Capítulo 24

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Com tudo que estava acontecendo, eu realmente não faço ideia de como vou conseguir convencer a Lin a não se preocupar com conosco. Ela sempre teve cuidado com o nosso relacionamento, sempre foi mais prudente do que eu mas agora não trabalhamos mais na mesma empresa, não há cláusula nenhuma que a impeça ser vista comigo, ser reconhecida como minha namorada. Já consigo ouvir ela dizer "Você enlouqueceu? Olha o que o Tae e Yong Sun estão passando agora, pelo amor de Deus!“ e realmente a situação deles não é das melhores, nem perto disso e todos nós sabemos mas não posso tomar o exemplo deles pra nós. Taehyung é muito mais famoso do que eu e a noona é... Não, o trabalho dela não justifica nada. É digno com qualquer outro, só mal compreendido.

Conheço aquela mulher há anos, bem, sete anos! Nunca vi seu trabalho como algo menos do que divertido.

De qualquer forma eu preciso tentar. Estufei o peito e limpei discretamente a garganta. Era hora de colocar um dos pontos fracos dela em ação. Meu peito tocou o seu ombro mas ela não se importou muito, estava ciente da minha proximidade mas continuou selecionando as fotos que tinha tirado para um dos seus freelance. Era o que vinha ajudando ela a não enlouquecer e aceitar a minha ajuda. Me inclinei um pouquinho mais e passei o braço pela sua cintura.

— Estão ótimas.

— Não é? Eu gostei muito também.

Era o aniversário de cem anos do Hotel Do Gun e ela havia sido contratada pra tirar fotos que mostrasse a história e convidasse mais hóspedes para o lugar. Apesar das reformas, de algum modo Linda conseguiu mostrar isso.

— Pra quando é mesmo?

— Pra próxima semana. Mas não falta muito pra eu terminar. Babe o que acha dessa?

Era uma foto da entrada. Parece um contraste do velho e do novo. Não sei como ela conseguiu isso mas ficou muito bom, realmente maravilhoso.

— Tá muito boa. Como você fez parecer o antigo Do Gun e o atual ao mesmo tempo? Isso tá muito bom mesmo, babe, tá incrível. Você é incrível. – elogiei e vi suas bochechas ganhar um tom rosado mas seu olhar estava intrigado. — O quê?

— Por que está falando assim?

— Assim como?

— Com sotaque de Busan.

— Estou? Eu nem reparei. – falei com o sotaque de Seul. — Soa agressivo né?

Ela balançou a cabeça em negativa e aproximou seu rosto do meu.

— Eu gosto. É sexy. – e me deu um beijinho.

— Mesmo?– usei novamente. — Gosta quando eu falo assim com você? Hum?

E lá estava aquele brilho que eu gosto, aquele morder de lábios inconsciente enquanto olha pra minha boca e assentia. Lutei contra o sorriso vitorioso e a puxei para os meus braços.

— Amor! – Lin olhou de mim para o seu trabalho como quem dissesse que não podia abandonar mas não estava se esforçando pra sair dos meus braços.

— É hora de me dar atenção, você não acha?

Linda me olhou nos olhos e eu soube que ela estava debatendo consigo mesma se me beijava ou voltava ao trabalho. Roubei um beijo dela e depois outro e outro e a fiz esquecer tudo ao nosso redor. Quer dizer, quase.

— Me deixa guardar primeiro. – me deu um último beijinho e se desvencilhou de mim.

Observei enquanto ela recolhia suas coisas do trabalho e guardava. Meu peito estava cheio de orgulho dela, realmente reconheço o quanto ela é incrível e seu trabalho é excepcional. Mesmo que não tivéssemos nenhum envolvimento romântico ou que fôssemos apenas dois estranhos, eu investiria nela. Ainda quero mas Linda não aceita. Sei que ela quer ter o gosto, o prazer da conquista além do seu orgulho e entendo até certo ponto mas queria poder dar a ela um estúdio. Uma galeria. O que ela quisesse e faria isso com prazer.

Addicted to youWhere stories live. Discover now