01/01/2019(Continuação)

414 34 13
                                    


Continuamos caminhando pela floresta e nada de outro zumbi aparecer pelo caminho e pela primeira vez eu fiquei chateado por isso não acontecer. Depois de mais ou menos duas horas após eu ter derrubado o mordedor Frank avisa que chegamos ao destino. Eu pensava que seria de fato uma casa ou cabana parecida com a de onde viemos, mas na verdade era algo bem mais simples.

- Não esperava que você escolheria uma barraca para ser um de seus abrigos. – Falei assim que chegamos.

- É. Foi exatamente por isso que eu escolhi. Mas não vamos ficar aqui, só quero dar uma olhada nas coisas e partiremos. – Frank disse abrindo a barraca.

- OK. Enquanto isso eu vou conseguir outra pergunta. – Falei ao avistar que um zumbi se aproximava.

- Ótimo. Só espere eu te dizer uma coisa antes de você gastar sua pergunta.

- Tudo bem. E o que é?

- Eu não quero que você derrube mais nenhum cabeça-oca daqui pra frente. – O homem disse assim que saiu da barraca.

- O quê? Mas por quê?

- Porque os homens dos grupos de busca não os matam, a menos que seja extremamente necessário.

- Isso é loucura. Por que fazem isso?

- Eu não sei, mas fazem. E quando os matam sempre cremam os corpos ou os tiram da rua. Se você sair por aí derrubando os canibais, eles irão saber que tem alguém de fora rodando próximo a cidade e aí nos ferramos.

- Quer dizer que estamos próximos da tal cidade?

- Nos aproximando, mas não tão perto quanto você quer. E eu não vou te mostrar aonde é até ter certeza que você está pronto pra isso.

- Não é você quem decide isto, Frank.

- Eu sou o único entre nós que sabe o caminho, então sim, sou eu que decido. Além do mais, eu não quero acordar pela manhã e descobrir que você foi até a cidade escondido para acabar sendo morto por eles.

- Voltamos pro problema da confiança então.

- Não. Você quer se vingar deles assim como eu, só estou tratando de manter nosso objetivo ao alcance.

- E quando vamos começar a fazer isso?

- Já estamos fazendo. Agora precisamos ir. – Frank disse ao ver que mais mordedores se aproximavam do local.

Saímos de lá acelerando o passo para nos afastarmos dos zumbis. Não poder abatê-los vai dificultar ainda mais as coisas para nós, principalmente se continuarmos nos aproximando da tal cidade, já que pelo que Frank disse o número deles só devem aumentar daqui pra frente.

Eu não gosto das meias verdades do Frank, desse jeito de me tratar como um imbecil e de todas as verdades que ele não me revela. Eu sei que ele sabe muito mais do que diz, eu posso sentir isso, mas não consigo saber o que tanto ele esconde e o porquê.

A pulga atrás da minha orelha sempre coça quando eu começo a pensar sobre isso, mas por mais que eu não queira admitir, estou sem opções no momento.

Continuamos correndo para nos afastar dos bichos e depois de pouco tempo alcançamos uma estrada. Dessa vez não era somente uma estradinha de terra, mas uma rodovia asfaltada que seguindo a direita levava até uma cidade que pode ser avistada de onde estamos.

- Pensei que você evitasse as cidades. – Falei ao ver Frank encarando o caminho até a entrada da cidade.

- Eu costumo evitar, mas nesses lugares mais perto de onde eles ficam normalmente não têm grupos de reconhecimento, eles normalmente ficam em locais mais afastados.

Diário de Um SobreviventeWhere stories live. Discover now