Capítulo 27.

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Lana narrando.

Carlinha estava me enchendo pra ir no consultório com ela, estava decidida a tirar o bebê e por mais que eu estivesse constrangida com aquela situação, eu deveria ir com ela, afinal ela sempre esteve ao meu lado.

— você tem certeza? - ela assentiu - ainda da tempo de desistir - olhei pro lugar e me deu um calafrio do cacete.
— já tomei minha decisão - deu um sorriso sem mostrar os dentes e eu assenti.

Adentramos o lugar e a sensação de antes agora era pior, era horrível saber que você estava em um lugar onde tiravam vidas, fomos pra sala de espera, que afinal estava completamente vazia, carlinha sentou na cadeira e eu fiquei andando de um lado pro outro, uma mulher apareceu e em seguida um homem surgiu atrás dela, carlinha se levantou e me deu um sorriso, assenti e ela entrou pra sala com o suposto médico, eu fiquei esperando ela por longos minutos, vejo tantas pessoas que querem ter filhos e não pode e quem pode faz uma crueldade dessas, não aguento essas coisas não, carlinha demorava pra aparecer e eu já estava entrando em pânico, mil coisas se passavam pela minha cabeça e quando eu peguei meu celular pra ligar pro viado, ela apareceu, respirei aliviada e quando vi sua carinha triste fui até ela e a abracei.

— eu vou ficar bem, foi melhor assim - disse em um sussurro.
— eu sei que vai - assenti - nunca vi mulher mais guerreira que você - dei um sorriso e ela me deu um abraço apertado.

Assim que desfezemos o abraço, saímos da clinica e fomos em direção ao carro, tirei o alarme, abri a porta e adentrei, carlinha fez o mesmo, ela ligou o som baixinho e estava tocando Pixote "ele e ela" essa música me lembra muito o caíque.

— ele se arruma pra sair, liga pros amigos que se divertir, usa o perfume que estava guardado há tempos - cantei baixinho.
— para com essas músicas de corno - revirou os olhos.
— não fala assim - fiz bico.
— fresca - dei dedo pra ela.

Cantei pneu e fui rumo ao morro como sempre os meninos estavam na contenção, assim que cheguei deixaram a gente subir, afinal sabiam que era eu que estava no carro, fui direto pra casa, estacionei o carro em frente de casa e carlinha saiu e eu sai em seguida, tranquei a porta e fui pra casa o portão estava aberto então caíque estava aqui, saí entrando e ele o Pezão tava conversando na sala.

— já falei que não quero arma aqui dentro - disse séria.
— relaxa ae cunhada, ta tudo tranquilinho - deu risada e depois ficou sério ao ver a Carla.
— fez comida não? - se aproximou de mim e beijo meu pescoço.
— por que tu não faz em?
— ta estressada porque? - cruzou os braços.
— só to cansada cara - dei um selinho nele e subi pro meu quarto, tomei um banho e me joguei na cama.

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