When we ourselves are our fears

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Senti seu perfume invadir a sala, e acabei inspirando um pouco fundo de mais, já que logo depois acabei espirrando por conta do aroma amadeirado.

- Vai sair? - JungKook pergunta mesmo sendo óbvia a resposta, e recebe a afirmativa do amigo - Traga pizza quando voltar, sei que vai até o café perto da faculdade, no caminho tem uma pizzaria ótima.

- Como sabe que vou ao café? - ele pergunta erguendo as sobrancelhas.

- Todos os dias você vai até lá para ver a Kora, e não adianta negar. - vi quando Yugyeom curvou os lábios descontente, e apenas rolou os olhos antes de dar as costas para o amigo.

Em questão de segundos ele saiu do apartamento, deixando apenas nós dois ali naquele silêncio ocasionado pela ausência de qualquer assunto. E como se uma luz se acendesse sobre minha cabeça, resolvi checar a hora e quase cai da cadeira ao ver que já passavam das dez, eu morava relativamente longe do apartamento de JungKook, cerca de bons cinco quarteirões para ser mais exata.

Já podia sentir minhas pernas reclamarem do quanto andariam em uma velocidade exagerada.

- JungKook eu tenho que ir pra casa, já está tarde. - aviso procurando minha mochila pela sala.

- Eu te levo, não acho seguro te deixar sair sozinha uma hora dessas. - ele declara pegando seu casaco antes esquecido sobre o sofá.

- Não quero te dar trabalho, eu posso ir sozinha. - falo não muito convicta de minhas próprias palavras.

- Não estava sugerindo, mas sim te comunicando. - o moreno declara sério e logo me acompanha até a porta - Sempre me ensinaram que não se deve deixar uma garota ir sozinha para casa.

- Então obrigada antecipado. - falo levemente risonha, e ele sorri em resposta.

O caminho foi, digamos que silencioso. Era um pouco estranho o fato de JungKook e eu termos diversas coisas em comum, mas não sermos bons em conversar sobre nenhuma delas.

Eu podia sentir a sua vontade de falar alguma coisa, mas parecia que sua timidez o impedia drasticamente, algo que acontecia comigo também.

- Então você ainda mora com seus pais, né? - JungKook perguntou após longos minutos em silêncio.

- Sim, ainda não consegui um lugar só pra mim. - falo chutando uma pedrinha pela calçada - Você mora sozinho há muito tempo?

-  Eu moro sozinho desde que terminei o colegial. - ele declara com um sorriso pequeno - Depois que consegui uma bolsa na faculdade de Busan, fui morar sozinho até que o Yugyeom resolveu sair da casa dos pais, e acabamos dividindo o apartamento.

- Ele parece ser alguém legal. - comento simplista e ele afirma.

- O Yugyeom é um irmão pra mim, ele é o tipo de cara que sempre está disposto a ajudar os outros. - ele me olha - Apesar dos inúmeros problemas que ele enfrenta com o pai, ele sempre encontra um tempo pra ser o suporte de alguém.

- Ele não se dá bem como o pai? - pergunto por impulso.

- O senhor Kim queria que o Yugyeom seguisse a área médica, mas ele optou por fazer fotografia. Nem preciso dizer o quanto o pai dele ficou furioso. - ele conta parecendo um pouco cansado.

- Posso imaginar como são as coisas com o pai dele, digamos que a senhora Park não está feliz com a minha escolha também. - falo em meio a um suspiro - Acho que ela nunca está  totalmente feliz com nada que faço.

- Por que acha isso? - ele me olha com a expressão curiosa.

- Porque é o que ouço todos os dias. - dou um sorriso pequeno e logo me vejo diante o meu portão - Bom é aqui, obrigada por me acompanhar.

- Não foi nada, nos  vemos amanhã. Boa noite HyeMin. - ele sorri e acena seguindo o caminho feito minutos antes.

- Boa noite JungKook. - falo não tardando em fechar o portão e seguir para dentro de casa.

Segui sem pressa ou ânimo para o meu quarto logo após trancar a porta da frente. Deixei minha mochila jogada em qualquer canto do cômodo, e a passos arrastados segui para o banheiro. 

Enquanto a banheira enchia arrisquei me olhar no espelho, e mesmo que eu tivesse uma visão definida de mim mesma decidi procurar qualquer coisa aceitável em meu rosto.

Eu tinha pequenas manchas de acne no rosto, uma ou duas espinhas, dentes desalinhados, bochechas gordas e.... aish! O que estou fazendo? 

Buscando algo aceitável num mar de defeitos como eu? Que ridículo HyeMin, até parece que você teria algo bonito em si mesma.

- Aceite que você é patética. - falo para o espelho com amargura - Deveria tirar isso daqui, de que adianta se torturar mais a cada dia?

Após um longo suspiro sigo para banheira, onde pude sentir a água quente relaxar cada um dos meus músculos cansados, assim como permitir que inúmeros pensamentos invadissem minha mente instável.

Durante boa parte do banho fiquei me perguntando se devia ou não me afogar naquela banheira, afinal quem se importaria com isso?

Talvez Hoseok, mas ele entenderia depois de um tempo.

Mas além dele mais ninguém sentiria minha falta, eu era como um objeto qualquer perdido em um antiquário. Ninguém via beleza em coisas velhas, em coisas danificadas ou de aparência rústica.

Talvez alguém lembre do meu nome daqui uns anos, como a garota estranha que se matou, mas até lá eu já terei descansado dessa vida tão.... vazia, tão fria e sem cor.

- Seria tão mais fácil sem mim aqui. Todos teriam suas vidas normais, e quem sabe até mais felizes sem a minha sombra os atrapalhando. - declarei afundando lentamente na água agora levemente morna.

Era assustador ao mesmo tempo que se tornava menos angustiante, era quase como se estivesse a um passo de encontrar a paz enfim.

Por que quando estamos sozinhos o nosso maior inimigo somos nós mesmos?

Será que sempre somos nós, os nossos maiores medos no fim das contas?

............

Olá jujubinhas como estão?

Capítulo chato eu sei, mas eu realmente não tive nenhuma idéia melhor para hoje.

Eu sei que a história está um pouco parada, mas não quero correr com os acontecimentos, então peço para que não desistam dela.

Desculpem os erros.

Bjs amo vocês, e não desistam de mim ♥.

The Light Of Hope 》KTH/ PJMOnde histórias criam vida. Descubra agora