17- Party Hard

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Era exatamente uma da tarde e estávamos comendo na sala. Depois de ontem Caio havia ficado aqui em casa e dormiu aqui como de costume. Então de manhã ele só pegou umas roupas e voltou pra cá, ele amava ficar aqui e eu amava sua companhia, era de fato a melhor coisa que eu poderia pedir. Depois que ele voltou e reclamou que estava com fome pedimos comida e estávamos comendo e vendo desenhos, a festa seria só mais tarde e nós havíamos combinado de dormir pra não ficarmos bocejando durante a festa nem nada.

- Será que ele vai estar lá mi? – Caio de repente se sentou no chão ao meu lado, seus olhos estavam preocupados.

-Ele quem? O Kaike?

-Não porra a Shakira! Lógico que é ele.

-Cara, você deve trabalhar esse seu linguajar, anda muito chulo. – Eu ri e ele tacou a almofada em mim.

-Mas sério, e se ele for? E pior, se for com o André?- Eu não havia pensado em nenhuma dessas hipóteses, mas como sempre era pra isso que Caio estava lá, pra me lembrar de cada mísero detalhe para que eu não fosse surpreendido.

-Eu não penso que ele vá, mas como ele está saindo com o André, então ele deve ir. Mas foda-se, não quero saber dele. – Meu coração doeu na mesma hora, aquela dor que lhe incomoda e nenhum remédio é capaz de faze-la parar, mas ainda bem que senti essa dor aqui, lá na festa não teria que lidar com isso.

-Bom, se ele estiver lá, pelo meno nós não ficaremos surpresos. – Como eu disse, Caio planejava tudo.

-Você é um filho da puta de um estrategista hein?- Nós rimos e fomos para o meu quarto descansar.


#Kaike

Aquela tarde estava chata e entediante. Eu já havia tentado fazer de tudo pra me ocupar mas, nada parecia bom o suficiente para o serviço. Eu acordei pensando em Miguel e eu deveria falar com ele um dia desses sobre o que aconteceu, ele pode estar pensando que sou uma puta ou algo do tipo, como se muitos já não pensassem. André hoje estava mais atencioso, ele havia me dado bom dia e reforçado que passaria aqui as oito pra me buscar para a tal festa. Só de pensar nela me dá um frio na barriga pois eu não sei o que vai acontecer lá, ou quem vai estar lá, ou até se o Gabriel vai aprontar algo comigo. André me deu sua palavra que não e estava confiando nele.

Estava cansado de ficar no quarto então desci pra ver algo na TV e aproveitar a paz que reinava na casa quando meu pai não estava em casa, porém a capa do jornal de hoje me chamou atenção com as letras gigantes impressas.

ONDA DE ASSALTOS TOMA CONTA DE BOTAFOGO

Só nessa semana foram registrados na delegacia local mais de vinte casos de jovens armados e encapuzados assaltando as pessoas. O que chamou a atenção da polícia é o fato dos bandidos não roubarem nada alem de celulares, algumas das vítimas relata que até dinheiro foi deixado para trás, o foco principal desses bandidos são celulares, principalmente os de ultima geração com GPS e outros dispositivos.

Aquilo realmente era de se preocupar, meu bairro sempre tão calmo, dificilmente acontecia algo que assustasse ou amedrontasse os moradores daqui, e ainda mais o fato de só roubarem celulares, muito esquisito. Mas cada louco com sua loucura.

Liguei a televisão e comecei a assistir um filme qualquer e logo peguei no sono.


-x-

Quando acordei já eram seis e alguma coisa. Fiquei louco, daqui a pouco a André passariam aqui pra irmos pra tal festa. Não estava muito animado pra festas, ainda mais pra festa de alguém que disse que faria da minha vida um inferno, isso de fato era hilário.

Forget ForeverWhere stories live. Discover now