- Você pode continuar tocando enquanto eu converso com Lauren, querida? – O homem se direcionou a pequena.

- Sim, papai.- Respondeu Emilia distraída com as teclas do piano.

- Me acompanhe. – Pediu Edward e assim eu fiz.

Nós seguimos até a sala do homem, eu já havia entrado ali algumas vezes, mas sempre me perdia admirando o local bem decorado.

- Whisky? – Indagou Edward ao pegar a garrada de vidro.

- Sim, por favor. – Falei ao sentar na cadeira de couro.

Fiquei girando e girando naquela cadeira até que com o joelho Edward fizesse a mesma parar.

- Às vezes você parece uma criança, filha. – O homem falou sorrindo.

- Eu tenho meus dias. – Respondi também sorrindo.

O copo de vidro com dois cubos de gelo e o líquido âmbar me foi entregue e rapidamente eu levei até os lábio para degustar.

- O que você tanto quer conversar comigo? – Indagou o homem de olhos verdes ao sentar.

- Eu estou um pouco perdida com a minha exposição, como um dos investidores e um grande amigo para mim eu queria sua ajuda. – Falei calmamente.

- Ajuda com o quê? – Questionou ele.

- Eu já fiz alguns quadros e fotografei também, mas a inspiração para minha exposição é Camila, você sabe. – Fiz uma pausa. – Depois que ela chegou aqui eu me sinto perdida, eu não consigo fazer algo que não seja sobre ela e eu não posso fazer isso. Ela não vai permitir. – Concluiu cabisbaixa.

Eu sabia que havia errado muitas vezes com a latina, mas eu  estava tentando consertar tudo isso, eu não queria que ninguém saísse ainda mais machucado nessa história que de tão complicada acabou dando um nó. Eu amava Camila, amava ao ponto de querer vê-la bem, feliz. A dor me fez cair na real e perceber o quanto eu a amava, não a distância ou a nossa última briga, mas sim a dor.

Ela me conquistou quando nós éramos adolescentes, me conquistou todos os dias em que esteve comigo e eu não poderia ser mais grata por isso. Camila me tirou da escuridão em que eu vivi por longos anos, ela se tornou a minha luz e quando eu percebi que a mexicana havia ido embora da minha vida, ou melhor, depois de eu tê-la mandado embora da minha vida.

Tudo que ela queria era me resgatar da escuridão que eu caí novamente e tudo que eu fiz foi causar dor. Eu sabia que a havia destruído por completo, mas estava cega demais para tentar remendar o que eu havia feito. Talvez fosse tarde demais para aquilo, mas eu continuaria tentando até que ela me mandasse parar.

Eu não iria obriga-la a me deixar ficar em sua vida, de jeito nenhum, mas estava disposta a fazê-la me deixar ficar sem que isso a destruísse novamente.

- Você já falou com ela sobre isso? – Questionou Edward.

- Eu tenho medo. Tenho medo de acabar machucando ainda mais, ela vai acabar achando que eu estou fazendo essa exposição para tentar me desculpar. – Encarei o homem. – Mas não é por isso, Camila sempre me deu esperanças sobre a vida, mesmo depois desses três anos isso continua acontecendo, ela me inspira, Edward. – Continuei.

- Diga isso à ela, filha. Melhor, não diga, mostre. Mostre nas suas atitudes o que você não consegue dizer. – Falou o homem.

- Como eu vou fazer isso, Ed? Eu não sei por onde começar. – Fui sincera.

- Me dê seu celular por um momento. Sem senhas por favor. – Pediu Edward.

Tirei o celular do bolso e rapidamente destravei a tela.

The Daughter Of The Reverend - G!P 2ª Temporada  Where stories live. Discover now