Capítulo Trinta e Quatro - Necessidades.

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Por instantes, Marinette esteve aérea.

Não sabia em que se concentrava. Adrien, Kagami ou a "bomba" soltada sobre ela. Hugo? Filho dela e de Adrien? Como?!

Não sabia o que sentir. Deveria se sentir bem? Porra, era tão confuso!

Ela o odiou por boa parte do tempo, desde que se encontraram. Ela o achava ridículo! Por Deus, sequer gostava de falar com ele! E agora? Agora descobrira que ele, o cara que ela mais odiou por boa parte do tempo, era o verdadeiro pai de seu filho.

E inúmeras coisas passavam por sua mente.

Felicidade por poder dizer ao pequeno que ele tinha um pai, e não ficar pensando mais sobre isso. Nunca se sentiu fraca por ter que criar Hugo sozinha, ou imaginar tal situação, mas tinha uma insegurança que até mesmo considerava tola. Temia vê-lo sofrer por, em algum momento, querer saber o nome de seu pai e ela não poder dizer. Ou em apresentações escolares, apenas ela estar lá como sua responsável enquanto ele visse todos os colegas e seus dois responsáveis. Por mais que soubesse que na atualidade pais solteiros fosse algo perfeitamente normal, Hugo era muito pequeno para entender isso.

Mas também, sentia uma certa angústia, também tola se fosse sair de suas paranoias momentâneas para analisar.

E se não tivessem se aproximado? E se hoje, ela ainda continuasse a odiá-lo como no passado? Será que um dia, ele saberia? E ela?

Como seria as coisas com Hugo?

Mas todas as paranoias caíram por terra quando Adrien se aproximou delas, parecendo tão chocado quanto ela. Ela se levantou, e tentou abraça-lo, mas ele a afastou com delicadeza. Ela o observou, e soube que ele estava prestes a explodir.

- Por que você não me disse? – Ele olhou para a japonesa, que assim como ele, estava em pé. Ela suspirou. – Porra, eu tinha o direito!

- Não era relevante naquele momento! – Kagami cuspiu. – Havíamos dado um tempo, eu estava puta. Sequer me toquei no que poderia ter acontecido! E como eu adivinharia que vocês não usaram camisinha ou outro método?

- Para de mentir! Você só mentiu para mim! Escondeu meu filho de mim! – Viu seu olhar magoado, e instantaneamente, pareceu entender o que ele sentia. Naquele instante, Marinette queria abraça-lo com toda a sua força, mas ele não queria, e respeitaria seu momento. – Kagami, eu fui abandonado pela minha mãe, e você sabia disso! Por que me escondeu um filho? Como acha que eu me sentiria se um dia eu descobrisse? Porra, eu estava prestes a abandonar um filho sem querer! Na verdade, abandonei-o por anos sem saber! – Uma lágrima escorreu pelo canto do olho, e ele não se importou em limpar. – Marinette passou por merda atrás de merda sozinha, e se eu soubesse... talvez eu pudesse tê-la ajudado, e nada disso tivesse acontecendo!

- Adrien, quando descobri sobre a gravidez dela e todo o resto, eu achava que o bebê estava morto! – A japonesa se defendeu. – Por que eu reviveria algo do passado, se não parecia ter motivos?

- Porque, morto ou não, era o meu filho! E eu tinha direito de ir ao enterro, pelo menos! – Adrien esbravejou, passando a mão sobre os fios loiros e os bagunçando. – Ou você achou que só por ter morrido, ele não tinha meu gene? Desculpe minha ignorância, não sabia que quando se morre, perde todo o DNA do pai usado na formação do feto.

Ficaram quietos por instantes.

- Agora vocês já sabem, principalmente você, Adrien. – Kagami mordeu o lábio inferior. – Preciso ir. Boa noite.

Ela saiu andando fechando a porta com uma delicadeza surpreendente ao passar pela mesma. Adrien e Marinette se entreolharam, ambos surpresos e chocados por uma revelação que pegou ambos de surpresa.

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