Apenas mais uma de amor

Capítulo 52

Dakota dormiu muito. Jamie não deixava ninguém nem olhar na direção dela, logo era ele que lhe dava os chás, no tempo certo. Mas ela dormia segundos após ser colocada de volta a cama.

Estava pálida, o que destacava as manchas roxas e os inchaços, e os cabelos cacheados estavam soltos a sua volta, nos travesseiros brancos. Jamie estava agoniado.

— Eu estou aqui. – Jamie disse, segurando a mão dela, que o olhava, sonolenta. Ela tivera convulsões durante a madrugada e chegou a tossir sangue, mas não vomitou. – Qualquer coisa... – Interrompido.

— É só te olhar. – Completou, sorrindo de canto. – Eu estou tão... – Ela suspirou, olhando pra frente... E dormiu. Jamie viu aquilo como uma derrota. Ele pôs a mão dela no lugar e se sentou, respirando fundo. Foi quando Andrew e Emma entraram, após bater na porta.

— Porque ela dorme tanto? – Jamie perguntou, angustiado.

— Pense nas surras que ela levou e deixe-a dormir. Antes adormecida que morta. – Andrew assinalou.

— Não tive oportunidade de agradecê-la. – Jamie disse, olhando Emma. Esta dispensou com o rosto, sorrindo – Porque você me mandou soprar ar para ela? – Perguntou, lembrando-se de como fora lento.

— Porque acredite, você não ia querer que eu tivesse o sangue dela em meus lábios. – Respondeu, se aproximando da cama, e Andrew riu gostosamente. Ela tocou a veia do pescoço de Dakota, observando suas feições – Você a alimentou?

— Ontem a noite. Ela não acordou desde então. – Jamie respondeu.

— Só está fraca. – Emma disse, observando – E esse osso está quebrado, alguém não devia ter tomado uma providencia? – Emma perguntou, apanhando o braço de Dakota sutilmente. O pulso realmente estava em um ângulo estranho.

— O médico não disse nada. – Jamie disse, preocupado, olhando.

— Me dá licença? – Emma pediu e Jamie  assentiu. Emma checou os ossos de Dakota rapidamente, braços, pernas, dedos. Apenas um pulso estava partido. – É, apenas o pulso. E duas costelas, se eu não me engano. – Jamie gemeu. Dakota, por sua parte, continuou no mais profundo sono. – Eu acho que tenho algo. Com licença. – E ela saiu.

— Emma é sempre assim? – Jamie perguntou, olhando Dakota.

— Encantadora, não é? – Andrew perguntou, orgulhoso. – Escute. Defenderei você diante da suprema corte. – Jamie o olhou.

— Defenderá?

— Acredito que Luke e Victor também. Você não fez nada, não merece ser punido. – Disse, com as mãos nos bolsos – Eu não entrei nessa guerra para perder. – Resumiu.

— Você entrou? – Perguntou, admirado.

— É divertido aqui. – Disse, tranquilo, como se isso justificasse.

— Obrigado. – Andrew assentiu. Nessa hora Emma voltou. Trazia algo branco nas mãos.

— Emma... Emma Stone, em nome de Deus, o que é isso? – Andrew perguntou, confuso.

— Espartilhos são objetos curiosos. – Disse, se sentando ao lado de Dakota.

Aparentemente Emma rasgara um espartilho seu, o que lhe dera bastante tecido, e uma espátula de aço. Ela apanhou o pulso de Dakota, pondo a espátula cumprida (ia da mão até perto do cotovelo) debaixo do braço dela. Dakota se remexeu quando Emma sutilmente pressionou seu pulso, levando o osso torcido de volta ao lugar. Em seguida atou todo o braço dela com o linho branco, imobilizando fortemente, mantendo a espátula lá. Dakota havia voltado ao seu sono. No final ficou como engessado, tudo perfeitinho, nem uma linha fora do lugar.