Capitulo trinta e quatro

588 57 32
                                    

Sem pensar duas vezes eu jogo com força meu celular contra a parede, todos ao meu redor acabam assustados pelo meu ato rápido e sem aviso prévio, me sento no chão com medo.

— O que houve!? - Jisung se senta ao meu lado - Pelo amor de Deus, está tudo bem?!

— Jisung! Faça parar, eu não aguento mais, por céus, para mim já chega, eu não aguento mais essas ameaças - Eu me viro rapidamente e me jogo nos braços do menino chorando - O que estou fazendo... é errado? Por céus isso tem haver com minha mãe! Ela que me pois nessa enrascada, por que eu nasci? Para ser manipulada desta maneira?!

— Espere aí! - Jisung se arruma - Engula estas palavras e nunca mais as repita em sua vida! Eu preciso de você aqui comigo, está bem?! Se você ir embora, eu também vou, você está recebendo ameaças?! Pois bem, também estou - Ele acaricia meu cabelo - Se você está sofrendo, eu também estou.

Palavras de calmaria e amor de parte do maior, sossega meu coração congelado por tristeza e medo, eu sempre fui fraca e derrotada por dentro, mas por fora me mostro forte quando estou ao ponto de desabar.
Chenle verifica meu celular o que por "sorte", só havia rachado a película, ele lê as mensagens e se assusta.

— Por céus! Isso não pode ser de algum ser humano normal - Chenle engole seco ao ver o que havia na tela, logo com desgosto afasta o celular da própria visão.

Jisung ameaça a se levantar e me soltar para conseguir entender o que havia na tela do celular, eu seguro o garoto mais forte para que o mesmo não conclua a ação, Chenle percebe que eu não solitária o menino e entrega o celular para Jisung que suspira pesado a o ver a mensagem.

— Céus, eu estou aqui, ficará tudo bem! Eu irei te proteger - Ele me acaricia.

Eu posso praticamente odiar todos que estão naquela bendita foto, mas como ignorar meu irmão e tia mortos com tiros e sangre por toda parte, aquilo era simplesmente horrível.
Eu tremia, chorava, suava frio e me preocupava, sabia que não ia largar Jisung tão cedo.
Quando você pensa que tudo teve seu fim, e finalmente estava dando tudo certo, só falta explodir uma bomba na sua cara de tão merda que tudo fica, o mais cômico da situação é que nunca vai haver o fim, até eu me por um fim, mas se depender dos objetivos que eu criei de não morrer infeliz, não será agora minha hora.
Tenho esperança de que aquilo seja apenas uma mera montagem bem feita, que isso seja apenas uma coisa idiota e que poderemos ir ao parque de diversões depois de uma calmaria. Com cuidado um por um dos dreamers, os meros garotos inocentes analisava a mensagem e foto que lhe causariam provavelmente medo e noites mal dormidas.

— Céus para mim já chega! - Grita o mais velho do grupo - Eu te amo Candy mas...

— Não inveta Mark Lee! - Jaemin diz.

— Mas sendo totalmente sincero - Ele continua e eu sinto meu coração quebrando.

— Cala a boca Mark - Jisung diz.

— Precisamos nos...

— Tente acabar essa frase, só tente finaliza-la - Jisung me solta e se levanta.

— Precisa ficar longe de nós - Ele suspira deixando a entender um pequeno remorso.

Não consigo pensar em absolutamente nada, é como se um breu invadisse meus pensamentos e estivesse impedindo de conseguir pensar no Que estava acontecendo, um som estrondoso chama atenção de todos ali presentes, Jisung soca a parede bem próximo ao rosto de Mark, ele desliza sua mão para baixo assim que a mesma não tem contato com a parede era possível ver sangue no concreto e na mão do mais novo dos meninos. Ele se afasta lentamente andando de costas prendendo seu olhar no mais velho.

— É assim? Foi assim que você me ajudou a crescer? Desistindo das pessoas quando elas realmente precisam? - Jisung iria avançar novamente, mas os meninos os seguram rapidamente - Você acha que sua mãe iria gostar disso? Foi assim que ela ensinou a gente - Jisung gritava.

