Capítulo 7.

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                Lana narrando.

Passei a tarde todinha em casa, aproveitei pra dá uma geral na mesma, afinal essa casa estava precisando de uma faxina das boas, assim que terminei fui pra cozinha e de tanto pensar acabei por fazer arroz e um escondidinho de carne moída, subi pro meu quarto e tomei um banho descente, saí enrolada na toalha, passei creme corporal, coloquei minha lingerie, um short jeans rasgado, uma blusinha cigana, calcei minha melissa e passei perfume, por fim penteei meu cabelo e joguei o mesmo de lado, peguei meu celular e desci as escadas, dei de cara com o caíque comendo sentado no sofá, assim que ele me viu já começou as perguntas.

— vai pra onde? - me olhou.
— vou ir vê minha mãe, posso? - perguntei com deboche.
— vai não, fica aqui - bateu no sofá.
— não começa - revirei os olhos e fui até ele - faz tempo que não vejo ela - dei um selinho nele.
— só inventa parceiro - balançou a cabeça - eu te levo lá - se levantou.
— quer ir preso? - arquei a sobrancelha.
— não ta querendo que eu te leve lá por que? - cruzou os braços - ta mandada?
— para de ser desconfiado - revirei os olhos - quer ir vai - dei de ombros.
— vou memo, ta maluco deixar minha mulher andando sozinha por ai e marmanjo babando em cima - balançou a cabeça - pode isso não.
— adoro quando você fala minha mulher - envolvi meus braços em volta do pescoço dele.
— é isso que tu é po, minha mulher - disse rindo.
— se você fosse todo tempo assim, estava bom - mordi o lábio.
— vai começar a cortar o clima?
— eu só comentei - balancei a cabeça rindo.
— ta ficando chata alana - deu um tapa na minha bunda.
— você sempre foi e eu nunca reclamei - dei de ombros.
Parrudo: por que tu é louca em mim, fala tu.
— sou é? Não sei - olhei pra ele - vou te deixar pensando - dei um sorriso sacana.

Caíque foi se trocar, abusado como sempre deixou o prato em cima do sofá, levei o mesmo pra cozinha e deixei em cima da pia, fiquei esperando o caíque que não demorou muito a descer, tranquei a casa e sai pra rua, caíque estava me esperando dentro do carro, adentrei o mesmo e liguei o som, só tinha proibidão, conectei meu bluetooth e deixei meus pagodinhos rolar solto.

— como não se é separação, de onde é o trovão, que anuncia quando a chuva vem - cantei alto - hoje eu sai sem me despedir só por que achei que estava tudo bem - coloquei a mão no peito.
— parece maluca, vão pensar que eu to te batendo - deu risada.
— já fez muito isso - rolei os olhos e ele me olhou sério.

Caíque não falou nada e eu também não, pegamos a av das americas que estava um pouco movimentada, eu ia cantando umas músicas baixinha enquanto caíque alisava minha coxa, chegamos em recreio 30 minutos, fomos direto pra casa da minha mãe e assim que chegamos fui de encontro a ela, foi aquela matação de saudades.

— sua irmã chega semana que vem - disse contente.
— to com saudades daquela maluca - dei risada.
— e você caíque, ta bem? ta cuidando da minha filha? - falou com aquele olhar intimidador.
— to firmão dona, sempre po, essa ai é meu tesouro - afundou o rosto no meu pescoço.
— acho bom em - apontou o dedo e deu risada.

O assunto da vez foi eu, mamãe dizia que estava feliz por me vê feliz, dizia que sentia saudades e vez ou outra dava broncas no caíque por ele ser mais velho e não está cuidando de mim necessariamente, mamãe não sabia o que eu realmente passava, mas ela tinha uma certa noção, quantas vezes ela já me viu com o braço roxo, porém ela não dizia nada e eu também achava bom assim, afinal eu que escolhi viver desse jeito e tenho que arcar com as consequências de minhas escolhas.

Mundo Passageiro.Where stories live. Discover now