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Capítulo Nove - Um jantar, e de bônus, um cafuné.

Marinette observava a chuva, estavam em silencio, um silencio até mesmo confortável. Só ouviam o barulho das gotas de chuva, que estava forte do lado de fora do carro.

Marinette só saiu de seus pensamentos quando ele entrou no que parecia ser um estacionamento de um prédio. Soltou um bocejo, antes de ajeitar sua postura. Ele sorriu para ela, antes de descer do carro.

Ela desceu em seguida, e caminharam juntos até o elevador, com o mesmo silencio de antes. Esperaram até estarem no corredor para voltarem a conversar. Começaram com o assunto mais bobo possível: a cor amarronzada das paredes, que deixavam o corredor bem mais aconchegante do que esperavam. Assim se desenvolveu o papo até o loiro abrir a porta de um dos apartamentos, e deixar com que Marinette entrasse primeiro.

- Achei que morasse com seu pai. - Ela murmurou, enquanto olhava ao redor. Era um apartamento mediano, e para a sua surpresa, organizado. Era bonito, não podia negar. Possuía cores vibrantes, mas que combinavam com o local. Eram alegres, e, agitadas. Um apartamento moderno, em sua visão.

- Eu moro, infelizmente. - Ele comentou, ficando ao lado dela. Enfiou as mãos dentro do bolso da calça. - Mas sempre que posso, fujo de lá e venho para cá. É o apartamento do meu melhor amigo.

- Ah... - Ela comentou, e mordeu o lábio inferior. Olhou para o loiro, um pouco receosa. - Ele...concorda que eu esteja aqui? Digo...que você traga estranhos para cá. Não quero incomodar vocês...

- Não se importe com isso, Nino não se importa. - Adrien disse, e deu de ombros. Desviou o olhar para qualquer lugar que não fosse a mestiça. Se sentia um pouco tímido, e não sabia o porquê. Talvez fosse por ser a primeira vez que levava alguém ali sem segundas intenções, além de que, não era uma pessoa muito boa em "puxar assunto". Era mais de usar a boca para outras coisas. - E... duvido que ele volte cedo essa noite, ele tem algumas coisas para fazer, pelo que me disse.

Marinette assentiu, e desviou o olhar. Seu olhar se focou em um dos quadros que havia ali, era uma obra que em seu ponto de vista, pertencia ao abstrato. Era bonita, e como o resto do apartamento, chamativa e relaxante de se ver. Se aproximou, sem ao menos perceber, e ficou encarando-a.

- Eu sempre vejo um gato. - O loiro murmurou, e ela deu um leve pulo, junto a um suspiro surpreso. Ele riu, e ela revirou os olhos.

- Pois para mim, parece uma joaninha. - Ela disse, e desviou o olhar para ele, vendo que ele a observava. Ele sentiu as bochechas esquentarem por ter sido pego no flagra, e desviou o olhar para um canto qualquer. - Eu...poderia tomar um banho? Digo, não quero incomodar, mas... eu acabei me molhando um pouco...

Dessa vez, fora ele quem assentiu, e se virou imediatamente. Fez um gesto para que lhe seguisse, mantendo sua boca fechada. Sabia que se abrisse-a, tudo o que sairia iria ser um belo grunhido. Havia levado aquela frase para um sentido totalmente oposto, e se sentiu um filho da puta por isso. Sentia vontade de bater o rosto na porta. Merda, o que foi aquilo? Que pensamento foi aquele? Não havia sequer um interesse mutuo ali. Ele não deveria ter pensado aquilo, e se culpava por tal ato.

Abriu a porta do quarto, girando a maçaneta devagar, e acendeu a luz. Esperou-a entrar, e só depois sentiu-se seguro para falar algo.

- B-Bom, pode usar o banheiro. Vou deixar alguma roupa improvisada para você, porque...você sabe...eu não tenho roupas femininas. - Riu, tentando aliviar o clima, mesmo sabendo que o clima pesado era apenas entre ele e sua consciência. Ela riu, e ele suspirou. - A propósito, esse é o meu quarto. Fique à-vontade. Acho que tem uma toalha extra no banheiro.

Ela sorriu timidamente, antes de correr até o banheiro. Ouviu o barulho do trinco, e novamente, Adrien suspirou. Se deitou na cama, com a mão no rosto. Esfregou-as sobre o rosto, tomando coragem para procurar alguma roupa que coubesse, ou pelo menos, não ficasse tão exageradamente desproporcional na garota.