— Não ponha a minha mãe no meio!

— Eu preciso por! Porra você está a desobedecendo - Jisung aumenta o tom de voz.

— Ela está morta Jisung! Morta! - Mark aumenta junto - Tudo isso protegendo os outros - Ele se irrita - Eu sou responsável por esse grupo! Estou fazendo o melhor para minha família! - Ele assusta a todos.

Eu me levanto do gelado chão, suspiro pesado e limpo as lágrimas restantes do meu rosto, eu pego o meu celular na mão de Mark e volto a analisar a foto.

— Diga oi para minha família, Mark - Aponto para tela de meu celular - Peço desculpas, eu realmente não sei o quão dolorido pode ser perder alguém de sua família por proteção, não faço ideia da sofrencia e sentimentos envolvidos. Afinal a sua dor deve ser o triplo da minha, você perdeu sua mãe! Os meus pais apenas foram sequestrados pelo meu irmão mais velho que me agredia e agora pode estar possivelmente morto com minha tia adorável que me dizia coisas horríveis, e putz! Meus pais devem estar quase mortos agora. Também não é possível encaixar o fato de que eu me isolei minha vida inteira e foquei em estudos por puro medo de entrar em uma suposta depressão por conta de tudo isso, e! Ter que desistir dos meus sonhos para ajudar nos remédios controlados de meu avô, enquanto você ganha apoio total de sua família para estar onde está! Sim Mark Lee, eu estou bem, isso não é nem metade de minha história, mas permaneço bem, com toda certeza isso é culpa de eu não ter defendido minha família quando pude, porém você tem razão! Eu sou inútil! Só sirvo para que todos em minha volta recebam ameaças e atrair problemas para os mesmos, não é mesmo?

  — Candy... Não foi isso que eu quis dizer - Mark se arrepende.

— Vamos Mark! Não tenha pena ou sinta dó de mim! Eu confiava em você de olhos vendados! Está mentindo para mim agora porque?! - Dou uma risada soprada - Você se arrepende de ter sido meu amigo, e agora quer afastar todos de mim porque tem medo, não é Mark?! - Eu me afasto do garoto - Vamos lá Mark! Tire de mim as únicas pessoas que eu considero uma família.

Mark se arrepende e me abraça, o maior repete diversas vezes a palavra "desculpa", eu dou um leve empurrão no maior para que ele me solte e eu me afasto.

— Eu não quero que isso aconteça, me perdoe, por favor - Mark suplica quase ao choro.

— Se vocês pensam igual a Mark Lee, irei entender completamente - Viro para os meninos - Irei atravessar aquela porta e sumir com todos os problemas que eu criei e vocês não iram precisar mais se importar com essas coisas como ameaças e brigas desnecessárias - Digo olhando para baixo.

— Você está louca em pensar em sair daqui! - Chenle diz - Como cogitou essa ideia?!

— acorda para vida! Já lidamos com ameaças piores que essas - Jeno se aproxima.

— Candy acorda, minha vida não será a mesma sem minha parceira de crime - Haechan ri.

— Se você ir embora, eu irei junto - Renjun afirma.

— Eu não levei um tiro por você para ouvir isso! - Jaemin sorri.

— Eu preciso de você comigo - Jisung me abraça - Eu preciso...

Ouvir palavras tão delicadas e motivadoras é tudo o que eu preciso, ainda coisas como "Eu preciso de você..." Isso com toda certeza é um choque de realidade certeiro.
Park Jisung sempre foi o melhor antidepressivo que eu poderia ter, seu sorriso curava feridas abertas causadas por ódio, seu abraço me protegia melhor que um bote salva vidas no momento de me afogar em minhas próprias mágoas e paranoias, suas piadas em momentos alegres eram como xaropes, gosto terrível, mas me curavam de quase tudo. O quanto mais me aproximo e conheço meu ídol favorito, mais acabo caindo no poço apaixonada, e a cada momento que estou mais fundo, mais dependo desta paixão, se a mesma tiver um fim - O que espero que não aconteça - sei que terei terríveis problemas.

DOLLAR DOLLAR ←NCT DREAM (REVISÃO)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora