42. the truth's night

368 35 178
                                    

Foram bons momentos de auto confiança e auto-estima, mas com o passar dos dias eu era cada vez mais tomada por ansiedade. Jaeden e eu fazíamos algo que nomeamos de cerimônia da gratitude, que eram momentos aleatórios em que citávamos coisas pelas quais éramos gratos e que muitas vezes eram a razão de ainda estarmos vivos. Mas com tanta bonança — especialmente porque Ametise se tornara a pessoa mais forçadamente gentil que conhecia —, a tempestade viera em quatro semanas. Já estávamos em novembro, no vigésimo quinto dia, e a tarde havia acabado de começar.

Era insana a quantidade de mulheres correndo e tropeçando por todos os cantos na festa ao ar livre. Felizmente, era um dia bonito, e isso estenderia minha cerimônia de gratitude, além de bastante fresco. O vento carregava o perfume das flores ao redor, e o local das mesas era cercado por uma espécie de pingo d'ouro muito bonita, longa e verde oliva, assim como o vestido de Lilia. Sentado à minha frente estava minha salvação, o Lieberher, tendo sua mão entrelaçada à da namorada ao lado de um vaso de magnólias brancas, como todo o resto das mesas. Todos estavam tão animados, eu mal podia acreditar; sentia que poderia passar mal a qualquer instante, e Jaeden estava ciente disso, portanto não saíra de meu lado por um minuto sequer.

Para quem tinha um péssimo gosto para coisas no geral, especialmente decorações, a festa de noivado estava muito bem enfeitada. Mas fosse lindo como fosse, algo ainda me deixava inquieta; uma sensação ruim, um nó na boca do estômago, um aperto no peito. Eu realmente deveria confiar mais em minha intuição, pois logo ouvi gritos de empolgação em meio aos convidados bem arrumados da festa; Sadie aparecera na multidão de convidados trajando um vestido longo da cor do mar, os lábios brilhantes e os fios tão organizados que seus baby hairs pareciam ter sido encaixados ali. Ela me viu e sorriu.

— Eu não acredito que fomos convidados e que mamãe me deixou vir e que você está ainda mais bonita que antes e que posso abraçá-la! — ela disparou sem pausas para respirar, eufórica, sacudindo a trança propositalmente bagunçada em seu ombro. Sadie, então, segurou meu rosto e apertou tanto minhas bochechas que senti dor. — Ah, céus, isso está acontecendo! Está mesmo acontecendo! Cab, Cab, aqui, nosso anjo está aqui!

Demorei a perceber, mas ela havia chamado Caleb. Ele carregava um semblante extremamente contente, como se nunca houvesse se sentido tão completo, e se exibia por aí com seu corpo definido emoldurado por um smoking branco visivelmente fino. Ele e Sadie eram perfeitos um para o outro, e eu soube que também eram perfeitos para mim quando Caleb me abraçou com a mesma força que a ruiva.

— Brownie! — ele exclamou, a voz de quem fazia muita força. Assim que me soltou, eu segurei sua mão e a de Sadie como se não pretendesse deixá-los nunca mais.

— Caleb, ah, Deus, você está simplesmente ferrando com o psicólogo de todo mundo — eu claramente havia inflado o ego do McLaughlin, que sorrira como um verdadeiro Joey Tribbiani exibicionista. — E você, Sasa, continua perfeita.

Eu não podia sorrir mais ou rasgaria as bochechas. Os vendo ali, lado a lado, eu pensei nunca ter me sentido tão feliz; Caleb tinha a Sadie, Jaeden tinha Lilia, e ambos eram parceiros sortudos em suas relações. Tudo ia bem, nós nos sentamos juntos na mesa retangular branca, a ruiva me contou sobre seu novo skate e me mostrou as marcas e cicatrizes em seus braços, empolgada. Caleb revelou que Noah havia chorado diversas vezes por minha causa, e então foi como se meus sentimentos despencassem ladeira abaixo. Mais deles foram aparecendo com o passar do tempo; Gaten me abraçou com força também, eu cheguei a tossir por falta de ar, e Noah gritou tanto que os convidados nos olharam feio.

— Você está aqui, você está aqui, não é precisamos mais da Millie de pano! — eu ri, mas não havia entendido bem. Sadie, então, explicou que Noah havia construído uma réplica minha com estacas velhas de madeira do sótão dos Wolfhard — onde ele passava a maior parte do tempo, chorando e bebendo escondido — e a vestido com trapos dignos de um Elfo Doméstico. Não soava como algo que o Schnapp que eu conhecia faria, mas ele tinha seus motivos — durante aquelas quatro últimas semanas, Chloe havia sido levada ao menos duas vezes ao hospital por desnutrição. Ele estava preocupado, e não era somente comigo, mas eu contribuía muito para seu sofrimento.

ventured to say ˓ fillieजहाँ कहानियाँ रहती हैं। अभी खोजें