Capítulo Dezoito - Cinco minutos com espirros de bônus.

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"Tudo estava escuro.

Ela não via nada, mas sentia. Sentia uma dor horrível no corpo. Sentia o coração acelerado, assim como a respiração. Suava, se remexia.

Chorava.

Os barulhos ao redor não passavam de ruídos, mas ela parecia perceber que havia um movimento intenso ao seu redor, mesmo que não conseguisse identificar nada. A visão, antes escura, agora estava nublada.

- Isso dói, isso dói... – Murmurava e repetia a mesma frase. A cabeça parecia girar.

Mas a dor não parava, se intensificava cada vez mais.

- Querida, acalme-se! – Ouviu a voz conhecida. – Isso vai passar, vai passar logo...

- Nós vamos te ajudar, tudo bem? – Outra voz. O que estava acontecendo? Ela não sabia, não fazia ideia.

Mas queria que a dor parasse.

- Onde, senhora? – Ouviu outra voz, dessa vez, desconhecida.

- Na veia. – Ouviu a voz conhecida, e sentiu outra dor, mas que não se comparava com a que já sentia.

Depois disso, tudo ficou escuro novamente.

Em uma fração de segundos, seu corpo pareceu cair, e ela abriu os olhos. Sua visão estava turva, ela não parecia ver nada com clareza, mas percebia que o ambiente era diferente, totalmente diferente do anterior.

- Mari... – Ouviu a mesma voz de antes. Se sentou, mas a visão continuava turva, não conseguia enxergar nada, apenas conseguia dizer uma coisa.

- Onde ele está? – Perguntou, mas a voz ficou quieta. – Me diz...

- Mari, ele... – Ela disse, mas não continuou.

Ela parecia entender o que aconteceu.

Sentiu os olhos pesarem com lágrimas. Soluçou.

- Mari..."

- Mari! – Ouviu a voz do loiro e se sentou num sobressalto. As lágrimas eram reais, caíam como rios por sua bochecha, assim como o suor. Se sentia encharcada com aquelas roupas. – Você tá bem? Mari!

Surpreendeu-o ao lhe abraçar, como se o acontecido horas antes nunca tivesse ocorrido. Não fazia a mínima ideia do que ela havia sonhado, mas pelo jeito, havia sido algo forte. Retribuiu a espécie de abraço que ela havia lhe dado, afagando os fios azulados de seu cabelo.

- E-Ele... ele estava morto... – Ela murmurou, e o loiro arregalou os olhos por um instante. Estava confuso, ela estava lhe deixando cada dia mais confuso. Apertou-o ainda mais. – Agora... ele não está mais...

- Quem? – Ele perguntou, e se encostou na cabeceira da cama, puxando-a junto a ele. Ela se deitou em seu colo, como um verdadeiro bebe prestes a dormir. Mantinha o rosto em sua camiseta, não importando se acabava a molhando com lágrimas.

- Ele... – Ela suspirou. – O bebê.... meu....

Não conseguiu terminar, o choro voltou ainda mais alto. Ele embalou-a como um bebe, tentando acalma-la, mas ela era fodidamente mais difícil que qualquer um que já havia visto. Surpreendeu-se quando ela acabou dormindo, agarrada a sua camiseta.

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