Capítulo Quinze - Inesperado.

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O bendito pensamento de Adrien sabendo uma parte de seu segredo não saiu de sua mente durante todo o dia, junto ao frio na barriga que sentia.

Não, não era o bendito frio na barriga, eram verdadeiras borboletas no estômago que era tentava mascarar.

- Marinette! – Angelinne chamou por seu nome, e ela voltou a realidade. – Querida, onde está com a cabeça? Porque no serviço é que não é!

- Perdão. – Se desculpou, voltando a checar o estoque. Era a terceira vez que perdia a conta daquela bendita soma. – Eu... vou voltar a prestar atenção, tudo bem?

- Querida, venha cá. – Angelinne disse, com um suspiro. Se sentou em uma das cadeiras, e Marinette sentiu o corpo todo se arrepiar. Sentiu medo de ser despedida, mas Angelinne apenas lhe deu um olhar quase materno. – O que te aflige?

O que a afligia?

Era uma boa questão...

Se sentou em frente a mulher, parecendo confusa. Não com a questão, mas consigo mesma.

Eram tantas coisas, sua máscara havia caído, tanto no figurado quanto no literal, e ela estava mais próxima do que nunca de Adrien, e aquilo subitamente não parecia errado, muito menos correto. Queria se afastar, mas ele a atraía como um imã.

Seu coração estava calmo demais para quem estava tendo o território invadido por alguém que antes era considerado um inimigo mortal.

- Oh, querida... – Angelinne murmurou quando os olhos da garota marejaram em confusão. Ela se levantou, puxando-a contra si e a abraçando, afagando os macios cabelos de Marinette, que chorava baixo. – Foram seus pais?

A palavra "pais" fizeram-na lembrar dos mesmos. Angelinne não sabia a verdade, apenas o básico com algumas modificações, e preferia que isso ficasse de tal modo.

A verdade deveria permanecer enterrada a sete palmos de terra, não iria remoê-la.

- S-Sim.. – Mentiu, não queria contar para a chefe sobre seus sentimentos pelo loiro. Nem ela própria sabia o que sentia, ou o que deixava de sentir.

Talvez o problema estivesse ali.

Sentir.

Ela queria, queria sentir muitas coisas. Por Deus, eram muitas as coisas que ela queria, os lábios, as mãos. Queria-o por inteiro, mas seria suficiente tê-lo? Ele se contentaria em tê-la? Sua possível mudança era algo real? Tantas questões a deixavam tonta.

Mais lágrimas, estava tão confusa...

- Querida, quer o resto do dia de folga? Para por o que quer que essa cabecinha esteja matutando para fora? – Angelinne a olhou de um modo suave. – Não descontarei do seu salário.

Marinette sorriu, sem saber o que dizer. Angelinne sabia ser boa, e por mais que lhe desse nos nervos em certos dias, só poderia agradecer por ter alguém como ela ali.

[...]

- As coisas parecem realmente complicadas para você agora, baixinha. – Noah murmurou, enquanto mantinha ambas as mãos no bolso frontal do moletom azul que usava. Ventava, e o tempo um pouco brusco fazia-a se lembrar da chuva de dias atrás.

- Minha vida é tão complicada. – Bufou, com uma revirada de olhos que fez os cílios saltarem e se destacarem no rosto delicado. Noah observou, um pouco fascinado.

A garota estava ainda mais bonita do que antes.

- Você é complicada. – Brincou, e ela fez uma careta. – Mas eu te admiro. Tantos problemas e você ainda se mantem firme e destacada. Você é uma mulher e tanto, Marinette.

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