso te devolver o pote. - ele disse, saíndo do apartamento e deixando a porta destrancada. - É quase uma ótima desculpa para te encontrar, mas estou deitado no sofá e não planejo ir até aí. - mentiu mais uma vez, enquanto andava até a porta para a escada. Claro que era planejado, queria fazer uma surpresa para a garota.

- Muito menos eu. - ela sussurrou. - Não irei sair do meu local confortável e quentinho para ir ver um garoto ridículo como você. - ele a ouviu rir baixinho.

- Inteligente. - disse, abrindo a porta para a escada. - Você é realmente uma das garotas mais inteligentes que conheço, Marinette. - continuou, sussurrando e descendo os degraus devagar.

- Sei disso, Adrien. - ela ficou em silêncio por alguns segundos e respirou fundo. - Me diga, qual é sua cor favorita?

Ele ficou em silêncio. Havia ouvido a voz da garota do telefone e na sua frente, então a viu na escada, com o telefone no ouvido e a outra mão apoiada no corrimão, pronta para continuar a conversa e a subir os degraus.

O cabelo estava preso em um coque - provavelmente por um elástico de cabelo - e estava com uma calça xadrez vermelha, um moletom preto largo e nós pés tinha um par de botas de inverno marrom. Era simplesmente adorável ver Marinette daquele jeito.

- Eu menti. - ele disse, enquanto a olhava.

- Eu também. - ela disse, afastando o telefone do ouvido e desligando a ligação. - Estava indo te ver. - ela subiu um degrau, estavam separados por apenas mais quatro agora.

- Eu também. - ele disse, parado e olhando para ela. - Não trouxe o pote. A desculpa era ótima, mas achei que poderia usá-la outro dia.

- Não estava subindo por conta do pote. - ela subiu mais um degrau e ele desceu outro. Mais dois e estariam muito mais próximos. - Era por você mesmo. Queria te ver.

O loiro jurou que iria derreter como sorvete no sol, sendo que era uma das noites mais frias do começo do outono. O sorriso de Marinette era lindo e único, e deixava tudo ainda mais verdadeiro. Quando aquelas três simples palavras saíram da boca um pouco avermelhada dela, ele percebeu quão verdadeiro aquilo soava e o quanto queria, realmente, vê-la.

Quebrou o espaço que tinha entre eles e a abraçou fortemente, segurando sua cintura e escondendo seu rosto no pescoço da garota, e sentiu os braços dela envolverem seus ombros. O cheiro dela era deliciosamente bom e ele queria guardar para sempre o agradável cheiro de flores que Marinette tinha.

- Posso te levar para meu apartamento? - ele sussurrou perto do ouvido dela e ela concordou com a cabeça.

- Eu quero muito conhecer sua casa mesmo. - ela sussurrou e ele separou o abraço, segurando sua mão e entrelaçando seus dedos nos dela, então a acompanhou enquanto subia cada degrau.

Estava ansioso para levá-la para sua casa e pensou se ela não estava uma bagunça e pronta para receber a mestiça, se tinha cobertores o suficiente ou se só tinha o que estava usando e se tinha algo para comerem depois.

neighbors | [AU] adrinetteWhere stories live. Discover now