Capítulo 92.

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Bruna narrando.

— porra caique, o que eu já disse pra você? Parece que é surdo caralho - hoje eu acordei com a macaca.
— ta chatona papo reto.
— chatona nada cara, faço tudo nessa porra, sobra tudo pra mim. É fácil tu sair na sexta e só chegar no domingo e se deparar com a casa arrumar, assim é fácil po.
— faz mais que tua obrigação, quem coloca comida dentro de casa? - silêncio - quem te sustenta? Quer da uma de dondoca morando na favela, ta tirando memo - deu risada.
— eu só quero consideração cara, você só aparece em casa pra comer, não me da uma atenção, que tipo de marido é você? Que tipo de homem é você em? - cruzei os braços.
— ta se garantindo demais, vai ficar grávida pra sempre não, to só anotando teus abusos, dou umas madeirada nas tuas pernas pra tu ficar esperta.
— to se garantindo em nada não, eu só acho...
— deisde quando tu tem direito de achar alguma coisa? Papo reto solta a voz aí - ele se levantou - só pica mané, arruma umas parceiras caralho, vai arrumar o cabelo, fazer a sobrancelha, vai pra porra, mina chata do caralho - saiu de casa batendo a porta.
— quebraaaaa, seu otário - balancei a cabeça brava e me sentei no sofá.

To muito mole pra quem é fiel do frente da favela, vê se pode, o bofe me dando vários malote e eu me desfazendo tu acha mana? Subi pro quarto e tomei um banho, me troquei, peguei dinheiro e sai de casa, entrei dentro do meu carro e sai catando pneu, fui direto pro shopping comprei tudo que tinha direito e aproveitei pra mudar o visual, depois dei uma volta pela praia e voltei pra casa, caique como sempre não tava em casa, dei de ombros e fui guardar as coisas que eu havia comprado, vou ficar esquentando a cabeça mais não, ele ta comigo, o malote dele é meu, to carregando um herdeiro dele, ninguém toma meu lugar, é meu já era.

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