Capítulo 6.

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Bruna narrando.

Minha história com o caíque começou bem antes dele entrar pro tráfico, se conhecemos desde criança, nosso relacionamento veio daí, cresci com o caique dizendo que eu seria a mulher dele e foi isso que aconteceu, com meus 13 anos nós já estavamos juntos e nessa época caíque já era 157, sempre dei força pro caíque embarcar no tráfico, afinal era um dinheiro garantido, assim nós poderíamos viver e ter um bom dinheiro, uma boa casa e luxo, com o tempo caíque foi crescendo na favela e se tornando um dos picas daqui, junto com todo esse benefício veio os chifres, nunca liguei pro caíque me trair, nunca nem levei isso em consideração, afinal, ele não tinha amante fixa e as mulheres que ele pegava não passava de uma noite, só que mais uma vez me enganei, com o tempo descobrir que caíque tinha uma amante e descobri isso pela minha prima, tenho que agradecer muito a ela, quando vi a mona, me senti xoxada, sabe? A menina novinha, bonita, cheia dos panos, naipe de patricinha do caralho, porém não levei muita fé nesse relacionamento deles não, pra mim ela iria ser só mais uma, por que era isso que o caíque dizia pra mim, mas ele mentiu, colocou ela como amante fixa e tudo, depois disso nosso relacionamento só veio a desandar, caíque já não me tratava como antes, foi ai que comecei a pisar, tratei de ser fria e não da valor nenhum pra ele e abri mão da nossa relação e foi a pior coisa que eu já fiz na minha vida, hoje me arrependo amargamente, na minha cabeça e na cabeça de todos caíque e a outra não iria durar e pra mim ele voltaria em um segundo, mas não, eles estão juntos e continua, mas não por muito tempo, eu sei dos sentimentos dele por mim e sei que vamos ter volta, caíque é meu, sempre foi e sempre será.

— não tem casa não? - colocou a mão na cintura.
— aqui sempre foi minha casa, cunhadinha - dei risada.
— se toca bruna, acha que eu não sei dos teus procede? - me olhou séria - minha mãe e meu irmão são bobo em relação a você, mas eu? - apontou pra si mesma - eu não sou e vou abrir os olhos deles.
— acho melhor não se meter nisso, você não sabe do que sou capaz - pisquei.
— eu sei cunnhadinha, como sei, sei bem a mulher suja que você é - se aproximou de mim - ninguém tira onda com a minha família e saí impune, abre teu olho - bateu com o dedo na minha testa e saiu.

Nem preciso dizer que fiquei puta né? Sempre tentei me relacionar com a Carla mais ela é impossível e pra piorar é amiga da outra, bem que dizem que safada anda com safada, Carla sempre foi um problema na minha relação com o caíque, mas eu não vou deixar ela atrapalhar o que vamos ter, não vou mesmo. Subi pro meu quarto e como sempre tive que aturar minha "sogra" torrando a minha paciência, se ela soubesse que eu não suporto ela, pararia de encher a porra do meu saco, fiz um drama barato e me joguei na cama, já faz dois dias que estou aqui, então vamos aproveitar essa mordomia que ela me oferece, não é sempre que encontramos uma sogra assim.

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