- Não dá pra ganhar todas.

Igor sabia como se aproximar de mim e apesar das desavenças e brigas jamais poderíamos nos considerar inimigos. Eu não o odiava e nem ele a mim, na verdade aquela nossa briga foi mais uma representação de ódio interna que cada um tinha consigo. A briga aconteceu por sermos iguais de mais e não diferentes.

- Como foi pra ela reagir a minha morte?

- Foi bastante difícil. Precisei mentir dizendo que vi você morrer para que ela largasse a ideia de ir a sua procura.

- Deu certo?

- É claro que não. – Igor respondeu com um leve sorriso. – Ela está muito durona Jotah. Vai chutar a sua bunda quando se reencontrarem.

- É com certeza ela deve brigar melhor que o irmão. – Dessa vez rimos juntos.

- Como você conheceu esse cara?

- O Frank?

- É. – Igor acenou levemente com a cabeça.

- Ele apareceu no dia que levaram a garota que estava comigo. – Dei uma leve pausa e continuei. – Faz um tempo, não estivemos sempre juntos desde então. Foi meio complicado mas acabamos que estamos aqui.

- Você sabe que ele...

- Fazia parte dos grupos de buscas? Sim. – Respondi antevendo a pergunta. – Foi um dos motivos de não estarmos sempre juntos.

- Você confia nele, não é? Sei que não estariam juntos se não confiassem, mas...

- Ele tem motivos pra odiar aquele lugar tanto quanto nós.

- Tudo bem. – Igor reconheceu a sinceridade na minha voz e não prosseguiu com o assunto. – Mas e essa garota que estava com você? Enfrentar a fúria do Comandante não será nada frente a fúria de Izabel quando souber do seu caso. – Igor falou maneirando o tom da conversa.

- Não tem caso. – Respondi em meio a um sorriso. – Ela é apenas uma amiga e bem durona. Vai ser legal quando todos estiverem juntos.

- E está perto de acontecer.

- Está... – Falei finalizando a conversa.

01/04/2019

O dia ontem passou rápido e terminou sem conclusões. Todos se mantinham pensativos sobre qual decisão tomar e céticos frente às possiblidades levantadas. De qualquer maneira, qualquer que fosse a decisão, já estava mais do que na hora de ser tomada.

Então logo após o café da manhã nos reunimos novamente para tomar posição sobre os passos dali em diante. Realmente a ideia de atacar às cegas foi definitivamente descartada mas pra isso alguma boa ideia deveria surgir para dar prosseguimento ao plano. E aos poucos ela se formou.

Pra saber a hora certa de atacar precisaríamos a confirmação de Diego e nenhum de nós poderia conseguir isto estando ali onde estávamos. Para a informação sair da cidade, alguém precisaria entrar. Até porque Diego já havia deixado claro anteriormente que ele não possuía homens o bastante lá dentro para enviar indiscriminadamente para fora.

Então se mais ninguém poderia sair, quem iria entrar?

Frank e eu definitivamente estávamos fora de cogitação. Igor poderia retornar mas agora que estava lá fora poderia assumir um papel muito mais importante para que as coisas dessem certas. Não tínhamos muitas opções.

- Vitor é você quem vai voltar e resolver isto pra nós. – Frank decretou.

- Concordo. – Falei.

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