04/10/2018

1.6K 105 22
                                    

Depois de muitas conversas e reuniões decidimos de uma vez contar a todos sobre meu plano. Carlos e Wendell reuniram todos numa parte do supermercado e explicamos a situação. Nosso grupo aceitou bem tudo, mas algumas pessoas do outro grupo não concordaram muito.

Um pequeno grupo de seis pessoas disse que não iriam abandonar o supermercado por uma idéia ridícula como a minha, disseram que era suicídio uma viagem e que estávamos bem ali. Eram poucas pessoas que não queriam ir embora, mas com um tempo elas conseguiriam convencer a outras pessoas a ficar e precisamos de tempo para executar os preparativos para a viagem.

As coisas começaram a piorar o grupo de pessoas que não aceita a viagem se isolaram do restante de nós, o grupo todo começar a ruir e eles passaram a não acatar mais as ordens de Wendell. Isso não é nada bom, a única coisa que não precisamos agora é um conflito interno.

06/10/2018

O louco do grupo beta se matou hoje de madrugada. Um garoto o viu enforcado no banheiro quando acordou pela manhã. Ele fazia parte do grupo que não queria ir embora, eu não gostava muito dele e pra mim a morte dele não fez a mínima diferença, assim como para muitos.

Edinho ajudou Gustavo e Carlos a tirar o corpo dele do banheiro e uma garota chamada Raissa ajudou Ana a lavar o banheiro. Agora temos mais um problema, onde vamos jogar este corpo? Não tem como enterrar ele no concreto e não quero desperdiçar tanta carne. Podemos usar este corpo como isca ou uma distração para os zumbis.

Com a pressão exercida pela morte desse cara e pelos outros sobreviventes do grupo, o pessoal do contra desistiu da idéia de permanecer no supermercado. Estamos vendo ainda como vamos chegar aos ônibus e como faremos essa viagem.

Com toda essa confusão de mudança, viagem, suicídio, enfim. Eu não consegui falar ainda com Ana. Não sei se ela vai aceitar minhas desculpas, mas ela já aparenta estar melhor, o convívio com pessoas novas ajudou ela a esquecer o acidente com seu pai e isso é ótimo.

Thamara aceitou as desculpas de Edinho sobre o acontecido com seus pais, mas Edinho não foi tão sincero sobre a história, ele disse que tinha deixado uma arma para eles, mas a verdade foi que os matou antes de ir embora. Parece algo cruel falando assim, mas hoje em dia a única coisa que eu defino como cruel é ser morto lentamente por essas coisas.

07/10/2018

Passamos a noite inteira decidindo como chegar até os ônibus e quem irá. Bom como chegar parece meio óbvio, é só entrar no carro e ir. Só que não sabemos como as coisas estão lá fora e se encontrarmos uma multidão de zumbis? A nossa arma secreta já está no porta malas, o corpo já está fedendo mesmo com todos os produtos que jogamos nele,mas é o que temos e espero que ele pareça apetitoso para os zumbis.

Quem vai até a empresa atrás do ônibus sou eu, Edinho, Carlos, Wendell e Gustavo. Vamos sair em alguns instantes e espero trazer um ônibus de volta. Estamos saindo bem armados, pistola 380, Glock, a 765 e uma das calibre 12. Eu agora me sinto bem armado, estou com a 380 nas mãos, ela é bem diferente daquele revolver calibre 38 enferrujado que eu passei quase sete meses usando. Meu facão também está comigo e Edinho está levando o dele junto com a 12. O restante das armas vai ficar no supermercado, eles podem precisar e caso nós não consigamos voltar não podemos deixá-los abandonados a própria sorte e vamos levar um rádio também.

Despedi-me da minha família e Edinho fez o mesmo. Ana veio falar comigo também, me desejou boa sorte e me deu um beijo e eu espero que não seja o último.

Conseguimos voltar e chegamos agora a pouco. Trouxemos um microônibus e uma Captiva para o supermercado. Usamos o corpo que estava no porta-malas como isca. Saímos bastante da rota jogamos o corpo no chão e Edinho bateu num carro que estava parado para que o alarme disparasse, eu e Gustavo fizemos o mesmo com outros que estavam pela rua, era um barulho muito alto e que iria atrair todos os zumbis da região, entramos no carro e fomos embora.

Conseguimos chegar à empresa sem muitas surpresas, mas lá dentro as coisas não ocorreram assim. O portão estava fechado e tivemos que derrubá-lo com o carro. Entramos todos, descemos do carro com as armas em punho, o local aparentava está limpo, sem nenhum zumbi por lá, mas estávamos enganados.

Espalhamos-nos em busca dos microônibus, eles consomem menos combustível que os ônibus maiores e tem a capacidade de passageiros que precisamos. Edinho achou a garagem com os microônibus, mas antes que ele conseguisse nos avisar, Gustavo abriu uma garagem onde estavam vários zumbis, tinha uns 20 deles ou até mais, provavelmente foram os funcionários do local que os trancaram lá.

Assim que Gustavo abriu o portão da garagem os zumbis saíram e o atacaram, escutamos os gritos dele e o estampido da arma, corremos todos para lá, mas ele já estava no chão sendo comido pelas criaturas, eu cheguei lá primeiro e Carlos logo em seguida, começamos a atirar nos zumbis e conseguimos matar todos sem sermos mordidos, não conseguimos salvar Gustavo e eu não consigo tirar aquela cena da cabeça, ele estava caído ao chão todo ensangüentado e com várias mordidas por todo o corpo, inclusive no rosto, ele estava irreconhecível.

Foi aterrorizante aquela visão, mas não podíamos perder o foco, precisávamos pegar o microônibus e a gasolina e sair o mais rápido o possível dali. O portão estava arrombado e a qualquer momento os zumbis poderiam entrar lá. Edinho foi com Wendell buscar o microônibus e eu fui junto com Carlos procurar gasolina, tinha um pequeno posto de combustível lá dentro o qual ainda não estava seco, peguei vários galões e deixei Carlos os enchendo de gasolina e diesel.

Fui atrás de um reboque de carro que eu tinha visto enquanto procurávamos a gasolina, não tinha visto que ele estava engatado num carro quando olhei pela primeira vez, mas quando voltei para pegá-lo vi que o reboque estava engatado em uma Captiva, o carro estava aberto e as chaves estavam no tampa sol. Acho que eram as chaves reservas e o ex-dono daquele carro não deve estar tão bem hoje. O tanque estava meio de gasolina e eu o levei ao posto da empresa, ajudei Carlos a por os galões em cima do reboque e enchemos o tanque dos dois carros e do ônibus antes de ir embora.realmente foi um dádiva aquele pequeno posto de gasolina que ainda não estava seco, bom não estava,porque agora ele está sim, pegamos toda a gasolina e diesel que tinha nele e fomos embora de lá.

Wendell veio na frente do comboio dirigindo o eco Sport de Kleber, eu vim logo atrás com a Captiva e o reboque com os galões e Edinho veio atrás com o microônibus. A nossa isca parece que deu certo, o caminho de volta estava mais livre e conseguimos chegar em casa bem.

Agora temos tudo para ir embora. Começaremos a reforçar os carros logo amanhã, vamos usar unas grades de ferro que estavam no estoque do supermercado e as prateleiras de ferro do supermercado. Temos muitos materiais feitos de ferro aqui, só precisamos cortá-los e depois soldá-los nas janelas dos carros. Não é um trabalho tão difícil, mas precisaremos de uns dois dias pra fazer tudo bem feito.


Diário de Um SobreviventeOnde as histórias ganham vida. Descobre agora