— Ah, meu Deus — sussurrou Noah. — Mal tive chances de esquecer por completo aquela noite desgostosa na casa na praia, e vocês me vêm com uma coisa dessas. Nossa. É impressionante como não perdem tempo.
— Acho que nunca me senti tão feliz vendo um anão de jardim — comentei, notando que Finn havia afrouxado meus pulsos e aproveitando a oportunidade para sair de onde estava. — Obrigada por isso.
— Ao menos te fiz calar a droga da boca por uns segundos — argumentou o cacheado.
— Nauseante.
— Não considere uma grande conquista. Aquele cara e você são tão opostos, como se fossem, não sei, Lane Kim e Dean Forester — tornei.
— Não me diga com qual eu me pareço mais. Eu não quero saber. Falo muito sério.
— Nojento. Sinceramente, me sinto diabético. Quem sabe enjoado. É repulsivo. Repugnantemente desagradável. Lá se vai mais uma semana de sono. Obrigado por serem tão discretos. Podem discar o 192 agora? — resmungou Noah.
— Você é dramático demais — reclamei.
— E vocês acabam comigo. Ah, isso é tão nojento — mesmo que nunca fosse agradável tê-lo por perto, naquele momento, embora ele se mantivesse citando uma centena de coisas que odiava em mim e Finn, eu estava aliviada em poder vê-lo caminhando entre nós dois.
Não estava mais disposta a sair de lá, porque não era apenas eu quem seria posta em risco. Era Noah, e logo vi que nossos outros amigos estavam mais próximos do que imaginávamos. Estava surpresa por temos os encontrado tão rapidamente, mas não por vê-los discutindo.
— Millie! — a ruiva veio até mim. — Millie, por Deus. Você não estava em lugar algum, e eu, eu estava sozinha entre esses... ai, não importa. Onde você se meteu? O que aconteceu?
— Nós ficamos presos — ela franziu as sobrancelhas, e eu tentava entender o significado de tal ação abrupta sua. — Foi culpa daquela mulher. A vidente. Aquela louca. Ah, nossa. Isso tudo é loucura.
— Você também a encontrou! — exclamou em pavor. — Por Deus. Louca, louca! É, sim, loucura. Uma ideia horrenda. Veja isso, talvez seja até mesmo pior que as piadas do Gaten!
— Não precisava me ofender desse jeito — murmurou, os olhos rolando como quem já não suportava mais nenhum de seus amigos. — Elas nem são tão ruins.
— Lamento em lhe informar, romancista, mas elas são péssimas — Caleb concordou com a amiga.
— Não é nada que não saibamos. O importante é irmos embora daqui o mais rápido possível — entrelacei meu braço ao dela, tornando meu olhar a todos os meninos, que já me eram um pouco mais visíveis que antes.
— Por acaso estão esperando que alguma coisa brote do chão e nos espante pra fora? — perguntou-os Sadie.
— Concordo, não podemos perder tempo — falou um deles, o qual não pude distinguir.
— Esse breu já está insuportável — Finn comentou.
E estranhamente todos se mantiveram em silêncio. Mesmo que quase não fosse capaz de vê-los, eu sabia que eles estavam mais distraídos que o de comum. Talvez todos também pensassem no que lhe haviam dito antes de nos encontrarmos ali.
— Alô-ou? Andem!
— Ahn... — Finn murmurou, despertando. — Você é tão mandona.
E com a última frase do cacheado ecoando em minha cabeça, com a qual eu concordava plenamente, nós nos direcionamos aonde imaginávamos que ficava a saída. Todos ainda mantínhamos um silêncio perturbador.
— Ele fez aquilo de novo — e olhei para o lado de onde sua voz vinha.
— É, eu sei — ri, sentindo seus cachos encostarem de súbito em meu rosto, sabendo que ele também tentava olhar em meus olhos. — Eu devo uma a ele.
— Duas, na verdade — corrigiu. — Noah fez a mesma coisa na casa da praia.
— Mas eu não queria que ele interrompesse daquela vez.
— Eu não entendo você.
— E nunca vai entender.
Calados outra vez, continuamos a caminhar pela área imersa em pretidão, e tudo estaria no mais calmo se não fosse um grito em terror dado por Sadie, fazendo com que todos nós saltássemos juntamente a ela.
— Alguma coisa encostou em mim! — a ruiva brandiu, e pela pouca luz que vinha de um local que aparentava ser a saída, eu pude ver seus cabelos baixarem, e saber que ela encarava os pés. — Matem isso, matem isso! — ela saltou outra vez.
— Para início de conversa, o quê? — questionou-a Gaten.
— Não tem nada aqui, Sadie. Nadinha — disse Finn, sacudindo os ombros e seguindo até o lado da menina imóvel, agarrando sua mão e arrastando-a pelo caminho. E nenhum de nós ficou para trás, não ter companhia era uma ideia que sequer cogitávamos.
— É claro que tem. Eu não estou louca — rolei os olhos à minha volta, insegura como ela. — Passou por mim, eu senti.
— Tanto faz, isso não importa. Passou e foi embora. Deixe de ser dramática, é uma casa mal-assombrada — e Sadie assumiu uma carranca. Depois de algum tempo, foi a vez de Noah de gritar em terror, afirmando ter sentido algo frio ligeiramente tocar sua perna.
— Finn, está aqui. Ainda está aqui! — encarou seus pés, como ela. E quando nos demos conta, ele era puxado pela tal coisa. — Ah! Me ajudem!
E a ruiva foi a primeira a correr em direção ao menino, quase tão desesperada quanto ele — Eu avisei, seus idiotas. Eu avisei!
E Finn, Caleb e Gaten começaram a ajudá-la, também aflitos — Só não pensei que pudesse puxá-lo assim.
— Quieta, Sadie, e me livrem disso logo, caramba!
Depois de algum tempo, senti pena do que quer que o puxasse, pois Gaten resolveu tomar uma medida drástica, provavelmente cansado de puxá-lo, e de algum forma conseguiu acertar a tal coisa. O menino, fingindo que nada lhe havia acontecido, ajeitou seu colete axadrezado e continuou a seguir em direção a saída. Ele sequer nos agradeceu.
— Ingrato — reclamou Sadie. — Bem que merecia ser esfolado por aquilo. Se eu soubesse que seria tão grosso, teria o deixado lá mesmo.
— Hum... — murmurei, meus olhos fixos na luz que se aproximava de nós.
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ventured to say ˓ fillie
أدب الهواةquando uma menina se mudou para o burgo dos wolfhard, levou consigo todas as suas inseguranças. eles se deram bem (certamente não de primeira, mas se compreendiam). no entanto, seu convívio podia ser melhor, pois haviam atingido um nível de estreite...