A americana fechou os olhos calmamente ao sentir meu toque e com o polegar direito eu limpei as lágrimas que teimavam em cair.

Eu não havia me dado conta que também estava chorando ao sentir o gosto salgado das lágrimas em meus lábios.

- Eu não sabia como te amar, não sabia o que fazer, mas agora eu sei. – A voz rouca soou quase em um sussurro.

- Você sabe? – Questionei no mesmo tom.

- Sei! Eu sei como te amar agora, Camila! – Afirmou Lauren.

- Olhe para mim, Lauren. – Pedi em um sussurro. –  Você já se perguntou se eu quero que você me ame? Já se perguntou que talvez seja tarde demais para isso? – Indaguei com os olhos fixos aos dela.

Os olhos agora acinzentados estavam perdidos nos meus, todas as dúvidas eram entregues através daquele olhar. Ela estava com tanto medo da própria resposta.

- Eu me pergunto todos os dias, Camila. E sabe qual é a resposta? – A americana questionou e eu neguei. – Não é tarde demais, se você me deixou chegar até aqui é porque não é e você sabe que não! – Fez uma pausa. – Me deixe te mostrar um motivo para ficar, eu não posso te deixar ir embora de novo. Eu só preciso que você me deixe mostrar um bom motivo. – Continuou.

- Então me mostra, Lauren! Eu não aguento mais idas e voltas! – Desabafei.

Naquele momento as lágrimas caíram sem hesitação alguma, ela estava me vendo mais uma vez sem nenhuma armadura.

A morena de olhos verdes me puxou contra si e me envolveu em seus braços, ela me abraçou tão forte que eu pude sentir todos os meus pedaços se juntarem novamente. O corpo pálido tremia fortemente contra o meu mostrando seu choro compulsivo, os soluços eram tão altos e dolorosos.

Abracei a americana com todas as minhas forças e ali nós choramos juntas.

Depois de longos minutos naquele abraço o choro foi cessando, Lauren afastou meus ombros levemente para observar meu rosto.

As mãos frias tocaram nas maçãs do meu rosto e logo em seguida a mulher beijou-me a testa demoradamente.

- Eu quero te beijar, mas eu tenho medo que você corra. – Admitiu Lauren.

- Nós estamos dentro do meu camarim, no mínimo quem deveria fazer isso é você. – Acabei rindo. – Mas eu não vou correr. Apenas me beije. – Pedi.

Os lábios rosados encostaram nos meus em uma carícia singela, as bocas se reconheceram e a sensação de conforto logo se fez presente quando nossos lábios finalmente se conectaram. O suspiro que escapou por entre meus lábios morreu nos dela. Os dedos pálidos continuavam a acariciar meu rosto suavemente.

Quando as nossas línguas se encostaram eu pude sentir todo meu corpo se arrepiar e então foi a vez dela suspirar contra os meus lábios.

O gosto salgado entre o beijo indicou que ela estava chorando novamente, com calma eu separei nossas bocas e voltei a encara-la.

Céus! Eu ainda a amava na mesma intensidade!

Acabei me perdendo no mar verde daqueles olhos enquanto limpava suas lágrimas.

- Não chora. – Pedi.

- É um choro de felicidade. Pela primeira vez em anos eu estou fazendo a coisa certa. – Falou Lauren.

Me inclinei para beija-la e pude sentir o meu coração acelerado.

- Cami... Opa! Eu pensei que a discussão tinha acabado. – Me afastei de Lauren ao ouvir a voz de Dinah.

The Daughter Of The Reverend - G!P 2ª Temporada  Where stories live. Discover now