Capítulo 1

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Geralmente as pessoas não costumam ver o mundo como ele realmente é. Mas não me refiro a toda crueldade existentes nele mas a beleza na simplicidade das pequenas coisas ao nosso redor. Como o formato das nuvens, o vôo dos pássaros, o balançar nos galhos das árvores, os passarinhos saindo do ninho pela primeira vez para aprender a voar, um bebê dando seus primeiros passos em direção aos seus pais no parque ou uma criança sorrindo ao aprender a andar de bicicleta sem as rodinhas, um menininho de rua se curvando com um sorriso no rosto em agradecimento pela moeda que ganhou e que lhe ajudará a comprar algo pra comer no final do dia. Para muitos tudo aquilo citado a cima é irrelevante e talvez seja mas já pararam pra pensar esses pequenos detalhes também faz parte do nosso viver?

A vida é somente o papel, nós somos o lápis ou o pincel. Todas as nossas experiências são o desenho e os pequenos detalhes da vida são as cores finalizam uma obra de arte.

Desde muito pequena eu fui uma grande admiradora da arte e da natureza, o que me levou a ser fotógrafa já que eu não levo o menor jeito pra arte, mesmo fazendo cursos e mais cursos. Acredito que sim, qualquer pessoa pode fazer arte mas existem aqueles que nasceram pra isso e eu definitivamente não tinha nascido pra fazer arte através de um pincel e uma tela e sim através da lente de uma câmera.

Meu maior sonho é realizar uma exposição mas Linda Campbell não é um nome reconhecido ainda e eu não tenho dinheiro pra investir, tenho que trabalhar pra isso. E mesmo que a minha "praia" fosse mais ambientalista, eu trabalho com pessoas.

— É a última, prometo bebê!- disse para o bebezinho de apenas um mês enquanto o fotografava.

O pequeno já estava naquele estúdio há mais de duas horas e mesmo que eu o mexesse cuidadosamente para não machucar ele e lhe deixar numa posição confortável, eu sabia que era chato para o bebê e que ele iria se enfezar uma hora ou outra e ela chegou. Após terminar, olhei algumas fotos ainda na câmera antes de passar para o computador e senti os meus olhos marejar.

— Um dia você vai ter o seu. – Sun disse ao parar ao meu lado.

Apenas sorri sem mostrar os dentes. Um pouco mais de três meses atrás eu descobri que estava grávida mas acabei sofrendo um aborto espontâneo.

— Eu sei. Estou indo primeiro.

— Até amanhã.

Me curvei e após guardar algumas coisas, peguei a minha bolsa e saí do estúdio. Andei até próximo quarteirão e peguei o ônibus, pondo os fones de ouvido e permaneci olhando para a tela do meu celular, levantando o olhar apenas vez ou outra para conferir se estava perto da minha parada.

Quando finalmente cheguei no meu apartamento, a primeira coisa que fiz foi me livrar do meu sutiã e logo senti a sensação de liberdade e alívio. Depois fui até a cozinha e abri a geladeira, varri com o olhar todos os itens que tinha ali e praticamente nada agradava os meus olhos então resolvi abrir o armário e peguei um pacote de macarrão instantâneo. Pus água para ferver e esperei enquanto olhava as minhas redes sociais.

Uma mensagem chegou no meu kakaotalk e eu suspirei antes de abrir.

Jeon:

Esse fim de semana vamos fazer o aniversário surpresa do Namjoon hyung. Você vai não é?

Você tem que parar de nos ignorar.

Somos seus amigos também .

Sentimos a sua falta, sabia?

Bloqueei a tela do meu celular e fui fazer o macarrão. Comi sentada no sofá da sala, assistindo um programa qualquer e mal tinha posto o prato na pia quando ouvi a porta da frente abrir mas não me assustei pois sabia quem era. Assim que voltei para a sala vi Jung HoSeok sentado no meu sofá com o controle da tv na mão, passando os canais e resmungando que não passava nada interessante.

Addicted to youWhere stories live. Discover now