Capítulo 22

1.4K 126 101
                                    

Parece que um ano inteiro se passou nos últimos três meses. Da última vez que sentei com o Taehyung na parte mais reservada de um pub, ainda estava tentando lidar com as merdas que estavam acontecendo na minha vida. Com o fato dos meus melhores amigos terem me jogado na clínica de reabilitação como se eu fosse um alcoólatra e um viciado, um caso perdido, totalmente obcecado pela minha ex-namorada. Tae foi o único que estendeu a mão sem me fazer pensar que era de fato esse tipo de cara. Ou muito perto de me transformar em um.

Eu não sou ressentido com os caras por isso. Mas ainda é estranho pra mim pensar nisso, na forma que eles protegiam a Linda como se eu fosse pirar a qualquer sinal de vida dela a ponto de sequestrar a mulher que eu amo e obriga-la a voltar a me amar. Taehyung é meu melhor amigo, sempre foi desde que cheguei em Seoul, assim como Jeongguk, mas ele foi o único que socou a minha cara sem precisar fazer eu me sentir o pior tipo de homem. Eu ainda não posso dizer que entendi eles completamente, mas sei que apesar de tudo estavam preocupados comigo. De qualquer forma, Tae ainda é o único que me deixa confortável o suficiente pra desabafar sem temer julgamentos.

Mas meu melhor amigo me encarou como se eu tivesse a cara pintada e um nariz vermelho antes de gargalhar. E eu retiro o que disse sobre ficar confortável com esse cara.

— Muito obrigado por rir da minha cara, seu babaca.

— E o que você esperava? – ele ainda estava rindo — Não se pede uma mulher em casamento porque ela te fez o melhor boquete da sua vida, seu idiota!

Eu deveria ter deixado essa parte de fora. Mas era o Tae. É, eu sou idiota.

— É claro que ela ia dizer não! – continuou rindo.

Como se a rejeição ao meu pedido de casamento nada romântico fosse a piada mais engraçada da década. Mas a verdade é que eu não pensei muito na hora que as palavras jorraram de mim. Uma hora eu estava tendo um dos melhores sexo da minha vida, com direito a minha garota chupando meu pau e depois gozando pra mim duas vezes seguidas – Porra, como eu poderia pensar em alguma coisa? – E na outra eu estava encarando Linda com expectativa depois de soltar de forma mais espontânea possível que queria casar com aquela mulher.

Merda. Há meses eu quero colocar um anel no dedo daquela mulher. Muito antes da gente terminar, eu já imaginava como seria me casar com ela.  Ter o prazer de saber que ela é minha esposa. Minha mulher. Mas é claro que Linda não ia facilitar as coisas pra mim. Eu sabia que ela ia surtar, só não esperava que fosse ser tão firme em dizer “Não”. Lin não é exatamente uma das mulheres mais românticas que eu conheço, mas também não acho que a resposta teria sido diferente se eu tivesse levado ela pra jantar, comprado uma garrafa de champanhe e me ajoelhado no final com um anel cheio de diamantes.

Lin não estava pronta pra dar esse passo. Ela não quer casar comigo porque ainda tem medo de eu voltar a ser aquele Jimin que ela odeia. Às vezes eu mesmo tenho medo de voltar a ser aquele homem, mas então eu recorro aos meus amigos dessa vez. E estou tentando, Deus sabe o quanto, contar com ela.

“Não sou só um buraco pra você enfiar o seu pau” é uma frase que ela sempre repete pra mim. E eu sei que não é. Nunca pensei que fosse, mas não é fácil você admitir pra mulher que você ama que é um homem fodido de várias formas, físicas e mentais.

— Só saiu. Você sabe que eu queria me casar com ela há mais de um ano. – falei levando um frango empanado a boca.

— Mesmo assim, cara. Você não tem timing.

— Ah e você tem?

Ele deu de ombros. Claro que não tinha, só fingia que sim, como muitas outras coisas que eu não perceberia se não fossemos como irmãos. Era fácil pra ele mentir para as pessoas sendo um bom ator, mas não pra mim. Pelo menos eu gosto de acreditar não.

Addicted to youWhere stories live. Discover now