Capítulo 8

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Deu meio dia e eu ainda digitava um documento, minha manhã foi um inferno, Gregor ficava me chamando o tempo todo na sala dele e por conta disso fui fazendo tudo que ele pediu aos poucos, ainda tenho um monte de coisas pra fazer e é meio desesperador.

O interfone toca estridente como sempre e até mexi no aparelho para baixar o som, mas parece que o botão está quebrado, pois a droga do som não abaixa e Gregor faz questão de segurar o botão por quase um minuto.

- Sim, Senhor Gregor. - Falo atendendo o interfone.

- Quero almoçar! Vá buscar comida! - Ele diz e desliga.

Não sei o que ele quer comer, e simplesmente paro tudo que estou fazendo e pego a agenda indo para sala dele.

- O que o Senhor deseja almoçar? - Pergunto já dentro da sala.

- Não bate mais na porta piveta? Acho que você está chegando no seu limite. - Ele diz me fitando com um ar convencido.

Entrei na sala sem bater, sim me esqueci de bater por conta do excesso de coisas que estou fazendo, só quero que ele me diga logo o que quer comer para eu voltar a trabalhar.

- Acredite Senhor, estou longe do meu limite. Só não bati na porta para te pegar de surpresa, afinal tenho que ficar de olho no meu coleguinha do maternal, boatos dizem que ele pode fazer bagunça, e fui aconselhada a ficar atenta. - Digo pensando rápido.

- Ainda não sei o que quero comer, vá para sua mesa e aguarde, quando eu decidir aviso. - Ele diz de olhos cerrados e saio da sua sala.

Nem tinha me sentado na cadeira quando o interfone tocou e ele me chamou em sua sala.

- Humm... deixa pra lá, achei que tinha decidido, mas ainda não decidi, volte para sua mesa. - Ele diz e quem cerra os olhos sou eu.

Volto para minha mesa e nem 10 segundos depois ele me chama outra vez.

- Achei que ia querer massa, mas acho que vou querer peixe, ou carne... humm estou tão indeciso. - Ele diz e saio da sala dele já impaciente.

Sei que ele vai me chamar e se eu deixar vai ficar nisso a tarde toda, então pego o notebook, umas folhas, a agenda e coloco no assento da minha cadeira.

Assim que ele toca a droga do interfone saio empurrando minha cadeira e vou entrando na sala dele.

- O que é isso? Aonde você vai? O que está fazendo? - Ele pergunta me vendo entrar.

- Vamos dividir a mesa, assim o Senhor não precisa ficar me chamando o tempo todo. - Falo chegando com a cadeira do lado dele.

Ele me olha bravo e surpreso, e tem uma cara engraçada, por essa eu aposto que ele não esperava.

Ajeito tudo do lado dele e me sento para começar a trabalhar, sinto até um arrepio e luto pra não olhar pra ele, Gregor me olha como uma águia e sei que está me fuzilando com o olhar, mas só olho para o notebook o ignorando.

- Volte para sua mesa! - Ele diz em um tom de voz controlado de mais para o meu gosto.

- Não. - Falo sem olhar pra ele.

- Essa sala é minha! Você não pode trabalhar aqui dentro, ou sai, ou te processo por assédio! Vou arrancar cada centavo que você tiver, se você não sabe eu sou advogado e também sou formado em administração, eu tenho conhecimento fedelha! Conhecimento e muito dinheiro, e a combinação disso se você não sabe pode ser bem perigosa. - Ele diz me ameaçando.

- Não tenho quase dinheiro pra você arrancar, e quem pode te processar sou eu! Você já me ofendeu, gritou comigo e ontem tentou me acertar com o bolinho, ou seja, tentou me agredir fisicamente, sem falar que você fica apertando o interfone o tempo todo e tentando me aterrorizar, com certeza isso também entraria no processo, portanto não venha me ameaçar. Posso até ser mais nova que você, mas não sou burra! Se estou aqui dentro é por culpa da sua infantilidade! Se você parasse de se comportar como uma criancinha não teríamos problema. - Falo o encarando.

Gregor Um Terror de ChefeWhere stories live. Discover now