Capítulo Dezesseis - "Le Papillon"

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Marinette estava pálida. Correu para dentro de casa, direto para a cozinha, onde tomou um copo com água até a borda. O celular? Largara sobre a bancada, esperava uma mensagem.

Sabia quem era, mas não havia continuado a conversa. Certos assuntos não eram comuns para serem tratados em um banco de ônibus. Agora, esperava a bendita mensagem.

Não era como se estivesse com medo, ou temendo algo. Nada aconteceria, já tinha total certeza, mas era como se o seu primeiro ano em Paris voltasse em sua mente como um baque, um verdadeiro tiro em cheio.

O celular vibrou, e ela o pegou. A mensagem estava lá. Abriu-a. Leu-a uma, duas, três vezes, e suspirou. Respondeu rapidamente, antes de colocar a mão no rosto, massageando as têmporas com a ponta dos dedos.

Resolveu mandar uma mensagem para Alya, precisava de conselhos da amiga.

[...]

Alya sabia o quanto Marinette gostava de sua independência e de seguir sua própria mente. Admirava-a a maturidade da amiga, que além de tudo, era sempre centrada. Mantinha os pés firmes no chão, algo difícil para a idade que tinha. Trabalhava, pensava num futuro.

Por isso, não pensou duas vezes antes de ir até a gerencia do jornal onde fazia estagio, com a desculpa de que suas irmãs haviam passado mal, para poder ir ver Marinette ao receber uma mensagem da mesma.

E agora, se via ali, sentada sobre a cama da garota com um olhar irritado, ao mesmo tempo que preocupado, principalmente por Marinette não parecer lhe ouvir.

- Marinette! – Disse, e a garota lhe olhou. Alya revirou os olhos. – Você realmente vai?!

- Eu preciso, Alya. – Marinette suspirou, enquanto puxava sua mochila do fundo do armário. Olhou para a amiga, com um olhar pesaroso. – Eu devo isso.

- Não, não deve! – Alya se levantou, com os braços cruzados. – Você já não tinha acabado com essa "divida"?

- Sim, mas tínhamos um acordo. – A garota disse. Jogou a mochila sobre a cama, e abriu-a. Começou a olha-la, ver se tudo o que necessitava estava ali. – Quando ele precisasse, eu iria. E, bom, é só por essa noite.

- Quem garante, Marinette? – Alya questionou, sentando-se novamente. – Sem falar que, se alguém descobre, tudo está perdido! Todos esses anos que você lutou pelo Hugo! Você tem noção disso? Aquele juiz te odeia! Qualquer coisinha ele vai jogar contra você! E se descobrir que...

- Eu sei, eu sei! – Marinette cortou-a. – Mas nada vai acontecer! Eu vou estar com a máscara, Alya! Não serei a Marinette, serei a Ladybug.

- Bem educativo de dia a Ladybug ser a heroína de um orfanato, e de noite uma stripper de uma boate feita para ricaços de Paris! – Alya debochou, e Marinette lhe mandou um olhar levemente irritado. Marinette cruzou os braços, com uma careta.

- Ladybug não é mais uma stripper! – Marinette esbravejou. – E não vai ser hoje que vai voltar a ser! Só vou ser uma dançarina, não vou tirar minha roupa ou qualquer coisa do tipo. Só vou dançar.

- E você acha que ele vai concordar com isso?! – Alya disse, de um modo irônico. – Marinette, os homens que estarão lá querem ver garotas peladas! Não com uma lingerie dançando.

- É pegar ou largar, Alya. – Marinette deu de ombros, jogando a mochila sobre os ombros. Pegou a máscara na gaveta, olhou-a por instantes. A ultima vez que usara havia sido no domingo, no orfanato, ao lado de Adrien. Soltou um suspiro, enfiando-a dentro da mochila. – Se ele não quiser, venho embora, e ele que se vire.

- Não tem como eu fazer você mudar de ideia, não é? – Alya disse, e Marinette negou com a cabeça. – Vou te acompanhar até lá, pelo menos.

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