— Tem certeza, Sadie? — franzi as sobrancelhas, estranhando a proximidade da voz de Finn. — Ela parece... não sei...
— Morta — falou a voz de Noah, e senti alguém me chacoalhar. — Sadie, ela morreu.
— Não, confiem em mim — tornou ela com seu tom animado, porém, levemente preocupado de sempre. — Millie é esquisita assim, mesmo...
— E se começarmos a falar palavrões? — perguntou Caleb. Eu me mexi, incomodada.
— Ahá! Não está morta, viu? — disse a ruiva com mais certeza e empolgação, cutucando meu braço esquerdo.
— Millie! — Finn me chacoalhou. — Millie! — ele inspirou. — Millie Bobby Brown!
— Droga, Finn! — como quem despertava de um transe, inconsciente de tudo o que havia feito antes dele, meu corpo se levantou na velocidade da luz, tenso com a proximidade e a altura da voz do Wolfhard, o que fez com que nossas testas se encontrassem. Ele resmungou como uma criança. — Ai! Que é que vocês querem, caramba?
— Acordá-la, Aurora! — os cinco esbravejaram ao meu redor, nenhum deles muito calmo. Me sentia como a difunta no caixão com entes nem tão queridos furiosos pela minha morte.
— Sumam daqui, vão — voltei a me deitar, deslizando no saco de dormir para me cobrir com a coberta presa ao colchão. Em alguns poucos segundos senti o peso de alguém me atingir sem piedade, os berros impacientes de Sadie preenchendo meus ouvidos. Tudo o que fiz foi empurrá-la, achando graça no estrondo que sua queda causou e na risada que Noah tentava conter. Ela o fez guinchar de dor assim que se recuperou. —Se não for pedir muito, sumam dessa casa também, e dessa cidade, desse estado, desse país falido, desse...
— Apenas fique quietinha. Você precisa me ajudar, vamos — a Sink me puxou para cima, me fazendo sentar no colchonete, então me forçou a ficar de pé, o que trouxe como consequência inúmeros cambaleios e a visão turva. — Eu me ofereci para preparar o café da manhã, mas não...
— Nem nos seus sonhos vou ajudá-la, nem pense, pode ir esquecendo — ela me arrastou para a cozinha, com o olhar de todos sobre nós. — Sadie, você assumiu essa responsabilidade, tome conta dela sozinha. A minha única responsabilidade agora é descansar meus nervos de vocês cinco por pelo menos mais alguns minutos.
— Que importa? — me olhou com seu sorriso mais falso. — Não consigo fazer comida para sete pessoas sozinha, Mills. Por favor, por favor, por favor! — Sadie parou na entrada da cozinha, as mãos nos meus ombros. Eu respirei fundo, os olhos ainda pesando um pouco, enfim concordando com a cabeça. — Isso! Que tal você preparar os ovos, enquanto eu...
— Enquanto me deixa em paz? Ah, seria ótimo, mas a vida é tristemente iníqua com todos nós, não é mesmo? — Sadie aquiesceu, infeliz, se enfiando no espaço apertado entre o balcão da cozinha e os armários que exibiram recipientes e itens culinários quando foram abertos. Eu me posicionei em frente ao fogão, recebendo de cara fechada a frigideira e os ovos que a ruiva me passava ao tempo que sorria fraco. Minha situação não poderia ser pior; estava com os fios bagunçados como se tivessem recebido uma carga de eletricidade estática, meu vestido com amassados e marcas e o cargo de cozinheira de cinco aluados. Por que diabos eles não podiam preparar suas próprias comidas?
— Você ronca alto para um baralho, sabia? — zombou Noah, entrando na cozinha com seu jeito de andar todo egocêntrico e irritante. — Eu fiquei tanto tempo ouvindo esses roncos das suas vias aéreas, que mais pareciam roncos de motores, que...
— Vá se enterrar na areia da praia, pelo amor de Merlin — quebrei um ovo na frigideira, deixando os restos no balcão e ligando as chamas das bocas do fogão para que pudesse alimentar outras. Noah, o desocupado, largou-se preguiçosamente numa banqueta, balançando suas perninhas curtas.
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ventured to say ˓ fillie
Fanfictionquando uma menina se mudou para o burgo dos wolfhard, levou consigo todas as suas inseguranças. eles se deram bem (certamente não de primeira, mas se compreendiam). no entanto, seu convívio podia ser melhor, pois haviam atingido um nível de estreite...