Capítulo 28

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Quando finalmente consegui me acalmar e a razão assumiu o controle, procurei o médico responsável por Jimin que me apresentou o quadro dele. Park tinha sofrido um acidente feio. Seu carro bateu numa placa de sinalização de obras, em alta velocidade, ele ultrapassou a placa e as barras de ferro a sua frente foram o que parou o carro. Mas como a patela e tíbia da perna direita estavam partidos em pedaços, o Dr Kwon presumiu que ele tivesse tentando frear na hora do primeiro impacto. Não havia como saber até que ele acordasse e nos contasse o que tinha acontecido.

Uma das barras de ferro atravessou a frente do carro e o atingiu no ombro e uma outra bateu na lateral da sua cabeça. Jimin deve ter desmaiado imediatamente porque o impacto foi muito grande. Os médicos decidiram induzi-lo ao coma porque ele não suportaria a dor. Eu ofeguei e quase fui ao chão quando o médico disse:

— O joelho dele está comprometido. Se não tivermos mais complicações, ele pode fazer sessões de fisioterapia mas  também pode ser que o senhor Park ainda precise de muletas no futuro.

Ele não podia ficar sem andar, sem suportar o próprio peso em pé. Jimin é modelo! Ele pode não desfilar nas passarelas mas precisa ser capaz de se manter em pé sem a ajuda de uma maldita muleta! Ele não pode...

Meu corpo se virou para o lado e eu mal consegui captar Taehyung gritando comigo, atirando na minha cara o que eu já sabia. A culpa era toda minha. Se Jimin nunca mais pudesse andar por conta própria, pudesse fazer suas corridas matinais, nunca mais pudesse modelar como antes, a culpa seria inteiramente minha. E o seu ombro? E se ele tivesse dores crônicas no ombro depois disso?

Um neurologista ainda iria avaliar seu quadro já que ele também teve uma pancada na lateral da cabeça. Mas pelo menos o coma era induzido, certo? O que também não garantia que ele fosse acordar. Mesmo depois de diminuírem a dose da sua medicação, ele ainda poderia não acordar.

Alguém afastou Taehyung de mim e eu escorreguei na parede atrás de mim até atingir o chão, sem me importar com nada e nem ninguém ao meu redor. Eu nem sabia quem mais estava ali além do Kim. Eu só conseguia pensar em como eu consegui estragar absolutamente tudo em menos de vinte e quatro horas. Como eu consegui estregar a vida dele em tão pouco tempo. A culpa estava me sufocando e de repente eu estava sem ar.

— Vamos, inspire e expire devagar. – uma voz feminina me instruiu.

Era uma enfermeira. Tentei puxar o ar de volta para os meus pulmões. A alguns metros vi Taehyung conversando com alguém por ligação enquanto olhava pra mim, ao seu lado estava seu manager e também vi o advogado de Jimin. Minha cabeça estava uma zona. Eu mal estava conseguindo captar as coisas ao meu redor mas o ar preencheu meus pulmões novamente e o som das vozes no hospital ficaram mais claras.

SongKwan, manager do Taehyung, estava aqui porque a estrela em ascensão não poderia se envolver em escândalos mas o Kim se recusava a deixar o hospital enquanto seu melhor amigo estava desacordado e prestes a passar por uma cirurgia.

Não parecia perigosa mas não podemos descartar qualquer perigo. Principalmente porque ele pode ficar sem andar se a cirurgia não for bem sucedida. O advogado de Jimin estava fazendo algumas ligações também, provavelmente se certificando que o caso fosse abafado e lidando com as consequência da batida em domínio público.

Fui conduizada até uma das cadeiras e me sentei ali. Meu celular começou a tocar e eu o peguei. Era SunHee. Não tive coragem de atender, de explicar a situação para mais ninguém. Apenas fiquei ali esperando pelo momento que Jimin passaria por aquelas portas após a cirurgia. As lágrimas estavam ameaçando a voltar a cair. Uma movimentação chamou a minha atenção e eu vi quando SeokJin e Elle chegaram junto com Namjoon e Adora.

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