Capítulo Vinte e Dois - Memórias com chá.

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Os olhos azuis do ruivo que não via a dias lhe fizeram sorrir. Desceu do ônibus, indo até ele.

Nathanael Kurtzberg ainda possuía a mesma figura do passado: esguio, um pouco magro, sem muita massa muscular, com seus olhos azuis-turquesa e os belos e longos fios ruivos. Era, de fato, diferente do irmão.

Rodeou-a em um abraço animado, de quem não a via a meses, mesmo sendo apenas semanas com a correria da faculdade e os poucos dias de estudos que Nathanael ganhou em um concurso, passando-os na Itália.

- Nath! – Murmurou, colocando a mão sobre os lábios enquanto analisava-o. – Como eu senti a sua falta!

- Foram apenas algumas semanas, gata! – Brincou, abraçando-a de lado. – Semanas muitíssimo proveitosas, em minha sincera opinião. Consegui cada número, oh mio Dio! Até mesmo para você, amore mio! Os heteros ficaram doidos ao verem sua foto comigo, Marinette! E posso te garantir, sono splendidi!

- Pelo menos você aprendeu algumas coisas em italiano. – Marinette murmurou, logo fazendo uma careta provocante. – E me diga, senhor Kurtzberg, é diferente gemer em italiano?

- Marinette! – Nathanael gargalhou alto, atraindo até mesmo a atenção de quem estava ao redor, enquanto andavam. – Você está sendo muito impertinente, mas para saciar a sua curiosidade... não. – Fez uma careta convencida. – Mudando drasticamente de assunto, o que acha de tomarmos um café?

- Quem sabe outro dia? – Murmurou, quando seu pensamento mudou para Noah. Ainda não havia falado com o outro, e com certeza, Nathanael já sabia dos acontecidos. Não sabia o motivo pelo qual ele não havia tocado no assunto, mas era melhor deixar isso para lá, pelo menos por agora. – Tenho que dormir cedo, a faculdade e o trabalho estão me matando.

- É uma pena, temos tanto a conversar! – Nathanael murmurou, com um muxoxo. – Mas... eu te deixo em casa, vamos!

Antes que ela pudesse recusar, puxou-a pelo braço animadamente, como uma "gazela saltitante". Marinette ria, como uma criança. Adorava o jeito animado e criança de Nathanael ao estar com quem tinha intimidade, era tão adorável ao mesmo tempo que empolgante.

Entraram em um taxi, e seguiram para a casa da azulada, enquanto tentavam por o máximo possível do papo em dia. Marinette contava boa parte das mudanças das ultimas semanas, deixando de lado apenas o assunto "Adrien".

Sabia muito bem que Nathanael Kurtzberg nunca havia sido fã de Adrien Agreste.

Mas novamente o destino não estava a seu favor.

Desceu junto ao ruivo, e seu coração se acelerou ao ver o loiro parado na porta de sua casa. Trocaram um olhar, em seguida, o loiro percebeu o ruivo e vice-versa.

- Adrien? – Marinette disse, soando mais como uma pergunta. O loiro a olhou, de um modo até mesmo sério. – Hã... o-o que faz aqui?

- Fui até a boutique, mas você já havia saído, Angelinne disse que estava em casa. – Ele murmurou, e soltou um suspiro cansado. – Mas acho que você já está acompanhada, então...

- Não! – Foi até ele, e olhou para Nathanael, como se pedisse desculpas com o olhar. – Nath apenas me acompanhou, já que pensei que você não fosse ir. Mas... já que está aqui... vamos entrar.

O loiro assentiu, e ela abriu a porta. Deixou-o entrar e depois foi até Nathanael, que a olhava com os braços cruzados e uma careta desconfiada.

- Vai me contar sobre tudo isso amanhã mesmo, mocinha. – Ele murmurou, antes que ela pudesse dizer algo. Sorriu, e deu-a um beijo na testa. – Se cuida.

- Obrigada por ser tão compreensivo. – Riu, abraçando-o. – Até amanhã.

Viu Nathanael se afastar, entrando no táxi e acenando antes de subir o vidro. Sorriu, e entrou na casa. Trancou a porta, enquanto via o loiro parado em pé no meio da sala.

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