peguem as bombinhas, pessoal. esse capítulo é pior que explosivo, jkk. boa sorte.
— Aonde você pensa que vai? — foi como em uma daquelas cenas de filmes em que o protagonista está prestes a fazer algo de bom, e então o impedem. Papai correu seus olhos por mim, fora de foco, ainda impossibilitado de manter o equilíbrio sem o auxílio das plantas. — Está tudo um completo breu, as ruas estão vazias. Não me diga que está planejando sair por aí. Vai encontrar seus amigos, é?
— Vou tentar salvá-los, para ser mais exata — eu me virei inteiramente para ele, nem por um segundo cogitando a ideia de ficar ali. Precisava vê-los, precisava fazer o certo pelo menos uma vez na vida. — E talvez eu tenha que ir contra o senhor algumas vezes, pai, como agora, mas eu realmente preciso fazer isso.
— Ah, não é como se eu me importasse! Só não morra e não seja sequestrada, ou então vai sobrar pra mim! — ele gritou, arrancando um suspiro surpreso meu. Deus, por que ele, com tantos homens no mundo? Foi o melhor que conseguiu me arranjar? — Ei, peste, mande isso de presente para os Wolfhard!
Não podia perder mais tempo, mas sabia que papai havia feito um gesto obsceno e fingido guardá-lo num embrulho de presente; era um movimento clássico do Robert ébrio desde sempre. Mas ele era honesto, papai realmente detestava aquela gente.
Minha mente insistia em girar em volta das palavras de Íris; eu sentia que havia errado tanto, meu peito doía por conta da culpa. Não podia fugir mais daquilo. Mas ainda não sabia exatamente o que fazer, portanto, precisei parar na metade do caminho para o hotel em que Sadie estava hospedada e raciocinar como nunca havia feito: Sadie estava ali por conta de Caleb, com certeza, porque sabia que ela detestava lugares luxuosos e não os bancaria nem em mil anos por obséquio. Caleb e Finn eram muito amigos, por isso, claro que eles ficariam no mesmo lugar. E se não estivessem, eles certamente me levariam até Finn, dado o fato de que eram nossos maiores apoiadores. Mas não importava o quão pouco eu soubesse, a certeza de que Finn e eu ao menos nos veríamos aquela noite era como a de que o sol nasceria na manhã seguinte. Eu não deixaria as coisas como estavam, não fugiria mais.
Meus olhos analisaram a longa estrutura bege do hotel, com pontinhos de luz e ornamentos visivelmente caros. O Roosevelt. Eu precisava que todos os meus amigos estivessem ali, e não apenas um casal deles; precisava falar com todos, um por um, e concertar as coisas. E embora estivesse muito determinada, pensei e repensei a ideia de ir para casa, de abandoná-los outra vez, pois aparecer ali não seria algo confortável de se fazer. Mas não podia hesitar agora que já estava no Roosevelt. Atravessei o arco de pedra branca tosa, subindo as escadas da entrada, e me forcei a caminhar até o balcão da recepção, apoiando as mãos ali e ficando na ponta dos pés para enxergar melhor.
— Preciso falar com Finn Wolfhard — falei num tom mais alto que o normal, pois a atendente ruiva tinha um telefone recostado entre sua orelha e ombro direitos, pressionando uma sequência de teclas no computador. — Por favor, é urgente!
— Posso saber quem gostaria?
— Millie Bobby Brown. Nós somos amigos — respondi com pressa.
Ela me olhou com certa desconfiança, mascando chiclete enquanto me analisava, enfim livre do telefone. Aquilo pareceu durar uma eternidade, e tudo parecia acontecer devagar demais; até mesmo o som de suas unhas douradas pontudas batendo contra o teclado começava a me tirar do sério.
— Não é o que diz o sistema, mocinha... — franzi as sobrancelhas, sem entender. Como poderia o tal "sistema" saber que estávamos brigados? Então a ruiva suspirou, virando a tela do computador, na qual pude ver uma lista de pessoas não autorizadas a terem o número de seu dormitório. E quis muito, muito mesmo socar o Finn naquele momento, mas dei meu melhor para reprimir aquele sentimento, porque não queria e nem podia vê-lo querendo acertar-lhe um soco bem no nariz. Eu precisava resolver tudo, não complicar ainda mais.
CZYTASZ
ventured to say ˓ fillie
Fanfictionquando uma menina se mudou para o burgo dos wolfhard, levou consigo todas as suas inseguranças. eles se deram bem (certamente não de primeira, mas se compreendiam). no entanto, seu convívio podia ser melhor, pois haviam atingido um nível de estreite...