22/11/2018(Continuação)

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Ouvimos mais um disparo e quando olhei para o lado esquerdo vim um zumbi despencar no chão sem metade da cabeça.

- Que porra é essa? – Edinho falou enquanto olhávamos sem reação aquilo. – Você ta vendo alguém aí?

- Não. Não to vendo ninguém.

- Olha direito, esses tiros não estão saindo do nada.

Antes que eu respondesse mais disparos acertavam os zumbis que se aproximavam, até que ouvimos uma voz:

- AQUI! Venham! Rápido! - Era uma voz feminina que gritava e logo a voz de um homem passou a acompanhar seu aviso.

- De onde ta vindo isso? – Edinho que estava de costas pra eles perguntou.

Comecei a puxá-lo sem acreditar no que via e nem me atentei a respondê-lo. Puxava o mais rápido que podia enquanto uma mistura de sons confundia minha cabeça, tiros, grunhidos e gritos se misturando num turbilhão de sons que impediam que eu me concentrasse em cada um deles.

O homem que acompanhava os gritos da mulher veio até mim correndo para me ajudar a puxar o carrinho e agora que eu estava mais aliviado pude me atentar melhor no que fazer, então soltei o carrinho e saquei a pistola da cintura passando a acertar os zumbis que chegavam mais perto independente do lado.

Caminhava de costas para entrada do prédio onde nossos salvadores estavam enquanto disparava até que senti uma mão me pegando pela parte de trás da gola e me puxando pra dentro. Esbarrei no corpo de uns zumbis que estavam pendurados em frente à entrada e me assustei, tentei me desvencilhar da pegada e ouvi uma voz feminina dizer:

- Vem logo pra dentro, para com isso.

Assim que entrei no prédio fui empurrado pelas costas contra a parede e tive a arma que estava na minha mão tomada por alguém.

- Quem são vocês e o que estão fazendo aqui? – Uma voz grossa masculina que ainda não havia ouvido me indagou em tom agressivo.

Ainda com o rosto imprensado contra parede respondi:

- Calma. Não estamos aqui para causar problemas.

- Tarde de mais pelo visto. – Uma nova voz, dessa vez feminina, falou em tom irônico.

- Sofremos um acidente aqui perto enquanto fugíamos dos mordedores e acabamos encurralados nessa rua. – Edinho falava com dificuldade enquanto tentava amenizar a situação.

- Mordedores? – Alguém disse confuso.

- É assim que os chamam? – A mulher que nos chamara pra dentro indagou.

- De que isso importa? Que merda. – O homem que me mantinha contra a parede falou. – Revistem esses merdas logo.

O homem começou a apalpar meus bolsos e cintura e jogava pra fora tudo que encontrava: um isqueiro, um canivete, dois pentes de munição, uma faca tática e um pacote pela metade de pastilhas de menta.

- E essa merda aqui. – Ele falava enquanto batia de leve no arco. – Tira isso e joga no chão.

O obedeci calado e tirei o arco vagarosamente enquanto me virava de frente pra ele. Soltei o arco em seus pés e disse:

- Satisfeito agora?

Ele apontou uma pistola entre meus olhos:

- Quase.

- Já chega! – A dona da segunda voz feminina falou enquanto baixava a mão dele da minha frente e continuou. – Por que vocês estão aqui?

- Sofremos um acidente eu já disse. – Edinho se esforçava pra falar.

Diário de Um SobreviventeWhere stories live. Discover now