10/12/2018(Continuação)

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Algum tempo depois dessa conversa a noite já estava a cair. A lua já brotava no céu e o sol sumia quando eu vi faróis aparecendo na estrada atrás de nós.

- Pessoal? Temos um problema.

- O que foi? – Edinho perguntou.

- Tem um carro trás de nós.

- O quê?

- Um carro! Eles apareceram do nada, já deviam estar esperando que passássemos por aqui.

- É verdade! – Barbara confirmou ao olhar pra trás. – Vai Edinho precisamos sair daqui.

Edinho acelerou com tudo exigindo o máximo possível do carro e assim que as pessoas no carro atrás de nós perceberam que tentávamos fugir eles deram inicio a perseguição.

Edinho seguiu com toda velocidade pela estrada estreita e nós chacoalhávamos dentro do carro a cada vez que passávamos por um buraco ou declive no caminho. O carro atrás de nós seguia nos perseguindo e cada vez mais diminuindo a pequena vantagem que tínhamos.

Era difícil para Edinho guiar o carro, pois além da noite já estar a cair, apenas um dos faróis do nosso carro estava funcionando, o que dificultava ainda mais a tentativa de fuga. Até então nenhum disparo havia acontecido mas a Beretta já estava na minha mão pronta pra ser usada.

A situação ficava cada vez mais tensa a cada segundo que passava. Eu olhava pelo vidro traseiro do carro quando uma curva fechada feita por Edinho me jogou contra a porta do carro. Aproveitei para sentar-me ao banco e falar com ele.

- E então? Vamos conseguir escapar?

- É o que estou tentando fazer. – Respondeu enquanto lutava com o volante para manter o carro na pista.

- Esses caras não vão sair da nossa cola. – Barbara falou. – Se eles tiverem um rádio não irá demorar a estarmos cercados.

- Que se dane. – Falei e logo após me virei sobre o banco disparando três vezes contra o carro inimigo.

O carro ziguezagueou na pista como se o motorista tentasse desviar dos meus disparos que logo depois foram respondidos por tiros vindo deles. Voltei de volta a me abaixar sobre o banco para me abrigar das balas, e assim que cessaram eu disparei novamente.

O último dos meus tiros acertou ou o motorista ou o pneu do carro, de todo jeito, foi o necessário para o carro perder o controle e acertar uma arvore a beira do caminho.

- Eu acertei!

Edinho brecou assim que eu terminei de falar e parou com o carro atravessado na estrada.

- Eu e ela vamos lá. Você fica no carro. – Edinho falou.

Barbara puxou da bolsa que estava no chão do carro mais duas armas, ficou com uma e deu a outra para Edinho. Os dois logo desceram e eu fiquei acompanhando pela janela traseira.

Não muito depois disto consegui ver Edinho e Barbara caminhando com dois homens rendidos a sua frente. Edinho assobiou fez um sinal com a mão para que eu fosse até eles. Peguei as mochilas, saí do carro e fui. Os homens estavam feridos pela batida e um deles inclusive andava mancando, talvez por isso não esboçaram nenhuma reação.

Um pouco a nossa frente, do lado oposto ao que o carro deles colidiu contra a árvore, há uma pequena pousada e pelo que percebi é pra lá que Edinho quer levar estes homens.

Fui à frente para abrir a porta do local e garantir que não havia zumbis nos esperando lá dentro. Os homens continuaram rendidos do lado de fora até que eu dei o sinal para todos entrarem. Logo depois de todos entrarem Edinho me mandou levar o nosso carro para trás do prédio para tirá-lo da vista de quem quer que passe por lá.

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