Capítulo 24.

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Lana narrando.

Bolada é isso que eu to, eu não quero imaginar que o caíque mentiu pra mim mais uma vez, não aceito ser feita de otaria, não aceito mais isso, não consigo olhar pra ele sem sentir raiva e nojo, não consigo nem ao menos me olhar no espelho, não acredito que me permito passar por isso, eu quero acreditar que é coisa da minha cabeça e que caíque mudou, mas quem disse que eu consigo? Caíque não mudou e nunca vai mudar, disso eu tenho certeza.

— to falando contigo galinha de macumba - deu risada.
— tava pensando em umas coisas aqui - supirei - você tem certeza disso, tem certeza que era o caíque?
— eu vou mentir pra que raxa? Acha mesmo que eu não iria conhecer aquele bofe pirocudo? - jogou o cabelo - ele tava com ela mana, não ia falar isso atoa.
— eu não acredito que ele mentiu pra mim de novo - segurei o choro e passei a mão no rosto.
— não adiante ficar se massacrando viada, já era pra você saber que aqueles dois não se larga - me olhou - o bofe é gostoso? é, o bofe fode bem? não sei nunca fudi com ele - disse em tom triste, não me aguentei e caí na gargalhada - mas mana ele não te merece não - falou alto e ficou batendo a perna.
— eu sei que não, mas ninguém entende é mas forte que eu - soltei um suspiro baixo.
— é por isso que não me apego em ninguém mana, dou meu cu pra tropa inteira, mas é melhor dormi com o cu doendo do que com a cabeça enfeitada de chifres - falou batendo palminha e eu dei risada.
— só você pra me fazer rir - balancei a cabeça rindo e prendi meu cabelo em um coque.
— amigas até no chifre mona - estendeu o copo e fizemos um brinde a minha infelicidade.

Paulinho trouxe umas cervejas pra cá pra casa e eu aproveitei pra afogar minhas mágoas, estávamos esperando a carlinha chegar, o que tava demorando bastante, na certa ela tava brigando com o pezão ou ele tava dando um trato nela, se é que me entendem, dei risada de meus próprios pensamentos.

— se teu hobby é sentar, não vou te criticar - me levantei e joguei o rabetao pro alto, estávamos bebendo no portão.
— o bofe cantou essa música pra mim - passou a mão no corpo e eu dei risada.
— se toca bicha magra - empurrei ele.
— se sentar rendesse dinheiro eu tava rica, mona - disse alto.
— é só tu cobrar porra.
— eu cobro moninha, mas não ta fácil não - colocou a mão no peito e fingiu está triste.
— ta cobrando quantos pra dá esse cu seco?? - segurei a risada.
— por que vai me pagar? Não como mulher não mana - deu risada.
— bicha pobre - revirei os olhos e abracei ele de lado.

Mundo Passageiro.Where stories live. Discover now